Aura

43. Um tempo

Atualmente

Jinyoung fotografava fazendo somente o que o profissional atrás da câmera mandava. O homem estava pianinho e não soava rude com mais ninguém; pedira desculpas para Park assim que o mesmo chegara na pensão. O manager do ator conversou com os dois e os ameaçara com um possível quebra de contrato; o menino ficou em silêncio por reconhecer seu erro.

Já o fotografo tentou vez ou outra se justificar, contudo suas palavras foram falhas e não renderam em nada; somente em mais irritação por parte do empresário que os colocou em seus devidos lugares de funcionários... Jinyoung não estava irritado com tudo aquilo, ele até mesmo estava satisfeito, fora por causa de tanta coisa que ocorrera que conseguiu estar ao lado de Im.

- Assim está bom? – Park abaixou-se e passou a mão sobre algumas mudinhas; ele estava em um belo jardim e agora sentia a terra úmida aos seus pés. O cheiro agradável que entregava por suas narinas e o perfume que haviam lhe passado se deixando levar com os ventos. – Ótimo. – Ele sorriu e logo tomou seu semblante sério e desejado para as imagens.

A maquiadora vez ou outra aprumava detalhes de sua pele, assim como a estilista que arrumava suas roupas que se bagunçavam; mudando as peças no momento em que se eram necessárias. Ele estava radiante e aproveitando de todas as sensações que a natureza lhe trazia, a troca de energia com o solo lhe trazia uma calma inexplicável.

Entretanto, nem tudo estava às mil maravilhas.

Nem tudo podia estar perfeito, visto que quando virava-se para onde estavam os staffs, ele via Christopher ali. O menino não parara de insistir em um relacionamento, mesmo vendo o beijo de Jinyoung com Jaebeom; mas felizmente mantivera a distância, ainda mais depois que o ator ameaçara denunciar o cantor por um assédio.

- Tudo bem, Jinyoung? – A maquiadora indagou, usando uma esponjinha para arrumar a base que havia saído em alguns lugares. – Ah, Christopher?

O menino apenas negou, desviando seu olhar e encarando a mulher. Abriu um sorriso simplista e sentiu o coração acelerar conforme pegou-se pensando na noite anterior, onde saber que Christopher estava no quarto ao lado – senão parado na porta do cômodo – foi o que lhe tranquilizou quando vira aquele maldito vulto passar por sua janela.

Aquele vulto que estava a dias lhe observando; aquele vulto que todos alegavam ser apenas alguma borboleta ou mariposa que passou perto da janela e deu tal impressão.

Os guardas estavam cuidando bem de si; estavam certificando-se que ninguém invadisse e interrompesse seu momento de lazer, mas nada estava tirando seu medo. Sua insegurança que o domava a cada vez que Ponyo latia e ele não sabia se olhava para a janela ou corria.

- Está tudo bem. – Park disse por fim. – Ele não tem me incomodado mais...

- Ah, menos... – Ela sorriu e terminou de passar o hidratante labial no menino. – O rapaz da floricultura cuidou bem de você? Parece que dormiu até melhor a noite que passou com ele...

- Realmente dormi. – Jinyoung ergueu seu olhar e notou o fotografo que andava até si com passos duros. Ele imaginou alguma bronca, porém notou o seu smartphone nas mãos do homem e um olhar piedoso. – O que houve? – Questionou, curvando-se para a maquiadora em um pedido de licença e indo de encontro.

- Ligaram da pensão...

- Sim? – Ele pegou o celular, levando ao ouvido e cumprimentando a pessoa que estava do outro lado da linha. – Oi? Tudo bem?

Ele ouviu a voz baixa e rouca da idosa, a dona da pensão. Sua respiração chiava por conta do cigarro que já havia tomado conta dos pulmões; a mulher parecia fazer mistério e Jinyoung imaginou que a mesma estivesse tragando, pois ouvir o ar que saiu por entre os lábios alheios junto a fumaça que havia captado.