23- IL SALVATAGGIO (O resgate)

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Minutos depois, nós já estávamos a caminho. Em um carro, eu, Guero e Matteo e nos outros dois automóveis havia homens de confiança armados até os dentes. Espero não precisar usar força letal, mas né... Nunca se sabe. Guero dirigia e Matteo olhava confuso.

- Ainda não sei pra onde estamos indo. - Resmungou Matteo.

- Já estamos chegando, faltam poucas quadras. - Guero respondeu.

Passado mais algum tempo, acho que Matteo reconheceu o percurso.

- O que você vai fazer, Piero?- Seus olhos demonstravam uma impaciência que nunca vi antes.

- Salvar uma garotinha. - Olha que fofura, nem parece que saiu da minha boca.

- Não podemos simplesmente invadir a casa do D' Ângelo e tirar Graziela de lá.

- Claro que podemos e é isso que vamos fazer. Ruggero já está lá, acabei de receber uma mensagem dele, ele está com mais soldados, caso precise.

- Piero, caralho! É perigoso, não posso deixar que coloque Graziela no meio de um fogo cruzado.

- Nós só vamos atirar em último caso. Não quero traumatizar a minha cunhadinha.

Matteo não escondeu a cara de desgosto, mas concordou mesmo assim. Seu olhar permaneceu distante pelo resto do percurso.

- Chegamos. - Anunciou Guero.

Não tivemos problemas para passar pelos portões, afinal ser o Don tinha suas vantagens, um deles é que as portas sempre estão abertas pra mim. Apesar de focado na missão, não pude deixar de reparar a suntuosa mansão, cazzo! Era gigante, devia ter o dobro, quiçá o triplo, da minha e olha que a minha casa é bem grande. A arquitetura era clássica, comum a das mansões italianas. O lugar também se encontrava preenchido por seguranças. Acho que vou precisar do reforço.

No portão principal dois homens faziam a guarda. Ao me verem chegar até arrumaram a postura. Antes que eu abrisse a boca, Guero se antecipou.

- Lembra de mim, Stefano? - Meu primo tinha um sorriso zombeteiro no rosto. De onde eles se conheciam?

- Sim, senhor. - A cara do tal Stefano não era muito boa, nem amigável, acredito que ele não gostou de ver Guero.

- Abra a porta! - Ordenei.

- Senhor, meu patrão não se encontra. Seria de bom tom voltar outra hora.

- Admiro sua coragem. Stefano não é? - Brinquei com o colarinho do seu terno. - Mas isso não foi um pedido, foi uma ordem. Abra a porra da porta! AGORA! - Engrossei a voz

- Mas..

- Silenzio stronzo! Abra essa merda! Depois eu me resolvo com o seu patrão. - Botei minha cara de mal para jogo. Quem esse arrombado acha que é? Ah, se ele soubesse que meu dedo está coçando para apertar um gatilho hoje.

O capanga teve juízo e abriu caminho, permitindo a nossa passagem e posso jurar que vi de relance Guero mostrar a língua pro homem, contudo eu devo estar louco, não é possível. Matteo logo tomou a frente e subiu as escadas numa velocidade impressionante. E apenas o segui, Guero e Ruggero fizeram o mesmo.

Depois de rodar pelos corredores do segundo andar, Dio mio! Quase me perdi dentro dessa casa. Matteo parou na frente de uma porta entreaberta. Ele adentrou o quarto de paredes rosadas e todo decorado com florezinhas, ursinhos e várias bonecas. Com a porta mais aberta percebi uma garotinha franzina se escondendo debaixo da cama. Merda! A menina parecia apavorada.

Matteo se abaixou para que ela o visse, e estendeu a mão enquanto falava.

- Oi, princepessa. Sou eu, Matteo. Já pode sair daí, é seguro. Esses são meus amigos. - Apontou para mim e meus primos que estavam mais atrás.

Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia) - 01 [Danatto Sangue]Onde histórias criam vida. Descubra agora