16- FANTASMI DEL PASSATO (Fantasmas do passado)

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[...]

Puta merda! Perdi a hora, inclusive já estou atrasado para o noivado. Acabei adormecendo depois do Martini. Olho o celular e vejo mais de 10 ligações de Matteo. Cazzo! Corro imediatamente para o banho. Terminei consideravelmente bem depressa e graças aos deuses Sandra tinha separado um terno para mim. Já estava terminando de adotar a camisa social quando o celular toca novamente.

- Cian(oi)?

- Stronzo! Você desmaiou de bêbado de novo não foi? - Disse Matteo

- É claro que não! Eu caí no sono... pois... é... estava muito cansado de ontem.

- Aham! E eu sou o Batman.

- Idiota!

- Está pelo menos pronto?

- Já estou saindo de casa. Chego em 5 minutos.

- Giusto(certo)!

Na verdade demorei uns 15 minutos para terminar e chegar no La Danza, totalizando quase 1 hora de atraso. O lugar conseguia estar mais arrumado hoje do que em dias normais e olha que o normal de lá já era arrumado. Será que isso era coisa da minha futura noivinha? Eu tinha tantas dúvidas sobre ela. Não só no que tange a fisionomia mas também a personalidade. Não conhece- lá me deixa intrigado, ainda mais por ela ser alguém da alta roda da máfia.

Deixei a inquietação de lado para verificar a caixinha no meu bolso, nela estava guardado o anel de noivado. Já que ia fazer isso que fosse direito. Era um anel de diamante e prata, eu não entendia nada de joias mas parecia ser bonito. E para falar a verdade não o escolhi, foi um presente de dona Andreia, minha mãe, que me deu no meu último aniversário com ela viva. Mamma parecia adivinhar toda a desgraça que viria.

Assim que pisei o pé no salão, fui cercado por abutres, digo os homens da máfia. Que certamente demonstravam simpatia na minha frente mas pelas costas planejavam me derrubar. Mais um dia normal na vida de um Don.

- Perdonomi signores! Deixá-los esperando foi deselegante. - Falei para a roda de homens que se formou em minha volta.

- Imagina Don! O senhor deve estar muito ocupado. - Falou Genaro, um dos associados.

Passado algum tempo, cumprimentei mais alguns sócios da roda e vi que Matteo acenava para mim. Deixei os cavaleiros e me aproximei do meu amigo que estava acompanhando de uma bela mulher, cuja só vi os os cabelos negros, com várias ondulações, que ia até metade das costas, com um cintura bem demarcada, porte atlético e um quadril volumoso. Me dei conta que aquela provavelmente era Lucrézia.

Estava pronto para vê- lá de perto. Quando fiquei a menos de 5 metros dela, um tiro arrebentou a cabeça do cisne de gelo, muito perto da cabeça da ragazza, por sinal. Tentei tirar a arma da bainha, mas antes que pudesse fazer isso mais tiros vieram e depois mais e mais disparos.

Eu fiquei paralisado. Aquele barulho, o maldito som dos tiros me fez entrar em transe, me fez voltar ao passado. Parecia que estava revivendo todo o horror que foi no dia que Mamma morreu. Meu coração pulsava tão rápido que pensei que fosse pular para fora do meu peito, minhas mãos tremiam e não conseguia me mover nem um centímetro sequer.

Não sabia mais se a falta de ar era por ter levado um tiro agora ou por estar tão desesperado quanto há 12 anos atrás. Eu devia estar alucinado também, pois logo comecei a sentir a sensação do sangue quente escorrendo pelas minhas costas. Os gritos dos convidados estavam em segundo plano, o foco principal naquele momento era meu próprio desespero.

Depois de alguns torturantes e longos segundos comecei a voltar a mim e vi os lábios de Matteo se mexendo mas não estava consciente o suficiente para saber o que ele disse, em seguida um segurança passou o braço pelas minhas costas e me abaixou, depois outros se aproximaram enquanto me escoltaram para fora do recinto.

Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia) - 01 [Danatto Sangue]Onde histórias criam vida. Descubra agora