Aura

54. Caminhos!

 - Eu não sei porque você achou que era uma boa ideia deixa-lo na minha casa. – Mark resmungava enquanto colocava as coisas de Jinyoung em sua sala, organizando as duas malas e a mochila de modo que não atrapalhasse o trânsito pelo cômodo. – Me fez odiar o garoto por todo esse tempo e agora me diz que está noivo dele... não ache que iria gostar dele de uma hora para outra, Im Jaebeom.

Im fez uma careta e resmungou, dublando ironicamente e repetindo as falas do mais velho. Isso enquanto observava Jinyoung que brincava com um cachorrinho que estava solto pela rua.

- É só por agora. – Explicou. – Vou andar por aí procurando por Kunpimook, não posso deixar Jiny sozinho. O que mais tem por aqui são loucos e metade desses loucos parecem que estão a fim de matar a mim e meu noivo. Mas se está achando tão ruim, eu procuro outro lugar para ele ficar.

Mark Tuan revirou seus olhos e simplesmente negou com a cabeça, cruzando o braço a frente do peito e suspirando. A expressão que antes era de desgosto, havia se deformado e virando uma preocupação, uma angustia. Jaebeom ainda não havia visto seu irmão mais novo e isso preocupava o melhor amigo; a reação que o mesmo teria.

- Beom...

- Eu acho que já sei o que você irá falar. – O floricultor o silenciou, encarando Jinyoung que agora mexia no celular; gravando um áudio para algum de seus amigos. – E eu sei que não estou preparado para ver Yugyeom debilitado. Mas o que posso fazer? Ele precisa de mim agora.

Silêncio.

- Quanto ao meu pai. Eu não ligo para ele, é apenas um encosto que está atrasando minha mãe com suas crises e blá blá. – Suspirou. – Está doente a anos, entretanto nunca nos falou o nome da doença ou sequer disse qual tratamento o médico recomendou.

- Isso é estranho.

- Claro que é. Youngguk é louco e ainda levará toda a família à loucura com ele... – reclamou e logo acenou para o noivo, fazendo sinal para que se aproximasse. – Eu o confiarei com você para que não saia sozinho na rua como um doido, à mercê de qualquer maluco que quiser sequestrá-lo ou fazer mal. – Explicou enquanto abraçava a cintura do ator e deixava um selar na têmpora do mesmo. – Volto logo.

- Deixe-me ir com você. – Insistiu Jinyoung. – Você está com as pernas fracas, ficar andando sozinho por aí é idiotice.

- Ele tem razão... – Tuan interviu.

- Não pedi opiniões, senhores. – Ironizou. – Estou informando o que irei fazer e peço que façam o que estou mandando. Por essas ruas anda o maluco que jogou meu carro da ponte e fez parecer um acidente... e não quero que batam de frente com ele por aí. – comentou enquanto tirava as chaves do carro de Mark de seu bolso. O americano-taiwanês emprestou contra vontade o automóvel e agora observava Im caminhar rumo ao carro vermelho estacionado a frente da casa.

Jinyoung suspirou e pegou o próprio celular, lendo algumas mensagens de Goeun enquanto sentia o olhar pesado de Tuan sobre si. Gostaria de falar algo e aliviar a tensão com o atual melhor amigo de sua alma gêmea, mas não soube o que falar; afinal, qualquer coisa soaria errado naquele momento.

Ser simpático seria estranho; estavam em um momento estressante demais para pensar em simpatia.

Ser arrogante apenas reforçaria a ideia de que Park era insuportável; ele não era mesquinho e ficar em silêncio, encarando as coisas com aquele seu olhar natural de julgamento daria essa impressão.

- Entre. Não fique em pé aí na porta... quer ser alvo fácil? – Tuan fora simplista no questionamento, afastando Jinyoung do batente e trancando a casa assim que observara o melhor amigo se afastar em seu carro.