49. É claro que sim!

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Jinyoung encarava o próprio celular e aguardava algum retorno por parte de Yugyeom. Seu coração estava despedaçado e ele procurava detalhes – no automóvel retirado da água – que provassem que aquele não era o carro de Im; o que ficava cada vez mais difícil de comprovar... já que até mesmo os adesivos com cinco gatinhos, que o proprietário havia colocado no vidro traseiro, estavam lá.

A placa era a mesma.

Os artefatos encontrados no porta-luvas eram de Jaebeom.

- Jinyoung, você precisa focar. – Uma das maquiadoras comentou. – Esse evento é importante... a emissora conta com sua presença desde que você assinou o contrato e iniciou as gravações do drama.

Ele não disse nada, apenas sentindo o pincel de cerdas macias que desenhavam em sua face; dando um pouco de cor para suas bochechas sem vida.

- Estou falando sério. – A jovem suspirou. – Estou te sentindo distante... e quando você foi naquela viagem, muitas coisas aconteceram na CYJ entertainment. – Comentou e então procurou pela paleta de sombras, encontrando uma cor para dar destaque aos olhos do menino, mas ainda fazer parecer que ele está sem nenhuma maquiagem. – Você é o ator de mais conhecido daqui. Ninguém fala: "Park Jinyoung da CYJ", mas é comum vermos "Ah sim, é a CYJ... a empresa que agencia o Jinyoung".

O tagarelar da maquiadora fazia o coração de Park bater com mais intensidade. Ele não queria ser rude, porém, naquele momento precisava apenas que a garota calasse a boca e fizesse o seu serviço sem dizer uma palavra que fosse. Jinyoung já estava angustiado o suficiente para colocar as pendências da empresa em sua lista de problemas.... Senhor Choi que conseguisse resolver suas questões pessoais.

- Eu sei o que preciso fazer, não se preocupe. – Por fim ele disse, interrompendo-a. – Eu sou um ator, esqueceu? Posso fingir estar bem para um evento.

- Em quinze minutos! – Uma das organizadoras do evento abriu a porta do camarim e anunciou. – Temos quinze minutos até o início da programação.

"Quinze minutos". Jinyoung pensou "você tem quinze minutos para me ligar e dizer que está tudo bem, Yugyeom".

Park fechou os olhos e inclinou um pouco a cabeça enquanto a profissional penteava suas sobrancelhas, respirando fundo e secando as mãos úmidas de suor na lateral de suas coxas; sentindo o tecido áspero em contato com sua palma macia. Todo esse suor, todo o nervoso... era tudo por causa de uma ligação que ele ansiava.

- Você pode nos dar licença? – A voz de Youngjae ecoou, se aproximando de Jinyoung e observando a menina consentir com seu pedido. – Ele está ótimo assim... obrigado.

- Jae, o que foi? – Park arrumou a postura na cadeira, fitando o amigo e aguardando uma resposta.

- Goeun conseguiu algumas informações do acidente do Jaebeom. – O mais velho disse. – Ela ligou para um amigo de lá e... bem, o carro não tem sinais de arrombamento ou coisa do gênero. – Continuou falando. – Ninguém ficou sabendo se ele pegou alguma outra condução para vir para Seoul.

- Mark... Jackson? Os outros melhores amigos dele? Nenhum soube responder... nenhum soube dar uma informação sequer sobre ele vir para Seoul. – Jinyoung estralou os próprios dedos em um ato de ansiedade. – Jae...

- Não foi possível contactar Mark ainda. – Explicou. – E Jackson está viajando em algumas competições de esgrima, então ele pouco sabe de algo...

- Então onde está o corpo se for assim? – Jinyoung mordeu o lábio inferior, tentando segurar as lágrimas que preenchiam seus olhos, toda sua expressão amoleceu enquanto buscava lidar com aquela informação. – Não pode ser o carro dele, Youngjae... como poderia? Por que o destino me faria ir atrás dele seis anos depois? Só para o matar quando as coisas estivessem resolvidas?

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