68- MALE DI DECENNI (Mágoa de Decádas)

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Festas beneficentes sempre me desgastavam

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Festas beneficentes sempre me desgastavam. Sorrir e acenar para juízes, advogados e políticos corruptos roubava parte da minha energia mas, no fim, era necessário para legitimar nosso lugar na sociedade. Afinal, a máfia se esgueirava pelas rachaduras de uma comunidade de poderosos, sujos e imorais, guiados apenas pelo anseio por mais poder.

Se eu quisesse fazer parte desse mundo, descartar-me nele, precisava jogar o jogo deles.

Conseguimos colocar tanto pó na Europa que os russos tentaram nos matar, a ampliação do nosso mercado centralizado em Milão ameaçava o controle deles sobre o continente. O produto de Alfonso era melhor que o deles, a coca colombiana é a melhor do mundo e a sociedade com o Cartel Florez possibilitava o destaque nas ruas, pois quem provava queria continuar consumindo.

A heroína vinda do Afeganistão cobria a aresta que faltava na cadeia de consumo do mercado europeu e a metanfetamina e ecstasy produzida nos laboratórios subterrâneos das empresas Caccini e dos De Luca elevavam o nível de produção e exportação.

Quanto às armas, o abastecimento vinha da África e do Oriente Médio, por intermédio de mercadores e contrabandistas internacionais, passando pelas minhas mãos já que mexi meus pauzinhos para que todo contrato de armas de fogo e munição fosse acordado com pedras preciosas oferecidas pelas Joalherias Caccini.

Assim, o Conselho se encontrava aos meus pés. Mas eles ainda tinham a maioria das cidades perto de Milão sob seu domínio, restava pouco para dar um golpe em Piero.

Tirar o meu marido da cadeira de Don e assumir seu lugar. Antes essa ideia, quando ainda era distante, parecia ser extremamente prazerosa e necessária, entretanto, agora, já não conseguia a ver como ideal. Por mais que quisesse, parecia errado usurpar o poder de Piero enquanto ele me fazia juras de amor.

Maldito Martinelli.

Meu coração ficava enclausurado dentro do peito só de imaginar o amor de Piero se tornar ódio quando lhe passasse a perna. Sim, "quando" e não "se", não havia espaço para dúvidas, meus sentimentos em relação a ele não eram relevantes, importava apenas conseguir a vingança que esperei por anos. Destruir o Conselho de dentro, fazê-los pagar pela traição ao meu nonno, só isso.

Eu sobrevivi a vida toda esperando esse momento chegar, foi o desejo de vingança que me manteve de pé, fez suportar Saveiro e os D' Angelos e casar com um Martinelli. Piero e qualquer sentimento que despertasse em mim não faria diferença quando o momento de destruí-lo chegasse.

Arrancaria meu próprio coração pela minha vingança.

Todos os representantes do Conselho andavam pelo salão com o peito estufado e a cabeça erguida como se não fossem pobres por baixo das roupas caras. Minha bile chegou à boca assim que vi Guido e Contessina em uma conversa animada. Guido Barone me enojava por si só, acompanhado de Contessina Giordano ficava pior. Eles estavam, com certeza, tramando alguma coisa. Um frio subiu pela minha espinha no instante em que eles brindaram com a taça de champanhe.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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