Aura

17. Advogata

 Embora Goeun estivesse tensa, a forma como ela desfilava de um lado pelo outro em caminho até a boate a fazia parecer confiante. Youngjae ia logo ao lado dela, sorrindo para as pessoas que passavam por eles e os cumprimentavam de modo educado. A menina entrelaçou seus dedos ao do namorado quando algumas assanhadas – como ela disse ­­– olhou para Choi com sorrisinhos sem vergonhas na face.

- Inaceitável. – Ela negou com a cabeça.

- Isso é ciúmes. – Youngjae riu, calando-se quando os olhos castanhos escuros da jovem lhe fuzilaram. – Ok... Não fique, de um modo ou de outro... Minha alma gêmea é você. – Ele foi sincero e se esticou para deixar um selar nos lábios da mais alta.

- Ciúmes... Eu me garanto, rapaz. – Ela deu de ombros. – Ciúmes é o que você vai sentir quando eu começar meu joguinho com Yugyeom... – Comentou e riu, soltando seus dedos e indo à frente, visto que já estavam bem próximos da boate e para seu plano dar certo, não poderiam achar que ela namorava o garoto.

- Ei... Como assim? – Ele indagou, semicerrando os olhos. – Goeun! - Chamou, mas fora ignorado e se calou quando entraram no estabelecimento.

Era dia e, embora as portas ficassem destrancadas, o atendimento era apenas a noite. Música alta, bebida, strippers e drogas apenas quando o sol já não se fizesse mais presente. Entretanto, ao longo do dia os funcionários limpavam a sujeira feita e os artistas ensaiavam para suas apresentações da noite.

- Okay... Repasse o refrão. – Goeun viu Yugyeom, que sem camisa, agarrava o bastão de pole dance com dedos firmes. – Nessa hora eu tiro a calça. – Avisou e então fez uma manobra, movimentando seu corpo de modo sensual e sustentando o peso do corpo apenas nas mãos, isso enquanto seus pés deslizavam pelo palco em um espacate, onde não demorou a unir as coxas e deslizar os joelhos, estocando o chão. – Vem ver mais de perto, gatinha. – Ele apontou para Goeun assim que a música acabou, fazendo a menina rir soltando o ar e unindo à um sorriso ladino.

- Uau... Acho que seu maior movimento na boate são em dias com suas apresentações, não? – Ela indagou, andando de forma provocativa, seu quadril indo de um lado e outro, enquanto os braços estavam cruzados abaixo de seus peitos e ela apertava a região, valorizando seus seios. – Te ver dançar assim parece ser muito bom...

- Posso dançar assim só para você se aceitar ir a um de nossos quartos. – Ele foi simples ao responder, dando um pulinho do palco e indo ao chão. – Posso te mostrar muito mais....

- Parece muito tentador... Muito. – Ela passou a língua nos lábios, inclinando-se um pouco na direção do mesmo. – Mas não estou aqui para isso... Não hoje. – Lançou lhe uma piscadela. – Estou aqui porque sou nova na cidade e... E me disseram que você vende um leite em pó dos bons....

O olhar do outro mudou e ele fez sinal para que uma das faxineiras lhe entregasse sua camiseta de botões, essa que ele vestiu e abotoou apenas um, de modo que escondesse seu corpo e continuasse deixando nuances de seu abdômen definido para amostra. Sua pele suada e em tons amarelados, brilhando por causa da luz forte do lugar podia deixar até o mais hétero dos héteros apaixonado.

- Quem é você?

- Choi Jihyo. – Ela respondeu rapidamente.

- Trabalha com?

- Atualmente apenas estudante de literatura. – Respondeu e o viu apontar para Youngjae. – Este é meu primo, Im Minhyuk... Não faz nada e é mudo. – Falou e olhou para o rapaz que fez feição nervosa com seu novo nome e função... Ou melhor, disfunção.

- Ah... Ambos querem se drogar? – Questionou e Goeun respondeu assentindo, fazendo feição inocente. – Uh... Qual vão querer?

- É a primeira vez do meu primo. Experimentei na última festa da faculdade e queria que ele tivesse essa experiência também... – Sorriu e deu de ombros, mexendo nos cabelos para que saíssem de sua face. – Eu não sei qual era... Você tem um deposito? Talvez eu lembre se ver... E, bom, talvez eu queira ver mais que só as drogas por lá...