Quando Yamato finalmente acordou, além de algumas dores nas costas, um incômodo absurdo na coxa e a cabeça latejando, veio também a compreensão rápida de onde estava e o que havia feito na noite passada.
Continuava deitado naquela cama, porém sozinho, o edredom até sua cintura o fornecendo uma temperatura agradável. Fechou o punho e bateu uma única vez em sua testa repreendendo a si mesmo pelo que aconteceu. Saiu da cama, se organizou da melhor maneira possível para recuperar uma dignidade que já estava tão ferida desde a noite anterior que sequer iria se esforçar naquela hora da manhã a mostrar qualquer coisa a alguém.
Seguiu para fora do quarto e para sua infelicidade encontrou Gai saindo da cozinha com um copo repleto de uma substância verde.
Ignorou-o plenamente sem se importar, enquanto o policial bebia o líquido com diversão, afinal após todas as sensações partilhadas na noite passada ainda eram dois estranhos um com o outro.
Foi para o sofá procurando o celular, não iria embora sem ele. Após um tempo o encontrou caído, então pegou-o, apertou o botão e apenas a tela completamente preta sem sinal de bateria.
Suspirou cansado se sentando no sofá passando a mão nos olhos coçando eles para afastar a exaustão.
- Merda, descarregou...
Não que esperasse qualquer ligação importante, mas a sensação lhe era estranha. Odiava ficar fora de área por qualquer coisa.
- Preciso lembrar-te qual é o caminho de saída? — Gai perguntou seriamente mantendo a expressão sem muito humor no rosto. Deixou o copo vazio de lado, iria lavar depois, naquele instante existia uma prioridade mais irritante do que uma louça suja. Apontou para o lado com o indicador. — Alguns passos naquela direção, encontrará uma porta, a abra e siga até o elevador.
- Caralho, como és mal humorado e irritante pela manhã. — Resmungou abrindo os olhos para encará-lo com nojo, feição que piorou ao ver aquele sarcasmo com o dedo que se mantinha apontando para a porta. — Você me fodeu, o mínimo e o esperado era que pelo menos fosse mais educado comigo, seu babaca.
- O que foi? — Arqueou uma das sobrancelhas e sorriu de canto, ainda sem humor. — Queria que eu acordasse você com beijos e um café da manhã na cama?
Yamato fechou sua expressão também para uma carregada perante a evidente ironia. Seu humor, que já estava nas últimas gotas, se esvaiu e finalizou não restando nada. Guardou o celular no bolso da calça que o outro o emprestou, se levantou sentindo as pernas ligeiramente doloridas e foi até Gai ficando em sua frente. Ergueu um pouco seu rosto para olhá-lo diretamente naqueles olhos negros em ameaça, a mandíbula rígida devido a mordida forte que estava realizando em seus próprios dentes, respiração regular e um silêncio entre eles enquanto trocavam aquele olhar sem nem piscar. Além disso, apertou a camiseta de algodão dele com uma das mãos, ineficaz em amedrontar ou qualquer outra intenção que tinha através daquele gesto, pelo menos para o policial não seria tão fácil assim, deveria se esforçar mais.
- Vai se foder, seu filho da puta. — Rangeu os dentes e abaixou o olhar para aqueles lábios vermelhos fechados, ergueu sua visão novamente para os olhos e em sequência empurrou o homem para trás e virou-se sem ao menos se despedir seguindo o caminho para fora daquele apartamento resmungando mais um palavrão indecifrável.
Gai respirou fundo soltando o ar pela boca e apertou as mãos em sua própria cintura deixando um sorriso pequeno surgir em seus lábios ao ouvir a porta se fechando com força e toda aquela tensão anterior entre eles.
- Merda. — Murmurou consigo mesmo fechando seus olhos, apertou o punho fechado em sua testa e bateu duas vezes para que recuperasse a consciência. — Isso não existiu, foi um delírio, eu bati a cabeça ontem e acabei de acordar. — Olhou para um tecido dobrado que estava no chão ao lado do sofá, ou seja, a calça de Yamato com um rasgo em uma das pernas e uma boa quantia de sangue, a prova de que tudo aquilo era real. — Infelizmente existiu.
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Mascarado - KakaIru
FanfictionIruka, era um jovem professor ligeiramente desanimado com sua própria profissão até ver sua vida quase se esvaindo por um fio. Sem esperanças de sair livre da situação que se meteu, viu um homem mascarado o salvar, permitindo sua segurança. Diversas...