53. Um único culpado.

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Jinyoung encarou os homens ao seu redor; todos ali possuíam olhos pesados para cima de si e ele apertava os dedos de Im cada vez mais forte entre os seus. Fazia um bom tempo desde que precisara estar na sala de reuniões entre os acionistas da CYJ; talvez fora para a renovação de contrato.

Já que normalmente tinha conversas mais breves na sala de seu manager quando precisavam resolver alguma coisa ou, quando estava na sala atual, era apenas ele, um advogado, o manager e o contratante. E era exatamente por esse motivo que o ator se encontrava tão tenso... as coisas realmente deviam estar muito sérias, visto que juntaram ele, o noivo, a advogada e parte dos acionistas para decidirem o seu destino pelos próximos meses.

- Deixar Jinyoung indo a público agora, é como chutar o balde... – Disse o manager, que argumentava diante os outros presentes ali. Ele havia conectado seu notebook ao projetor e mostrava para todos a diversas manchetes, essas que denegriam a imagem do jovem ator; haviam também publicações de fãs e diversos vídeos aos quatro cantos da internet. – O ideal é pôr Jinyoung em pausa e esperar a poeira baixar.

Jinyoung baixou a cabeça com essa fala, sentindo Im separar seus dedos para acariciar sua coxa. Não era muito, entretanto, somente o fato de não estar sozinho e não se sentir abandonado naquela situação já o confortava imenso. Ele ergueu seu olhar para avaliar as expressões e reações com o que fora sugerido e seu coração acelerou quando notou um dos homens erguer a mão, pronto para falar.

- Diga senhor Lee... – O manager Ong permitiu.

- Bom, se é o ideal e isso já foi discutido anteriormente... por que ainda não lançamos um pronunciamento? – Questionou. – Bem, já devíamos ter feito isso então... o que nos impede?

Ong suspirou e ergueu a mão na direção de Kim Goeun, fazendo com que todos voltassem seus olhares para a advogada que gerava um som incessante com o polegar que pressionava sua caneta retrátil, fazendo a ponta sair e voltar dezenas de vezes enquanto ouvia o discurso fajuto e previsível do manager.

- Acredito que todos já me conheçam, afinal sou advogada da CYJ há um bom tempo. – Sorriu ao que disse, largando a caneta sobre a mesa e afastando um pouco sua cadeira; colocando-se de pé. – Contudo, de um tempo para cá me tornei responsável também por Jinyoung... sendo assim, hoje estou aqui não como uma funcionária da empresa; mas necessariamente como a advogada particular do ator Park.

Os acionistas todos olharam para Goeun. Alguns arquearam suas sobrancelhas, outros suspiraram por conhecer o gênio forte da jovem e houveram os mais preconceituosos e machistas, que sempre a descredibilizaram. Ela arrumou o blazer cinza escuro no corpo, colocando sua barra para trás enquanto ensacava a camisa branca que possuía por debaixo; em seguida arregaçando as mangas longas.

- Vocês demoraram uma semana para me permitirem participar de uma reunião. – Ela deu de ombros. – Por isso não tomamos nenhuma decisão a cerca do que faremos com Park... se é que faremos algo, se me permitem deduzir. – Sorriu e olhou para Sra. Choi, que sentada perto do marido, devolveu um olhar simpático para a nora. – Tive que, pessoalmente, falar com Sra. Choi para que meu lado pudesse ser ouvido...

- Por favor, garota.... Vá direto ao ponto. – Senhor Choi pediu. – Há dinheiro em jogo... todos os homens dessa sala sabem que tempo é dinheiro, e quanto mais ficarmos apenas te ouvindo esse será dinheiro perdido.

Goeun riu e escorou as palmas sobre a mesa, inclinando o corpo um pouco para frente; esperando ter a certeza de que todos os olhos estavam em si.

- Vocês não vão perder dinheiro comigo, irão perder dinheiro se seguirem a solução mais óbvia e simples; que é colocar Jinyoung em uma pausa. – Ela começou, não dando aberturas para que cortassem suas falas. – Eu não sei exatamente qual é o ponto em especifico que estão tentando atingir com esse hiatus, porém, garanto que ele não faz o menor sentido. – Continuou, se afastando da mesa e caminhando até onde ainda estavam projetadas manchetes sensacionalistas. – Eu já li 75% dessas notícias e todas elas são apenas o título, já que quando você abre há nada mais que os fatos... e os fatos não são tão ruins assim.

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