YOU ARE MINE?

CAPÍTULO QUARENTA

Eu saio do banheiro, com um roupão branco e enxugando meu cabelo com uma toalha menor. Os dias não estão sendo fáceis, minha frustração sexual está elevada e minha irritabilidade ainda maior.

Jennie está me provocando o quanto pode com seus olhares famintos, roupas extremamente elegantes e apertadas nos lugares certos e sorrisinho sexy. Não gosto de admitir isso, mas ela tem razão.

Eu poderia ter dito à ela que tive uma noiva à alguns anos, mas nem sequer lembrei disso quando ela voltou à minha vida. Jennie está sendo literalmente o meu de “cabeça para baixo”, ela vem consumindo minha atenção e meu orgasmos.

Sim, finalmente eu tirei meu vibrador da gaveta.

Usá-lo é bom mas não tanto como sentir a pele dela tocando a minha, portanto, eu estou precisando transar com ela e acabar com esse martírio. Daqui à duas semanas será seu aniversário, e eu sinceramente não sei o que fazer.

Minha querida Ruby está me provocando, mas também sei que ela está muito chateada comigo. Não temos nada sério, mas estamos fielmente juntas, ou pelo menos estávamos. No final de tudo, reconheço que errei feio.

Pegando meu notebook, eu ligo por chamada de vídeo para minha mãe, que atende rápido. Ela está com Lego no colo e ele basicamente arranha através da tela com suas pequenas patinhas.

— Lego, acalme-se! — minha mãe resmunga, sorrindo logo em seguida — Ele está um pequeno pivete, Lisa.

Eu sorrio. — Oh mamãe, ele está tão lindo! — meu gato fica ainda mais elétrico quando sorrio pra ele — Olá, meu amor! A mamãe está morrendo de saudades!

— Eu também estou. — minha mãe finge que ele está falando e eu gargalho — Oh, ele vai se alimentar agora! — ela explica quando ele pula de seu colo. Minha mãe se ajeita na sua cadeira e sorri pra mim — Como estão as coisas por aí?

— Bem, eu meio que estou me relacionando com alguém no momento.

—  Com quem?

— Jennie Ruby Kim, — eu digo.

Minha mãe arregala os olhos. — Oh my god, Lalisa!

— Não se preocupe mãe, — sorri pequeno — eu estou bem, é sério.

A julgar pela expressão facial da minha mãe, ela não parece muito confiante no que eu disse. Eu não a condeno de forma alguma, eu também não confiaria minha única filha com alguém cujo a família ameaçou-a.

Sei que meus pais zelam pelo meu bem-estar e minha proteção, mas acho que já sou bem grandinha para seguir seus conselhos. Meus pais sabem do estilo de vida que levo, eles não se intrometem muito porque não me bancam mais.

Eu os respeito, respeito suas opiniões e tudo que os envolve, mas minha felicidade apenas eu posso alcançar. Se Jennie me faz feliz, me deixa confortável e eu sinto algo por ela, não vou desistir fácil como no passado.

— Você está bem mesmo? — pergunta preocupada — Lembro o quanto sofreu naquela época, querida.

Sorri pequeno. — Estou sim, bem, ela descobriu sobre o meu antigo noivado com Amanda, então não estamos muito bem.

— Vocês estão em um relacionamento sério?

— Não, — desviei os olhos da tela — pelo menos por enquanto.

Ela arregalou os olhos. — Vocês...?

— Sim mamãe, sabe que sim! — eu disse, sem entrar em detalhes. Não gosto que minhas relações sexuais entrem em pauta em nossas conversas — De qualquer forma, eu estou sem o que fazer.

Minha mãe ficou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse pensando sobre, e eu sei que ela está pensando. Eu fico com a mesma expressão facial quando preciso analisar algo cuidosamente.

— Querida, posso lhe perguntar algo?

— Clara, mãe!

— Você ainda ama essa menina?

— Ela está mulher mãe, — falei — e respondendo a sua pergunta, eu sinceramente não sei.

— Não quero me envolver nos seus relacionamentos, mas você contou tudo à ela, não foi?

— Sim. — suspirei — Não foi fácil lembrar daquilo tudo, mas eu precisei.

Minha mãe assentiu. — Filha, não quero estimular você à nada, mas chegou a hora de você corrigir os erros do passado, não acha?

— O que está tentando dizer, mãe?

Ela sorriu. — Mesmo você não admitindo, sei que lá no fundo ainda tem sentimentos pela pequena Jennie. — disse — Não deixe ela escapar, tudo bem?

Senti meu peito apertar. — Mãe...

Minha mãe sorriu através da tela do computador, com o sorriso que meu pai tanto ama. Eu sei que ela gostaria que eu me casasse com um homem e tivesse meus próprios filhos, mas eu também sei que ela quer minha felicidade.

E se minha felicidade está em uma mulher, então ela me apoiará.

— Preciso desligar, seu pai está chegando para jantarmos. — ela sorriu animada — Vamos jantar no restaurante que foi nosso primeiro encontro.

— Oh, — balbuciei — isso é tão romântico.

Ela abriu ainda mais o sorriso. — Qual o seu programa para essa noite?

— Nada, vou ficar em casa mesmo. — falei — Provavelmente tomar um bom martini e relaxar na jacuzzi.

— Calor humana sempre é bom, uh. — disse sorrindo maliciosa — Preciso ir, eu te amo querida, qualquer coisa, me ligue!

— Também te amo mãe, manda um beijo para o papai, ok? — sorri para ela.

Quando fechei o notebook, pensei sobre o que minha mãe me disse, eu não sei se ela deu a entender algo, mas eu entendi de uma outra forma. Sorrindo, eu corri para o meu closet pra escolher algo sexy, afinal, eu já sabia para onde iria.