𝘿𝙚𝙨𝙚𝙟𝙤 ( 𝙅𝙞𝙠𝙤𝙤𝙠 𝘼𝘽𝙊)

Capítulo 1

Nota da autora:

No decorrer da história, haverá passagem de tempo, para que a história não fique muito longa e com isso se torne maçante.

Boa leitura!

Caminhando errante pelas ruas de Los Angeles, numa manhã de sábado ensolarada, Jimin, uma Ômega de corpo curvilíneo, pele levemente bronzeada pelo sol californiano... Sente suas pernas doerem assim como seus pés e seu estômago por não ingerir nada a não ser água, nem sabe há quantos dias.

Aos dezesseis anos, fugiu de casa por não suportar mais a vida de abandono, descaso e abusos de sua mãe, se é que pode se chamar assim!

Sua mãe, uma ômega, que a cada dia trazia um homem diferente para dentro de casa, e com isso, não tinha paz sequer para dormir, sempre tendo seu quarto invadido por alguns desses alfas e betas.

Cansada de sofrer abusos, resolveu fugir de casa, o problema é que ela não tem pra onde ir, sua mãe a proibia de ter amigos, até mesmo em sua escola e não tem familiares por perto, ou até mesmo longe, nunca soube de outro parente que não fosse sua mãe.

Durante a noite dormiu ao lado da escadaria de um prédio, escondida debaixo de uma coberta que pegou no quarto de sua mãe e trouxe em sua mochila, tinha cheiro de tantos alfas que chegava a ficar tonta e mesmo assim estava morrendo de medo de ser atacada. Acabou dormindo pelo cansaço.

Jimin não conheceu seu pai, e não tem irmãos. Por sua mãe levar uma vida totalmente irresponsável, não faz ideia de quem seja o Alfa que a engravidou.

Jimin foi criada sozinha, pois sua mãe saía todos os dias e quando chegava em casa, sempre estava cheirando a bebida alcoólica acompanhada de algum homem estranho que ao vê-la a olhava com cobiça, não demorava muito para o macho invadir seu quarto achando que Jimin era algum tipo de bônus após sua mãe adormecer, por estarem totalmente embriagados, Jimin conseguiu fugir antes que algo mais grave acontecesse.

Certo dia teve que quebrar um vaso de porcelana na cabeça de um Beta, só assim teve um pouco de sossego.

“Putinha” era como sua mãe se referia a Jimin, dizendo que enquanto ela estivesse debaixo do seu teto, nenhum dos homens iriam assumir um compromisso com ela, afirmando que Jimin os seduzia.

Entristecida pelas lembranças, faminta e muito cansada, Jimin senta-se em uma pedra para descansar de sua caminhada sem destino.

Um vento suave trouxe consigo o perfume adocicado de sua fruta preferida, Jimin chegou a salivar ao sentir o cheiro doce de maçãs, olhou a sua volta até que avistou um pomar com árvores carregadas de maçãs, vermelhas e suculentas um poucos adiante, somente uma cerca a separando de seu desejo.

Com cuidado atravessou a cerca de madeiras por um pequeno vão que havia entre as tábuas, pois não havia ninguém por perto pra quem pudesse pedir, imaginou que não haveria problemas em pegar algumas frutas para saciar sua fome, deixaria suas poucas moedas para pagar, talvez não fosse suficiente, mas era tudo que tinha em seus bolsos.

Próximo a árvore carregada de maçãs, Jimin encontrou um pequeno banco de madeira o qual usou e mesmo assim teve que ficar na pontinha dos pés para alcançar a maçã enorme e bem vermelha que ao tê-la em suas mãos, salivando, esfregou em sua roupa, dando a primeira mordida, fechou os olhos saboreando a doçura da fruta.

— Quem é você, sabe está invadindo uma propriedade particular!? — Jimin ouve uma voz masculina, se assustando, quase engasgando com a maçã - E quem lhe autorizou comer as maçãs!?

— Me desculpe senhor, mas eu estou faminta! — Jimin procura suas moedas no bolso da mochila, logo estendendo na direção do homem carrancudo ainda sobre o cavalo — Não sei se é o suficiente, mas é tudo que eu tenho, eu só comi uma, está que o senhor está vendo em minhas mãos...

Jimin falava tudo muito rápido, se embolando com as palavras, com medo daquele Alfa fazer algo contra si.

— Terá que prestar contas com o dono do lugar — o homem diz a olhando sério — Já aviso que o Sr. Jeon não gosta de invasores, venha, vamos até ele agora mesmo!

Jimin engole seco, segue o homem pensando no que dirá ao proprietário.

“Darei a ele as moedas e poderei fazer alguns serviços para pagar a fruta que consumi” — pensa Jimin assustada, tendo que dar pequenas corridinhas para conseguir alcançar o homem que caminha rapidamente a sua frente segurando as rédeas do cavalo.

Após algum tempo, seu corpo cansado e faminto não resiste a caminhada, Jimin para um pouco sentindo tudo girar, abaixa seu corpo na tentativa de descansar e acaba desmaiando.

O capataz olha para trás a procura da Ômega e ao vê-la caída volta para buscá-la.

— Está realmente cansada — o homem pega a jovem no colo, a levando até o cavalo, subindo facilmente com a Ômega em seus braços, a levando até a casa grande.

— Onde eu a coloco? — o capataz pergunta ao entrar em casa com a Ômega desacordada em seus braços.

— Leve-a até o quarto de hóspedes ao lado do meu — O Alfa Lúpus, dono da fazenda diz após dar um gole em sua bebida — O que houve com ela Namjoon?

— Deve estar cansada, ela disse estar faminta, senhor! — os dois caminham juntos até o quarto, e o capataz coloca Jimin sobre o colchão macio.

— Deixe que de agora em diante eu cuidarei dela! — o capataz sai do quarto os deixando a sós.

— O quê houve com você, criança? — o Alfa Lúpus observa a bela Ômega sobre a cama — Tão linda, com esse perfume maravilhoso de maçãs e mel não deveria andar sozinha por aí.

O Alfa Lúpus verifica seu pulso e vê que sua pressão está baixa, provavelmente por estar exausta e faminta. Sai do quarto em direção a cozinha onde encontra seu cozinheiro.

— Prepare uma refeição quente para a jovem Ômega — o Alfa diz olhando para o Ômega a sua frente — Algo que os jovens gostam de comer.

— Sim Sr. Jeon, já estou providenciando — Seokjin volta sua atenção às panelas sobre o fogão — Já está quase pronto, ela já acordou?

— Não, ela parece cansada  — Jeon diz e logo volta ao quarto onde a Ômega dorme. Vai até a janela, fechando as cortinas para que ela durma confortável sem a luz do sol acordá-la.

Jeon senta numa poltrona e fica observando a Ômega adormecida, mesmo sendo muito jovem, sua beleza é incomparável. O Alfa Lúpus permanece sentado por horas observando a jovem dormir, velando seu sono tranquilo.

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