Um café com o inimigo

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Após um tempo daquele jantar, Iruka admitiu, erroneamente, que teria um pouco de calmaria até iniciar novamente qualquer agitação. Quando pensava nisso, era em relação a Kakashi e também os amigos dele que aos poucos ocupavam um parte em sua vida a ponto de se preocupar com a segurança deles.

Contudo, no fim do expediente se direcionando para casa não esperava que fosse sentir uma mão se colocar sobre um de seus ombros. Então, diante disso, tinha diversas opções:

A primeira e a que boa parte da população iria seguir se estivesse em uma situação semelhante: Virar seu corpo e verificar quem era para então tentar entender a situação e o motivo do toque.

A segunda e não tão inteligente: Gritar grosseiramente para saber quem ousava tocá-lo e o assustar daquela maneira tão repentina.

A terceira e a que menos combinava consigo, na opinião de diversas pessoas que o conheciam: Apertar sua mochila com as duas mãos, girar seu corpo e com ódio dar uma mochilada no estranho.

Qual seguiu? Com certeza a terceira.

Apertou a mochila com suas duas mãos, a qual estava pesada por estar repleta de provas dos alunos e dois livros extremamente pesados que sempre carregava consigo. Girou seu corpo com tanto ódio e agilidade que o Iruka de meses atrás que era sedentário iria se surpreender e orgulhar-se do Iruka atual.

- EU NÃO VOU SER ASSALTADO DE NOVO! — Gritou em plenos pulmões ao bater com tudo a mochila no indivíduo duas vezes. Assustou-se ainda mais ao verificar a figura de Danzou rindo por ter sido golpeado e principalmente pela face de Iruka estar daquela maneira irritada. — Ah...

Abaixou sua mochila, vulgo arma, e a trouxe para perto de seu corpo deixando a única alça preta em seu ombro cruzando seu peito. Abraçou-a com o desejo de bater mais um pouco naquele homem, mas agora que já tinha visto que era ele não poderia.

Respirou fundo e o mais falso possível sorriu em um pedido de desculpas, como se realmente se importasse com o que fez.

- Lamento imensamente, senhor, assustou-me. Não tinha intenção de bater em ti.

Teve acesso a mais um sorriso amarelado do homem mais velho.

Iruka analisou-o discretamente, possuía um perfume forte, mas não tão agradável, parecia que exagerava ao passar justamente para camuflar o cheiro amargo do fumo. Ao contrário de Asuma, esse não conseguia ter sucesso em ficar cheiroso. Vestia uma camisa branca de botões com pelo menos três abertos e o tecido ligeiramente amassado com as mangas dobradas até metade do antebraço. Calça igualmente social, preta e solta no corpo, além do par de sapatos, que pela aparência pareciam ser caros. Um relógio estava em um dos braços.

- Normalmente agride todas as pessoas que vê na rua? — Perguntou arqueando uma das sobrancelhas com diversão analisando a expressão do jovem.

"Somente em pessoas filhas da puta que eu odeio!" — Respondeu em pensamento, apesar de ter se arrependido apenas de não ter dado com mais força, apesar de por dentro estar rindo admitindo que tinha sido um golpe incrível. — "As quais você se inclui, então sim, eu tinha intenção e não me arrependo nadinha."

- Normalmente não... — Passou o dedo indicador sobre sua cicatriz fechando os olhos e sorrindo o mais falso que pode. Estava se tornando bom nisso e se continuasse a encontrar aquele homem, a tendência era melhorar a cada encontro até ser o melhor mentiroso existente no mundo. — A região aqui é complicada, já não foi a primeira vez que sofri uma tentativa de assalto, então... — Abriu as pálpebras fitando o velho com seriedade e nenhum pingo de humor, apesar de estar conseguindo disfarçar bem. — Não chegue pegando em alguém sem que queira receber agressões, senhor.

Mascarado - KakaIruOnde histórias criam vida. Descubra agora