CAPÍTULO CINQUENTA E UM

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Faz duas semanas que Lisa se recuperou do seu acidente, ele ainda mexe comigo, mas tento não pensar muito sobre isso

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Faz duas semanas que Lisa se recuperou do seu acidente, ele ainda mexe comigo, mas tento não pensar muito sobre isso. Faz quase dois meses que aconteceu e parece que ainda estou vivendo aquele momento horrível, no hospital.

Odeio dizer sobre isso, mas o acidente me fragilizou demais, agora não posso mais fingir que é apenas sexo conosco, há sentimento, muito sentimento.

Viemos passar o final de semana na Califórnia, já que segunda-feira começa tudo novamente, incluindo a volta de Lalisa na empresa. Seus pais e ela me convidaram para vir conhecer Los Angeles, e cá estou eu.

Nesse curto período também percebi que seus pais respeitam muito o nosso “relacionamento”, eles foram extremamente carinhosos comigo e eu me senti acolhida nesta pequena família.

— Quero que conheça o Lego. — ela disse, agarrando na minha mão.

Sorri. — Estou tão ansiosa para conhecê-lo.

— Minha mãe disse que ele está um pequeno pivete. — Lisa riu.

Senti borboletas no estômago quando ela levou as costas da minha mão na sua boca e beijou, parece que tudo anda conspirando para dar certo. Não vou ser hipócrita e dizer que não ligo, porque na verdade, estou ligando muito.

O que anda me deixando bem frustrada, é o fato de Lisa estar negando sexo desde que se recuperou. Isso não é dela, há algo por trás, não é possível. Faz basicamente dois meses que não nos tocamos intimamente, isso é irritante.

No começo tudo bem, eu precisava negar à ela por conta do seu corpo, ele precisava se recuperar, mas agora é estranho. Lisa já está teoricamente 100% boa, e continua negando sexo.

— Queria dizer aquel...

— Eu te amo.

Arregalei os olhos. — O quê?

— Bobinha! — bateu com o indicador no meu nariz, enquanto caminhamos para dentro da casa dos seus pais.

A coisa que me pegou de surpresa, foi com toda certeza o clima. Aqui é quente, muito quente, estou acostumada à lugares frios, mas é algo que eu poderia experimentar mais vezes.

Conheço Los Angeles como a cidade dos milionários, aqui o estilo de vida é bem caro, fora as praias. Pedi à Lisa para me levar para conhecer a praia, quero mergulhar na água salgada e saber se há uma sensação diferente de piscina.

— Vamos? — parando em frente à porta, ela sorriu pra mim, beijando minha bochecha.

Ao entrarmos, pulei de susto com o bichano que veio correndo em nossa direção. É Lego. Ele está lindo, gordinho e enorme, minhas mãos automaticamente coçaram para apertá-lo.

— Vocês chegaram! — Stella Manoban abriu os braços, sorrindo de ponta à ponta.

— Oi, senhora Manoban. — abracei-a.

Ela deu dois tapinhas nas minhas costas. — Que saudade de você, querida!

— Sério? — senti uma enorme felicidade me atingir — Eu também senti saudade da senhora!

— Oh, vocês duas parecem mãe e filha. — Lisa brincou, revirando os olhos, com Lego no colo.

Stella gargalhou. — Tão ciumenta!

Observei a linda cena das duas se abraçando, por um momento senti falta da minha mãe, mas tenho certeza que ela está muito melhor lá na Inglaterra, com seu segundo marido rico.

Minha mãe nunca me maltratou ou algo do tipo, mas às vezes sinto que ela me negligenciou de qualquer forma, deixando o meu pai brigar comigo e não cuidando de mim como deveria. Eu a amo, mas prefiro estar em um ambiente onde eu não seja julgada por amar pessoas do mesmo sexo.

— Preparei um bolo para lancharmos, venham! — a senhora Manoban, ordenou.

A seguimos para a sala de jantar, e eu fiquei maravilhada com a decoração de sua casa. É uma decoração moderna, com muita madeira e folhagens, definitivamente é uma casa que eu amaria morar.

— Vocês demoraram.

A observei cortar o bolo. — Parece que foi a rota.

— Sim, — pegou o prato com um pedacinho de bolo — o piloto disse que o vento não estava favorecendo, então ele precisou fazer outra rota.

Stella assentiu. — Ainda bem que usaram o jatinho particular, — disse — um vôo comercial demoraria um pouco mais, não é?

— Sim, totalmente. — mordi um pequeno pedaço do bolo, revirando os olhos com o gosto — Isso está muito bom, senhora Manoban!

— Apenas Stella, por favor.

Lisa riu. — Mamãe ama cozinhar, bem diferente de mim.

— Pretendem fazer algo hoje à noite? — Stella perguntou.

Lisa me olhou e eu dei de ombros, o vôo havia sido cansativo, passamos mais de seis horas no ar. Eu preferia descansar, mas se ela quisesse me mostrar um pouco da cidade, eu não iria negar de jeito nenhum.

— Acho que vamos descansar, não é amor?

Eu arregalei os olhos, quase engasgando. Tenho certeza absoluta que meu rosto está exalando “pânico”, com que ela acabou de mencionar. Lisa acabou de me chamar de “amor” na frente de sua mãe, e o que eu espero é algo negativo.

Encaro lentamente a senhora Manoban, e vejo que ela parece curiosamente preocupada com minha expressão facial. O bolo desce doendo na garganta, pela forma assustada e envergonhada que estou no momento.

— Jennie, você está bem, querida? — perguntou — Precisa de uma água?

Neguei. — Es-Estou bem. — forcei um sorriso.

— Eu vou lá em cima colocar as malas, — Lisa se levantou, de propósito — já estou voltando.

Ela sai e eu fico extremamente envergonhada por estar sozinha com a sua mãe e quase engasgar com uma fatia de bolo, que está uma delícia. Abaixando o olhar, eu nem sei o que fazer ou falar, mas Stella é rápida em dizer:

— Jennie, eu já sei que você e minha filha estão em um relacionamento. — sentou na cadeira, ao meu lado.

A encarei. — J-Já sabe?

— Sim, querida. — colocou sua mão por cima da minha e sorriu carinhosamente — Está tudo bem, eu não vou desrespeitar você em momento algum.

— Não vai? — abri mais os olhos.

Ela negou com a cabeça. — Não sou assim. — apertou minha mão  — Se você ama mesmo a minha filha, então eu quero que sejam muito felizes.

— A senhora é maravilhosa, — senti lágrimas brotarem nos cantos dos meus olhos — obrigada por isso.

Stella se levantou, me puxou para seus braços e me apertou bem forte. Segurei ao máximo as lágrimas, mas infelizmente elas caíram em gotas, lentamente. Estou começando a perceber que tenho uma nova família, e eles me respeitam e aceitam como eu sou.

 Estou começando a perceber que tenho uma nova família, e eles me respeitam e aceitam como eu sou

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