"A Equipe"

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13 de Março, 1974

Os últimos meses passaram voando, mas isso não significa que não foram cansativos.

Me testaram até verem minha alma chorar. 

Não dormi, comi duas vezes por dia e tomei um banho a cada dois dias. Não me deram um uniforme novo em três semanas, e depois em mais três e mais três.

Fui testada cinco vezes por dia e treinava com o Soldado Invernal o dia todo, todos os dias da semana.

Me disseram que cheguei no nível dele.

Desenvolvemos técnicas de luta para que soubéssemos como agir em dupla. Sei todos os seus próximos passos e movimentos, assim como ele sabe os meus. Chegamos a um ponto em que eu ganho dele em combates e treinos estratégicos. Nos comunicamos por sinais e códigos, olhares e micro expressões.

Mas não conseguiram me controlar. Não tenho meu cérebro fritado como ele. Suprimi quem sou para que possa sobreviver, sair deste lugar horrível e deixar a "eu" adormecida se libertar e viver outra vez.

Fui levada para um lugar chamado "Sala Vermelha". Lá eles criam e treinam jovens mulheres para se tornarem "Viúvas Negras".

Elas são habilidosas, ágeis, incrivelmente inteligentes e astutas. 

O Soldado Invernal as treinou. Uma grande maioria nasceu com seus comandos. As melhores.

Descobri que ele foi um sargento durante a Segunda Guerra Mundial. Sargento James Buchanan Barnes. 

Ele foi capturado e experimentado, escapou graças a um amigo, mas sofreu um acidente, a HYDRA o recuperou e fez dele esse cadáver ambulante. 

No momento estamos viajando até Florença, Itália. O Soldado está dirigindo este carro azul bebê com calma, como se não estivéssemos prestes a sequestrar e matar algumas pessoas. Serão três dias de puro horror. 

Pelo menos para mim.

Gosto de viajar de carro. Me perco em pensamentos, crio um filme e me entretenho com ele.

Me lembro de um dia em especial. Ah sim, esse dia.

Ou era noite?

" 3 de Fevereiro, 1974

- Mais alto! - O homem investia sem dó. - Chute. Mais. Alto!

Chutei seu pescoço com força, fazendo-o cambalear. 

Surpreso, o soldado parou e me encarou.

- Está sentido por eu estar te vencendo? - Estava em posição de ataque, assim como ele. 

- Sem conversa. - Um soco no ar. Agarrei seu braço e me pendurei ele, fazendo com que nós dois rolássemos no chão. Domei-o e montei. Encaixei minhas mãos em seu pescoço e pressionei até receber três batidas. 

- Isso é tudo por hoje? - Parei sem sair de cima. Tinha medo que ele me desse um golpe se me desarmasse. 

- Sim. - Mas suas mãos agarraram meu pulso. - Duas noites atrás... Nós ficamos conversando... Como? Como meu tratamento de choque falhou? Vem falhando?

- Acho que você achou um gatilho para te tornar... você... Ou um quase você... - Seus olhos tremiam, contendo as lágrimas. 

- Acho que ver uma pessoa nova aqui... Um rosto desconhecido despertou minha curiosidade, meu lado humano. 

- Isso é bom, certo? 

- Obrigado. - Ele acariciou as costas das minhas mãos. - É bom ter você para conversar quando isso acontece... Até você me vencer segundos atrás, era o Soldado... Agora sou eu, graças a você. 

Cavaleira das Trevas • Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora