Capítulo 24

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Pego a foto de sua mão, e parece que estou me vendo ali. (Mídia)

Olho para o Sr. Kim com os olhos cheios de lágrimas.

— Você conhece seu pai? —ele me pergunta baixinho e eu nego somente com a cabeça — Se eu te pedisse pra fazer o exame de DNA, você faria? Só pra confirmar o óbvio. Quando eu senti seu cheiro, eu me senti estranho, uma sensação de que eu deveria te proteger... Jimin, você tem o mesmo cheiro da minha mãe. Maçã com mel, o meu cheiro é lima com um suave toque de mel.

— Sr. Kim, só peço que mesmo que o exame dê positivo, que o senhor não comente com ninguém sobre nosso parentesco — digo com a voz embargada, ainda olhando pra foto — Eu tenho medo...

— Desde que eu me aproximei de você tenho sentido seus temores, principalmente quando Sr. Lee se aproximou — Sr. Kim segura meu queixo me fazendo olhá-lo — Você estava tão à vontade conversando comigo, até ele se aproximar, me conta, qual o motivo de sentir tanto medo dele? Eu percebi que ele te trata como sua propriedade, inclusive eu ouvi você confirmar, mesmo sem querer.

— Eu não posso falar... — Sr. Kim me abraça deixando eu chorar, eu me lembro das palavras de Seokjin: Mude o ângulo / use o que você tem nas mãos — Ele ameaçou a família que me acolheu...

— Vamos para minha casa — Sr Kim me abraça me ajudando a caminhar até o carro, coloca o meu cinto, depois vai sentar ao volante — Enquanto estamos só nós dois, me conta toda a verdade!

Eu conto tudo que está acontecendo, inclusive sobre a ameaça de prostituição. Mesmo com medo, eu não aguento mais carregar isso sozinha. Conto exatamente tudo!

Ao chegarmos em sua casa, ele me leva até um quarto, no caminho ele chama Jisoo.

— Fica com ela por um instante — Sr. Kim me coloca na cama — Não faça perguntas, eu já volto!

Não demora muito, ele retorna ao quarto trazendo um notebook, falando com alguém no celular.

— Jisoo, nos deixe sozinhos — ele diz e assim que a nora sai, ele tranca a porta e começa a falar.

— Bom Jimin... — ele me olha por um tempo pensativo —Eu trabalho no serviço de inteligência, trabalho para a Interpol.(Organização Internacional de Polícia Criminal) — É uma organização policial internacional que visa o combate a diversos tipos de crimes — Voltei pra cá justamente por uma denúncia anônima. Alguém ligou avisando sobre uma jovem que foi trazida da Califórnia para trabalhar com prostituição de luxo. O que caracteriza tráfico humano. Quando eu me aproximei de você, eu já sabia o quê estava acontecendo e que você era a vítima, suas palavras só confirmaram a minha suspeita. Agora você vai me contar o motivo dessa família ter te acolhido e depois eu quero os nomes de todos os envolvidos, quem te trouxe e as pessoas que trabalham nessa agência de modelos. Pelo que eu sei eles tem filiais em várias partes do mundo é uma organização criminosa. E você está aqui por ser uma Ômega Lúpus, que é raro nos dias de hoje e segundo o denunciante, tem muita gente grande envolvida nisso. Se você conseguir se lembrar, quero os nomes dos clientes da agência.

Eu falo sobre o motivo de ter fugido de casa, e o Sr. Jeon que me acolheu em sua casa. Sobre a Lalisa que me levou para trabalhar em sua agência de modelos, até o Sr. Lee aparecer e fazer a proposta.

— Eu irei ligar para o Sr. Lee e avisar que você dormirá aqui hoje — Sr. Kim diz já com o celular na mão — Enquanto isso descansa, eu ficarei ao seu lado enquanto investigo os nomes. Até o amanhecer tudo estará sendo resolvido. Você só voltará naquele lugar para pegar seus pertences.

Fico olhando pra ele digitando no notebook, me sentindo em paz, até que adormeço.

Acordo sozinha no quarto, mas há um bilhete no criado mudo.

Estou em casa, ao acordar me liga.”

Ao pegar meu celular me assusto com a hora, já é quase meio dia. Nunca dormi tanto.

— Oi, já estou indo — Sr. Kim diz logo que atende — Já estou subindo!

Me sento na cama e fico olhando para o quarto e pela primeira vez, depois de sair da casa do Sr. Jeon, não sinto medo.

— Está vestida? — Sr. Kim pergunta antes de abrir a porta.

— Sim, pode entrar — digo sorrindo.

— Bom, tenho algumas pessoas aqui comigo — ele diz ainda na porta — E também tenho algumas informações, algumas maravilhosas e uma que eu não sei como você irá reagir.

Alguns homens entram no quarto.

— Nós obtivemos êxito na operação — um dos homens diz e eu não entendo.

— Prendemos todos eles — Sr. Kim explica ao perceber que não entendi — Agora vem a parte mais difícil... — ele se senta ao meu lado — Sua mãe também foi presa!

— Minha mãe? — eu sorrio sem humor — ela nunca pôde receber esse nome, ela nunca me tratou como filha!

— Hwasa foi quem deu a autorização para Doyeon tirar você do país — Sr. Kim me entrega um documento — Sem um responsável legal você não poderia assinar o contrato, pois oficialmente, você ainda tinha dezessete anos na época que veio pra cá. Você tem dezoito anos agora, fará dezenove em alguns meses.

Eu olho confusa pra ele, tentando entender.

— Quando o Sr. Jeon ligou para a escola pedindo transferência, Hwasa foi informada, pelo diretor da escola, por você ser menor — Sr. Kim explica — No mesmo dia da matrícula na nova escola, Doyeon procurou por Hwasa, quando fez a proposta, oferecendo uma grande quantia em dinheiro. Ela aceitou, alegando estar com uma dívida muito grande.

— Se eu tenho dezoito anos agora o senhor não pode ser meu pai... — digo após um tempo pensativa — Eu... Nem sei como...

— Quando eu fui para Califórnia, minha esposa estava grávida dos gêmeos, já estava com sete meses de gestação, eu voltei pra casa justamente para o parto que estava marcado, eles nasceram aos oito meses de gestação — Sr. Kim explica — Você não poderia ter a mesma idade que eles, sendo que eu conheci sua mãe aos 23 anos, somando os nove meses de gestação você não poderia ter dezenove anos. A conta não batia. Agora, com o documento original não tenho mais dúvidas.

— Mas pra ter certeza faremos o exame de DNA — digo sem esperança.

— Então, é justamente pra isso que eles estão aqui — Sr. Kim diz apontando para os policiais — Eles irão nos levar até o laboratório para colhermos o material genético para o exame. Todos os seus pertences já estão no closet. Vamos deixar você tomar um banho e se arrumar.

— Como minhas coisas já estão aqui!? — pergunto.

— A operação começou logo depois que chegamos aqui — ele diz sorrindo — Quando eu te levei até o carro, antes de você começar a falar, eu deixei o celular no viva voz, passando para os policiais a confirmação do crime, e eles começaram a agir imediatamente. Uma das pessoas que foram presas falou para o policial qual era o seu quarto, então trouxeram seus pertences. Eu só não esperava que a vítima fosse minha filha!

O Sr. Kim sai do quarto sorrindo.

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𝘿𝙚𝙨𝙚𝙟𝙤 ( 𝙅𝙞𝙠𝙤𝙤𝙠 𝘼𝘽𝙊) Onde histórias criam vida. Descubra agora