12- IL FIDANZAMENTO (O Noivado)

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Já se passou uma semana desde que foi firmado o meu casamento. Cazzo, meu casamento, ainda não me acostumei com a ideia que daqui a pouco estarei casada.

Uma semana e ainda não organizei nada, para falar a verdade não tinha nem noção de por onde começava a organizar um casamento. Mamma não teve tempo de me explicar muitas coisas. E bem, Saveiro nunca foi um exemplo de pai. Minha vida inteira fui cercado por homens. Depois da morte de Mamma, isso só ficou mais evidente. Quando não estava trancada em casa e cercada por seguranças que só falavam comigo para me dar sermão, perambulava pelos cassinos dos D' Ângelo, conhecia cada canto dos cassinos, seus segredos e como eles funcionavam.

[...]

- Um vestido!

Eu preciso de um vestido de noiva, será que é por aí que começo? E a igreja? Festa de noivado? Dio mio! Estava mais perdida do que nunca.

Matteo bem que poderia aparecer, me dizer o que já foi aprontado e essas coisas. Que ódio!

Minha cabeça já estava quente, passei a manhã inteira tentando saber por onde começar. Graziela me mostrou revistas de noivas, sites e afins. Sinceramente, enquanto os olhinhos de minha irmã brilhavam, tentava encontrar alguma animação, mas não dava. Tudo aquilo de ter um casamento perfeito e esperar por um príncipe encantado, nunca foi isso que eu quis para mim. Sempre quis mais do que ser resumida a mulher de um alguém.

Depois do almoço, continuei as pesquisas. E continuaria me estressando. Porém fui interrompida pela campainha que tocava sem parar. Ao abrir a porta o espanto tomou conta das minhas feições.

- Lucrézia! A querida, como é bom te ver. Você já é uma mulher.

- Titi! Oi? Eu não esperava te ver. Nem ela. - Lucera estava logo atrás de Tia Monalisa.

- Finalmente o desgraçado do Saveiro, decidiu que era bom você receber visitas. O stronzo (babaca) permitiu que viéssemos te ver bambina. Imaginei que precisaria da sua família agora. Sabe, as notícias do seu casamento já se espalharam por toda a máfia. Aliás, nós precisamos falar sobre isso. Se casar com um Martinelli? Você está louca, Lucrézia?

- Titi, agradeço pela visita, mas sei o que estou fazendo.

- Sabe mesmo?

A verdade é que não fazia ideia, porém não admitiria isso tão fácil. Ainda mais na frente de Lucera. Não tinha convivido muito com Tia Monalisa, mas ela carregava uma luz consigo que me fazia acreditar em suas palavras de olhos fechados. Já Lucera não me passava tanta segurança.

- Podemos conversar em particular?

- Claro, ragazza! - me respondeu e continuou, agora falando com Lucera: Por que você não vai chamar Graziela para se juntar a nós?

Lucera era esperta, já tinha se tocado que não queria falar em sua presença. Logo a mesma obedeceu o pedido de Titi.

Já sozinhas na sala:

- Então. Agora pode me explicar, onde você estava com a cabeça quando aceitou esse casamento?

- Estava em busca de uma brecha. E depois de tantos anos eu achei.

- Do que estás falando?

- Eu odeio os Martinelli, tanto ou mais do que a senhora. E há muito tempo atrás eu fiz uma promessa: destruir aqueles que fizeram mal a minha família, e é isso que eu pretendo.

- Ah, bambina esperta! Não vai me dizer que tudo isso foi um plano seu?!

- Foi. Sei que não é a coisa mais certa a se fazer, e que não deveria usar as pessoas para conseguir o que eu quero. Só que estou cansada de ser usada e não obter nada em troca.

Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia) - 01 [Danatto Sangue]Onde histórias criam vida. Descubra agora