Em uma de suas manhãs de folga, Kakashi, fingiu estar dormindo e não perceber quando o despertador de Iruka tocou. O moreno virou na cama em busca de um "Bom dia" ou reclamação, e ficou aparentemente frustrado ao notar que ainda dormia. Se levantou deixando que o policial descansasse, foi para o banho, retornou provavelmente secando os cabelos com a toalha.
Kakashi resistiu ao máximo se mantendo com a respiração regular pesada, o corpo imóvel e as pálpebras fechadas. Seu desejo de rir e ficar com dó, na mesma proporção, aumentou quando sentiu a palma da mão de Iruka se colocar sobre sua testa, em seguida nas bochechas e pescoço como se estivesse garantindo que não estava doente, visto que continuava "apagado". No instante em que ele já estava vestido, mochila no ombros, cabelos amarrados e querendo o beijo de despedida que não teria naquela manhã, Kakashi se sentiu o pior ser humano do mundo.
Iruka ao ver que ele se mantinha dormindo deixou que descansasse, apesar da hipótese de sair sem trocar uma mínima palavra fosse estranho e pior ainda sem seu beijo.
Sua última intenção era ser mimado e manhoso por ficar triste por uma coisa daquelas em um relacionamento, nunca antes se sentiu assim, mas Kakashi conseguiu contaminá-lo com sucesso naquele quesito. Em sua defesa, desde a primeira vez que partilharam uma cama/casa, pela manhã recebeu pelo menos uma coisa vinda dele ao acordarem: Reclamações sobre o horário, um travesseiro para desligar o despertador, uma respiração pesada e ele sentado na cama o olhando sério por ter sido acordado, um chupão no pescoço, palavras ácidas e depois de um tempo, diariamente, o beijo.
Diante disso tudo, se sentia na razão de sentir-se estranho e com falta do carinho matinal.
Olhou novamente para Kakashi que se mantinha na mesma posição, apenas movimentando o peito em sinal de que estava vivo e respirando, imerso no sono pesado. Queria ir até ele e simplesmente dar um selinho, mas não tinha o mesmo valor de um selinho consensual vindo dele. Portanto, aceitou o destino de que pela manhã não teria nada além da respiração tranquila dele.
Fechou a porta com tristeza e seguiu para fora passando por Pakkun e se abaixando para fazer carinho debaixo das orelhas.
- Até você acordado e ele não. — Disse baixinho como se ele entendesse o motivo da tristeza matinal, o culpado era Kakashi que o deixou mal acostumado e mimado. — Eu vou trabalhar, garoto, cuide dele por mim enquanto eu estiver longe, beleza? Estranho dormir tanto, aprenda a ligar para mim e me chame se ele estiver mal, tudo bem? — Riu em negação por ter adotado o mesmo costume de Kakashi em conversar com Pakkun e fingir que ele o entendia. — Desculpe, vou parar de te encher.
Mais um carinho e um olhar para a porta do quarto fechada esperando que Kakashi viesse correndo descabelado e desesperado lhe dando o beijo. No entanto, mesmo após um minuto com Pakkun não ouviu nada. Portanto, seguiu caminho quase arrastando os pés como uma criança mimada por ter ficado sem seu beijo de bom dia.
No quarto, quando ouviu a porta de saída se fechando, Kakashi abriu um único olho analisando a situação a sua volta garantindo terreno seguro. Esperou cerca de trinta minutos deitado na cama e quando admitiu que Iruka de fato já deveria estar no Colégio, emburrado, saiu da cama com um pulo. Tomou um caprichado banho, vestiu uma bermuda, tomou seu café, brincou com Pakkun para passar o tempo e depois se vestiu com a roupa que há dias planejava.
Respirou fundo, se abaixou uma nova vez perante o "filho" com algo em mãos. Uma coisa que nunca se imaginou comprando ou se importando em comprar, mas quando o fez, admitiu que era perfeito.
- Adivinhe quem vai pedir o Iruka em namoro hoje? — Murmurou fitando os olhos castanhos escuros dele, o sozinho baixo de sua respiração e a inexpressão do rosto do cão. — Sim, eu... Bom, será uma surpresa e tanto, torça que ele aceite seu pai, beleza? — Passou os dedos sobre a testa dele em um carinho lento para enfim mostrar as alianças a ele, afinal de contas ele merecia saber de antemão sobre a situação. Adotando uma distância segura da boca dele, pois definitivamente sua última intenção era adiar o pedido porque as alianças serviram de comidas para ele. — Vamos demorar um bocadinho hoje, vou caprichar nas suas refeições para que não sinta fome nesse meio tempo sozinho. Quando chegarmos e se você estiver afim... — Guardou a caixinha no bolso em segurança. — Pode dar uma lambida no rosto dele, sei lá, demonstrar felicidade e não mordidas. Passamos da fase de sentir ciúmes, certo?
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Mascarado - KakaIru
FanfictionIruka, era um jovem professor ligeiramente desanimado com sua própria profissão até ver sua vida quase se esvaindo por um fio. Sem esperanças de sair livre da situação que se meteu, viu um homem mascarado o salvar, permitindo sua segurança. Diversas...