Capítulo 25: O Labirinto de Arango

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Nova Jerusalém, Paraíso

Ofegante, Jeremy Keeler abriu os olhos para ver os símbolos a sua volta. Estava em uma sala especialmente criada pelos anjos para ampliar suas habilidades dentro da memória coletiva – tanto para acessar e selecionar as memórias que seriam uteis para os anjos, quanto para se proteger caso os Filhos do Abismo tentem descobrir sua localização.

Jeremy isolou-se da memória coletiva mais uma vez, deixando correndo a sala. Ele tinha que encontrar um arcanjo, alguém que estivesse na liderança e pudesse tomar uma decisão importante que não envolvia diretamente a guerra. Leonard Ross estava em perigo e os anjos tinham que ajudá-lo.

Para sua surpresa, viu uma criatura com asas de fogo passando pelos escudos mágicos que protegiam a cidade como se eles não existissem – o que significava que só poderia ser um anjo, mas pelas asas, um serafim, mas estes nunca saiam da Sala do Trono. Ele pousou a poucos metros de Jeremy, no centro da praça central da cidade, onde estava a cruz tridimensional que abria a porta para o Salão de Prata.

Os murmúrios começaram assim que viram o rosto do serafim. Miguel havia mudado, evoluído, havia se tornado algo a mais do que qualquer outro anjo. Ele não tinha permissão de contar os detalhes de sua jornada, mas disse que o Paraíso estava mudando, muito mais do que ele próprio. Pedindo licença, ele veio na direção de Jeremy, encarando-o direto nos olhos.

– Você deve ser a alma que está na memória coletiva. – disse, surpreendendo Jeremy. – Siga-me.

Sob os olhares de anjos e almas que viviam em Nova Jerusalém, Jeremy acompanhou o querubim – se é que de fato poderia categorizar Miguel assim – até o prédio do qual tinha acabado de sair. Subiram até o quinto e mais alto andar, pois nenhum prédio ali era maior que isso. Caleb, três representantes dos Heartless e dois arcanjos estavam ali.

Aquela sala era usada para monitorar as atividades dos Filhos pelo Paraíso através de um mapa holográfico – criado com a Magia Celestial. Podia ver o Paraíso inteiro, com um mapa exatamente igual ao da Terra; havia nele milhões de pontos laranjas, alguns mais reunidos em concentrados em maior quantidade – principalmente em um ponto na Ásia, um pouco acima da China, na Mongólia. Jeremy notou que eles se moviam lentamente para norte e nordeste, chegando na Rússia.

A segunda maior concentração estava em Roma. Fora estes, havia outros grupos menores na América Central, África do Sul e Oceania. Outros pequenos pontos estavam espalhados aleatoriamente pelo mundo. Jeremy também notou o contrário, que uma área gigantesca em volta de Nova Jerusalém – indo quase de maneira circular pegando lugares distantes, como Hungria, Tunísia, Nepal e parte do Cazaquistão.

Jeremy percebeu a estratégia deles, crescendo aos poucos a área livre de Filhos, enquanto protegiam as Cidades Refúgios: Nova York, Moscou, Dubai, Sidney e Istambul. Roma foi a primeira delas a cair, pouco depois do começo da guerra; Buenos Aires, mais recentemente, também foi dominada pelos Filhos – e o querubim que a guardava, Alev, fora morto.

– O que pode me dizer sobre os próximos ataques dos Filhos, Jeremy Keeler? – Miguel perguntou, sem olhar diretamente para o rapaz; estava focado no mapa.

– Ainda não descobri nada de útil, exceto que Kifo está em Kauai, se recuperando de um encontro com Leonard Ross. – informou. Pôde ver no rosto de Miguel que ele iria aproveitar aquela oportunidade. – Mas não ficará lá por muito mais tempo.

– Contate Valentine. – Miguel disse para um dos arcanjos. – E diga para enviar uma patrulha, mas não combatam o inimigo. Mande o time que está na Índia, acredito serem os mais próximos além de Valentine, mas temos que garantir que Sidney continue protegida. E...

Afterlife: AscensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora