07 de Fevereiro, 1992
- Então você tá me dizendo que precisa completar um ciclo de cinco missões para ser aceita na KGB? - Observo a ruiva disfarçada de loira devorar um sorvete.
- Não foi tão difícil de entender, vai... - Natasha limpa os lábios.
- E você quer que eu te ajude?
- Você vai me ajudar... Vão nos pagar em dobro e você tem que me ajudar a pagar o aluguel. - Romanoff levanta e anda até uma lixeira. - A festa é hoje às 19h... Vamos estar lá e apagar o cara.
- Fácil assim...
- Fácil assim.
17 de Fevereiro, 1992
- Nossa, essa casa é enorme! - A ruiva disfarçada de morena rodopia pela sala.
- Foco, Leila! - Chamo Natasha por seu nome falso. - Temos que tirar o cara e a grana daqui... Olha, ele já chamou os capangas.
- Ah, só mais um pouquinho! - Ela ri e balança uma arma "escondida" em uma cristaleira.
- Você quer luta, né?
- E atirar em alguns homens, o que não faria mal nenhum!
02 de Abril, 1992
- Ótimo show! Conseguimos a atenção do casal, que nos convidou para um jantar na casa maravilhosa deles! - A ruiva de cabelos pretos falsos tira um de seus brincos de pérola. - Não sabia que ensinavam balé na HYDRA.
- Graduação dupla: Viúva e Soldado. -Desamarro a sapatilha de pontas. - Foi fácil com esses dois...
- Como tirar doce de criança.
- Você é sádica, Sarah.
Romanoff ri e pisca pelo espelho de sua penteadeira no Teatro do Balé Bolshoi.
12 de Abril, 1992
- Nossa, que mulherzinha durona. - A ruiva com uma peruca platinada se solta da mulher desacordada no chão.
- De acordo com esses registros, ela é uma antiga Viúva Negra. - Jogo os papéis no chão e saio de perto dos homens de terno desacordados. - Você quer água ou Vodka?
- Um pouco dos dois me faria bem. - Natasha se senta em uma banqueta esperando as bebidas. - Nossa penúltima missão.
- Acho que até eu vou beber dessa vez. - Viro um copinho da bebida alcóolica.
- Somos uma boa dupla, Rita.
- Somos mesmo, Marie.
20 de Abril, 1992
- Certo, concluímos as cinco missões. - Desabo no sofá surrado do apartamento que Natasha alugou no começo do mês. - Conseguiu o que queria?
- Sim, meu passaporte para entrar na KGB. - A ruiva desembaraçava o casaco de seu sobretudo. - Ainda não entendi seu plano...
- Eu preciso voltar lá agora que sei disso tudo... Preciso de apenas uma coisinha para um dia recuperar James. - Meus pés sentem o chão frio. - Vão mantê-lo assim por mais décadas, como nós duas sabemos, por isso preciso me manter viva da mesma forma.
- Eu sei que ele é tudo para você... Mas precisa chegar a esse ponto? - Ela tira seu chapéu e joga na mesa.
- Por isso você é uma Viúva Negra e eu uma soldada.
- Fico feliz que finalmente tenha aprendido o feminino de "soldado".
- Mas ainda sou "Soldado Invernal".
- Pizza ou hambúrguer?
- De queijo.
- Como sempre.
Natasha abre o congelador e esquenta alguns restos no fogão.
- Sabe, ele parece ser um amorzinho. - Não entendo muito bem suas palavras por causa da comida mas acho que está falando de Bucky.
- Sim, ele é. - Mastigo devagar. - O Soldado Invernal falou alguma coisa de mim?
- Nada além do que te contei... Coisas mais teóricas do que amorosas.
Jantamos em silêncio.
- Espero te ver por aí.
- Sim, nos demos bem... - Romanoff cruza as pernas. - Tenho a impressão de que vamos nos reencontrar nos EUA...
- O futuro do mundo... Bom, já é... Acha que estaremos vivendo o sonho americano?
Nós duas rimos, mas com um pouco de tristeza.
- Espero que Yelena esteja com a gente... - A agente parece preocupada com a colega.
- Do jeito que é dedicada, nunca irá para a Gulag. - Olho o relógio e me levanto.
Minhas coisas estavam arrumadas desde a noite anterior.
- Sem despedidas? - Pisco para a mulher sentada no chão.
- Por que nos despediríamos se já já nos veremos? - Minha amiga pisca de volta.
A noite em Vologrado é fria e escura. Caminho até um carro estacionado no fim da rua. Arrombo a porta e faço uma conexão direta.
Horas se passam até que chego no aeroporto. Largo o carro no estacionamento e retiro minha passagem para Sibéria do bolso. Nat e eu adotamos as perucas, que viraram nossas maiores aliadas.
O voo é tranquilo. A caminhada no frio insuportável até a instalação da HYDRA também. Essa jornada até os portões metálicos do meu inferno pessoal me lembrou dos dias em que me obrigaram a ficar do lado de fora lutando ou apenas existindo para criar uma resistência absurda a temperaturas e nevascas. É, esse povo é realmente sádico.
- Alto lá! - Dois guardas anunciam minha chegada.
- Olá, rapazes. - Tiro o capuz felpudo para ver melhor a expressão de choque no rosto dos homens. - Sentiram minha falta?
----------------------------------------------
Devo estar nesta posição de tortura banhada em sangue há algumas horas.
- Qual foi sua ideia genial mais uma vez? - O General verme me bate com sua bengala.
- Dizer "oi" e cuspir sangue nesse seu coturno ridículo. - Uma bola de cor escarlate sai de meus lábios e encharca a ponta da bota preta do homem.
- Levem-na. - Me arrastam por quilômetros até a área central. Reconheço a cápsula de criogenia.
Meu plano está funcionando.
- Que tal mais alguns anos ai? Quem sabe quando você voltar - SE voltar - não se alie a nós? - O Médico verme acaricia sua barba branca de Papai Noel demoníaco.
Rio alto para que ouçam minha repulsa.
- É claro que vou voltar... - Me prendem a cabos e fios. - Afinal, o que farão sem a "mamãe" dos próximos Soldados Invernais?
A última coisa que vejo são seus olhos arregalando.
Sim bobões, eu sei a verdade.
E eu vou ver um Império cair.
Não, não.
EU vou fazer esse Império cair.
![](https://img.wattpad.com/cover/248752757-288-k43782.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cavaleira das Trevas • Bucky Barnes
Fiksi PenggemarUma jovem selecionada foi designada para ser a dupla do maior soldado da história: o Soldado Invernal. Mas após anos de tortura, será que eles ainda se lembram um do outro? RANKING: #1 in Espionagem - 10.04.2023 #2 in Espionagem - 03.04.2023