15. Ferida aberta

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Atualmente

A respiração de Jinyoung estava ofegante independente do que ele buscasse fazer para aliviar, todo o estresse que preenchia seu coração. Ele ficou afastado de tudo e todos até sentir que seu corpo não resistiria mais um minuto sequer longe de casa, cedendo também a dezenas de ligações de Youngjae e Goeun.

Ele se sentia derrotado, não é como se quisesse ver alguém ou coisa do gênero. Depois da reação de Im ao vê-lo, a única coisa que ele desejava era dormir por horas e falar com sua psicóloga em seguida. Park estava exausto.... Exausto de chorar e caminhar sem rumo, por isso seus pés iam por vez em rumo a pensão onde estava.

- Eu vou te dar tantos tapas, Jinyoung, que você não vai nem... – Goeun se calou assim que ergueu o olhar e viu a feição derrotada do mais novo, que entregou a guia de Ponyo para Choi e desabou sobre o sofá da recepção. – Ei, o que houve?

- O que aconteceu? O que Jaebeom falou?

Youngjae se preocupou, tirando os cabelos rebeldes que grudavam no suor da testa do mais novo e deixou um selar na bochecha úmida do mesmo, vendo novas lágrimas se formarem ao apenas relembrar o que ouviu e o quanto aquelas duras palavras doeram em si. Assim como a culpa que começava a se instalar nele por ver as muletas e pensar que era responsabilidade dele.

- Jaebeom me expulsou da floricultura. – Começou a contar. – Ele me expulsou... – Repetiu como se ainda estivesse incrédulo. – Jaebeom foi rude, gritou e me tratou como se nunca tivéssemos sido amigos...

- Ele te machucou fisicamente?

- Ele me deu uma muletada na perna. – Respondeu a Youngjae. – Mas...

- Podemos colocar Jaebeom na justiça por isso? – Choi interrompeu e olhou para Goeun que consentiu. – Certo... Vamos denunciar agressão física e...

- Vida... – A garota chamou a atenção do namorado. – Vamos ouvir Jinyoung antes...

- Certo. Mas não podemos deixar que ele passe impune depois de agredir Jiny fisicamente e psicologicamente. – O rapaz colocou Ponyo sobre as coxas, avaliando as novas lágrimas que iam rolando pelas bochechas do mais novo.

Jinyoung encarava o fogo que dançava sobre a lenha da lareira, espalhando calor e luz de um lado para o outro. As mãos do ator tremiam e os dedos batucavam as próprias coxas. Ele estava fedendo a suor, encharcado por lágrimas, cheirava a vomito – que sua gastrite sempre o fazia liberar nos momentos de tensão – e seu corpo estava exaurido, assim como afetado com a quantidade de liquido que perdeu e por andar tantos quilômetros.

- Ele apenas não teve paciência para me ouvir. – Explicou. – Não me deixou falar ou... ou coisa assim. Veio dizendo que não vendia flores para mim e que me queria longe dali... – Colocou a mão no bolso, pegando o cordão e metade dos estilhaços do pingente de gatinho – Eu disse que esse gatinho era horrível e que só usava por achar que ele estava morto e querendo lembrança...

- E...? – Goeun inquiriu.

- E ele respondeu dizendo que se essa era motivação, que eu continuasse usando porque ele vai continuar morto para mim... Assim como ele me matou na cabeça dele. – Disse e então afundou o rosto no ombro da amiga, liberando o resto das lágrimas que seu corpo já possuía.

O silêncio reinou pelos minutos seguintes. Youngjae e Goeun conversando por olhares e Ponyo que fora solta e corria até o quarto onde Coco estava. Jinyoung chorava sem lágrimas, seus olhos se fechavam insistindo que o liquido saísse... Mas ele estava esgotado demais até para isso.

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