A Pessoa Certa - Sibina

Capítulo 3

POV Sina Deinert

Bom, passou aquela semana que tínhamos para decidirmos. Aconteceu o jantar, falamos nossa decisão, nossos pais ficaram super felizes. Eu ainda acho que minha mãe me expulsou indiretamente... Mas ok. Brincadeira, eu sei que não foi isso, que ela pensa no meu futuro... Eu acho.

Bom, agora não tem muita importância. Já nos decidimos, e já estamos prontas para ir. As aulas começam amanhã, então vamos hoje, para conhecer e tudo mais.

Minhas malas já estão no carro, eu estou animada e um pouco ansiosa, não posso negar. É algo novo, que eu nunca imaginei acontecer. Espero que seja bom.

Conferi se esqueci de algo no quarto, mas não, estava tudo certo. Desci pra sala e fui pra fora, onde estava todos. Eu e Sabina despedimos dos nossos amigos ontem, nem eram tão próximos, mas pelo menos não sumimos do mapa do nada. 

Enfim, estão todos aqui. Eu já tinha me despedido de todos, menos meu irmão, que estava observando tudo encostado na parede de casa. Ele me olhou sorrindo e veio até mim, abracei ele que retribuiu o abraço com uma força necessária.

- Eu vou sentir saudades, maninha.

- Eu também vou. Eu espero que vá me visitar.

- Sempre que puder eu apareço lá, prometo. - Ele me olhou sorrindo - Te amo.

- Te amo também. - Ele beijou meu rosto.

Sabina, eu e nossas mães entramos no carro, iríamos com elas, e sim, elas vão e voltam no mesmo dia, bem loucas eu diria. 

Bom, entramos no táxi e fomos para o aeroporto. Eu e Sabina estávamos quietas e nossas mães não paravam de conversar. Assim que chegamos no aeroporto pegamos nossas malas e fomos até o portão de embarque, despachamos elas e esperamos nosso voo ser chamado. Não demorou muito, então subimos e sentamos em nossas poltronas. Sabina estava ao meu lado e nossas mães na nossa frente, juntas. Fiquei olhando para o pequeno "tablet" em nossa frente, onde poderíamos ver filmes, jogar ou algo do tipo. A aeromoça passou avisando para colocarem o cinto, ela nos explicou como por e como ligar o tal do tablet a nossa frente. Agradecemos e logo ela saiu. Uns minutos depois o avião começou a se movimentar. Olhei pro lado, onde Sabi estava, ao lado da janela. Ela estava olhando pra frente e estava tensa, foi aí que eu sempre que ela morre de medo de altura, avião, tudo relacionado a altura na verdade.

- Ei nenê, eu tô aqui. - Segurei em sua mão entrelaçando nossos dedos, ela me olhou em puro desespero - Calma, eu tô aqui. - Beijei sua mão e comecei a fazer um carinho, tentando acalmar ela.

Ela olhou pra fora e apertou minha mão, tentei ver seus olhos e vi que estavam marejados, levei minha mão livre até seu queixo puxando devagar, para ela me olhar. Acariciei seu rosto, ainda com os carinhos em sua mão. 

- Calma Bina, nada vai acontecer. - Falei quando o avião começou a decolar, realmente a decolagem e pouso são os piores momentos - Calma, olha pra mim. - Ela olhou em meus olhos - Calma.

Logo o avião se estabilizou no céu, Sabina soltou um suspiro de alívio. Eu sorri beijando sua mão.

- Pronto.

- Obrigada. - Beijei sua bochecha e ela encostou em meu ombro.

Ela não soltou minha mão, e eu não fiz questão de soltar a dela.

O voo foi calmo, eu fiquei vendo filme enquanto Sabina dormia, o pouso até que foi de boa também, Sabina estava dormindo, então nem passou por medo, desespero, nem nada. Assim que pousou eu levei minha mão até seu rosto acariciando.

- Bina. - Sussurrei quase inaudível para ela não se assustar - Eii Sabi, nós chegamos.

- Hum... - Ela murmurou, eu sorri.