- Uh... Um pouco mais para a esquerda. – O fotógrafo pediu e Jinyoung não demorou a obedecer. – Isso... Passa a mão no cabelo. – Disse e logo deu sinais para os outros funcionários, querendo que a iluminação fosse mudada de lugar e conseguisse dar mais contraste na pele do jovem.
- Senhor, agora precisamos iniciar a gravação para o documentário. – Park ouviu a diretora alertar e chamar ao um cinegrafista que com o equipamento nos ombros se aprumava para iniciar mais filmagens.
Embora aquele homem estivesse constantemente filmando entre pausas e outras, e o fazendo andar pelo cenário onde estava, ele ainda precisava falar o pequeno roteiro que prepararam e que contava sua vida... Sim, que contava sua vida. O lugar onde fotografavam era um dos mais importantes para si e ele sentia as mãos suarem apenas por pensar que teria de falar o que dois roteiristas escreveram para si.
- Mas...
- Você decorou? – A mulher indagou e Park consentiu. - Vamos começar a gravar no três...
- Só que...
- Um...
- Ei, me...
- Dois...
- Ajhumma...
- Três... Comece.
Jinyoung respirou fundo e arrumou a postura. Lembrando cada palavra dita e cada movimento, embora ele preferisse falar com suas palavras qual fora o acontecimento importante daquele lugar, achava a poesia dos trechos escritos bonitos o suficiente para acrescentá-los a suas vidas.
- Ser órfão não é a magia que novelas infantis fazem parecer. – Fora sincero, recitando com naturalidade o que decorara. – É uma vida de questionamentos e abandonos... De apegos e desapegos... Uma vida de, bom, uma vida solitária. – Encarou seus pés e novamente focou no cameraman, sabendo que o intuito da gravação era parecer que ele conversava com algum fã ou coisa do gênero, para quebrar a quarta parede. – Quando se é abandonado e carrega essa dor no peito, você só consegue se perguntar como pode ter errado... Se nem mesmo era capaz de andar e falar. – Sentiu o vento nos cabelos e sorriu, dando de ombros. – Foi aqui que eu, pela primeira vez, compreendi que quem estava perdendo com o abandono... Não era eu, mas sim quem não foi capaz de me amar e de receber o meu amor.
O vento estava um pouco forte e batia contra seu corpo, agitando suas roupas e o fazendo ter que segurar o casaco de crochê, visto que toda aquela agitação da peça estragava o encanto do cenário do qual estava. Seus músculos se tencionaram no instante que notou, ao longe, a floricultura e Jaebeom na frente da mesma, como se assistisse à gravação... Como algumas fãs que tentavam ver o que se passava ali.
- Depois de ser negado por pais adotivos... Por motivos que desconheço. – Esclareceu, improvisando um pouco no roteiro. – Bem, eles me levaram e antes que conseguissem a guarda definitiva me devolveram ao orfanato... Como um dono que usa a desculpa "Meu terreno é pequeno, não posso ter um cachorro de porte grande". Eu me senti o pior dos lixos, com a pior das dores... A dor de ser abandonado e negado pela segunda vez é muito intensa. – Seus olhos se encheram de lágrimas, principalmente quando viu Jaebeom mais ao longe, com os braços cruzados. Os cabelos estavam soltos e pareciam grudados na testa, a pele reluzia e deveria ser por conta do suor.
- Corta! – Ele ouviu a voz feminina ordenar e sua atenção foi tirada.
O encanto entre os dois rapazes que se encaravam a Km foi cortado e aquilo permitiu que Park liberasse uma lágrima. Uma maquiadora foi apressada secá-la sem borrar a maquiagem e, ao mesmo tempo, retocar para ele não parecesse acabado diante das câmeras. Ele podia jurar que seus olhos e o coração vira o fio vermelho que o unia a Im...
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Aura
Fiksi PenggemarAos 20 anos o reflexo da pessoa que você vê no espelho é sua alma gêmea. Jinyoung é um ator famoso que aos 20 se olha no espelho e vê seu amigo de infância que pensou estar morto. Plot doado pela @protectjjp 25/12/20-> #1 JJPROJECT 22/01/21->...