"O Grande Final"

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15 de Setembro, 2034

" Era uma vez, um casal que sofreu muito.

Eles foram escolhidos a dedo, torturados, separados e mal tratados. Lutaram por causas que não acreditavam e batalhavam para permanecerem juntos. Juntos e sãos. O amor deles era imbatível, único e incomparável. 

As décadas foram se passando até que conseguiram se reencontrar. Muitos foram os anos de batalha, sem poder encontrar momentos a sós, formar um lar ou descansar a alma. 

Mas o amor, esse corria por suas veias e agressivamente abria caminhos para que o casal tivesse seus momentos selvagens a sós. Eles se tornaram o lar um para o outro, dispensando um físico. 

James era o príncipe encantado para a rainha que reinava em seu coração. Helena era a deusa que tinha os dias iluminados por um deus mais poderoso que Apollo. 

Desta união de fé, amor, companheirismo e respeito, surgiram duas crianças. Imbatíveis como os pais, mas infelizmente, que teimavam em ir dormir. "

- Mamãe! - Alex ria, enquanto caia em meus braços. - Nem mais um poquinho?

- Boa noite, amoreco! - Coloquei aquele doce em sua cama. Nossa, dez anos? Passou voando. 

- Papa! - Avril ria enquanto James dava um beijo de boa noite em sua testa. - Até amanhã! 

- Boa noite, filhota. - Seus dedos brincavam com os fios ralos daquela cabecinha de cinco anos, mas mais esperta do que qualquer um de sua idade. 

Era gostoso ouvir o silêncio recaindo em nossa casa no Brooklyn toda noite. Nosso quarto era iluminado religiosamente pelos postes da rua e algumas velas. 

Barnes sabia o que estava por vir, assim como eu. 

- Vai com calma que eu não quero um terceiro. - Bucky ria enquanto seus lábios acariciavam meus seios. - James...

Minhas unhas arranhavam sua nuca, até que passei a me agarrar em suas costas. Ouvia sua respiração alta, quente e sem ritmo. Seus lábios queimavam meu pescoço enquanto minhas pernas o puxava para mais perto. 

- Ainda bem que fazemos isso toda noite... - Me aninhei em seu peito ofegante. - Temos mesmo que ir para Nova Orleans amanhã?

- Infelizmente, boneca. - James me encarava, brincando com meus cabelos. Seu sorriso iluminava o quarto agora escuro. - Sam detectou uma ameaça terrorista, com sede na Louisiana. 

Embora fossemos pais, sempre tínhamos que deixar nossos pequenos com alguém em algum ponto da semana. Ás vezes por vários dias ou por uma noite. Desta vez, ficariam com Stark em sua casa-chalé. 

- Amor? - Bucky sussurrava. - Te amo.

- Te amo, querido!

James gostava de apoiar a cabeça em meu peito e dormir sobre mim, e não posso reclamar. Também adorava. 

Às vezes, em momentos de pura alegria e amor, penso em como sou sortuda. Uma família, um emprego bizarro e uma vida. 

Pensando em tudo que já passei, estou bem. Muito mais do que bem. 

- Mama? - Avril estava parada na porta do quarto, segurando uma manta e Alpine. Pobre gatinha. - Posso dormir com vocês?

James abriu os braços e a pequena veio correndo.

- Vocês vão salvar o mundo amanhã? - Sua vozinha soava como um anjinho mandando um recado divino. 

- Sim amorzinho. - Beijei sua testa macia. 

- Tenho muito orgulho de vocês. - Ela nos abraça pelo pescoço. - Na escola, conto para todo mundo que vocês são meus pais...

Neste momento, paro de ouvir Avril e foco em James. Seus olhos estão marejados, e ele também me olha.

É isso.

Nós conseguimos.

Somos felizes. Estamos juntos. E nosso amor nos rendeu filhos incríveis, amigos eternos e estabilidade mental, e claro, física.

Não, não posso dizer "isso". Não é "só isso".

É tudo. 

Muito mais do que tudo. 

Cavaleira das Trevas • Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora