Descanso

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"Vem até esse endereço, rápido, preciso mesmo que venha, por favor."

Essa foi a mensagem que Yamato digitou ao chegar na sala de espera do hospital que encaminharam Kakashi, em sequência mandou sua localização à Gai.

Acompanhou Shikamaru para realizar os primeiros socorros em relação aos ferimentos de seu rosto e estavam os dois em um corredor qualquer esperando notícias depois que ouviram que encaminharam Kakashi ao centro cirúrgico.

Perdeu as contas de quantas vezes passou os dedos entre os cabelos curtos buscando algum conforto ou que simplesmente parasse de caminhar de um lado para o outro.

Gai chegou o mais rápido possível sem entender a situação, assustou-se e iria ignorar a mensagem que recebeu, mas ao ver que se tratava de um hospital resolveu deixar qualquer coisa de lado e vir. Parou em frente ao militar, apertou ele no ombro para chamar sua atenção e incentivou que contasse a situação, afinal se até Shikamaru estava envolvido temia a motivação por detrás de tudo. Ouviu atentamente e tentou ao máximo não demonstrar seus sentimentos por saber que Kakashi mais uma vez estava em um lugar como aquele ferido pela ligação que tinha com a Anbu.

Avisou Asuma, presumia e torcia que ele conseguisse contornar a situação e prestar um apoio melhor a Shikamaru, coisa que ele próprio não seria eficaz, não na condição que estava.

Ao notar que Yamato estava se culpando novamente pela demora que teve e por não ter conseguido ajudar Kakashi, abriu os braços os enlaçando ao lado na cintura dele, repousou as mãos nas costas e o trouxe para perto de maneira firme para que não se soltasse, o que não foi o caso, visto que o militar precisava daquele conforto. Primeiro gesto verdadeiramente carinhoso de ambas as partes sem reclamações, infelizmente por um motivo desagradável e triste.

Quando Asuma chegou se surpreendeu por duas coisas: A primeira foi ver Shikamaru sentado em uma cadeira, pernas afastadas uma da outra, cotovelos apoiados nas coxas e as mãos apertando as laterais de sua cabeça, pálpebras fechadas e claramente pensativo demais. A segunda, com certeza o chamou bastante atenção, afinal não esperava ver Gai sendo abraçado com força por Yamato de uma maneira íntima daquelas, dedos apertando firme o tecido da camiseta e o rosto colado na curvatura do ombro dele. Entretanto, apesar de tudo, não iria fixar seus pensamentos naquilo e sim em verificar como Shikamaru estava e, principalmente, tentar entender a situação ao todo.

Gai o contou tudo que sabia, apesar de Yamato ter se afastado de seu corpo mantendo uma distância "aceitável" se mantinha próximo do policial, mãos no bolso e a cabeça baixa olhando para o chão quase sem piscar. Estava uma bagunça.

- Alguém avisou o Iruka? — Perguntou após alguns minutos daquele silêncio, mais aliviado que o aprendiz tivesse ferimentos leves e nada mais, porém a dúvida era válida. Iruka, obrigatoriamente, precisava saber.

Gai iria fazer isso, mas apesar de possuir coragem para muitas coisas, aquela em especial não parecia ser tão fácil. Os discursos motivacionais eram nulos em sua mente, não havia uma abordagem simples para conversar com Iruka sobre o assunto sem ver aquele rosto se abalar e o medo de perder Kakashi tomar conta. Sabia disso, afinal sentia o mesmo em seu coração.

Shikamaru não possuía tanta intimidade com o professor e quase namorado do colega da polícia. No entanto, mesmo se tivesse não conseguiria falar muita coisa, o choque precisava passar para conseguir raciocinar e parar de se lembrar do instante exato que a lâmina do mascarado se fincou na carne de Kakashi, assim como a cena do socorrista sobre o corpo ensanguentado e desacordado dele tentando reanimar.

- É complicado, vai ser doloroso, mas ele merece saber... Ficar no escuro sem notícias será horrível... Deveríamos contar...

- Como achas que terei coragem de olhá-lo nos olhos depois do Kakashi ter implorado para mim que não lhe deixasse morrer?! — Yamato perguntou-lhe claramente abalado e não seriam abraços de Gai ou qualquer outra pessoa que o tirariam daquele estado nervoso, muito menos palavras bonitas. Sentia a culpa corroer sua carne. Asuma engoliu em seco, não tinha noção de quão ruim ao todo a situação estava, mas julgado o fato de até aquele homem frio estar daquela maneira, significava que estava complicada. — Eu cheguei tarde demais e...

Mascarado - KakaIruOnde histórias criam vida. Descubra agora