Toc, toc, toc!
Toc, toc, toc!
Toc, toc, toc!
As batidas impacientes na porta não deixaram dúvida de quem poderia ser. Só Guero era tão incisivo e ansioso com portas fechadas, Gemma era calma, Matteo lento e Piero relutante, o resto dos seguranças mal ousava me incomodar quando estava com a porta trancada.
— O que quer agora, Fontana? — Abri a porta desanimada para o treino de hoje assim como nos últimos dias que sucederam após encontrar Piero embolado no próprio vômito. — Já disse que não quero treinar hoje.
— Não é sobre isso que vim falar. — Ele entrou sem cerimônia e se jogou na poltrona. — Preciso da sua ajuda.
— Hum! Está disposto a fazer um acordo com o diabo, Guero?
— Pela forma como estou desesperado, diria que sim. Sem dúvidas!
— A menos que precise de um pistoleiro emprestado ou de uma gargantilha de diamantes de graça, não sei em que poderia te ajudar.
— Ah, fala serio! — Guero esfregou o rosto de cima a baixo e depois coçou a cabeça. — Você sabe do que quero falar. — Ergui a sobrancelha. — De quem quero falar. — Aí sim entendi.
— Lucera. — Disse e ele concordou com a cabeça.
— Sabe, eu realmente gosto da sua prima. Desde de criança que sou louco por ela e Lucera nunca sequer me deu bola, quer dizer, até esses últimos meses. Talvez seja por sua causa e de Piero, uma consequência do casamento de vocês, ou algo que estava predestinado a acontecer e prefiro acreditar nisso. Não sei, só sei que comecei a pensar muito sobre isso tudo de uns tempos pra cá.
— Ainda não está fazendo sentido.
— Mava, Lucrézia! Não me pressione, va bene?!
Assenti enquanto tentava segurar o riso. Guero estava nervoso de um jeito que só Lucera conseguia fazer.
— Piero casou, Matteo está de casamento marcado apesar de que em certas vezes, achei que ele fosse adepto ao celibato. — Pigarreou como se tentasse organizar as próprias ideias. — Meus irmãos estão seguindo a vida deles e eu quero seguir a minha também.
— Você quer... com a Lucera? — Tentei esconder a risada prendendo-a entre os lábios comprimidos.
— Acha que Lucera aceitaria se casar comigo? — Finalmente verbalizou.
— Quer que seja sincera?
— Prefiro positiva.
— Talvez... uma bem remota chance. Bem remota mesmo.
— Isso é o seu positivismo? — Coçou a nuca.
— Não queira saber o negativo. — Não aguentei mais segurar a risada.
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Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia) - 01 [Danatto Sangue]
Romance"Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem." - Nietzsche. Lucrézia Caccini é uma jovem geniosa e cheia de opiniões, de vinte anos, que já sofreu muito na vida. Nem sempre ela foi distante e arredia, mas os assassinatos, sequestros...