Capítulo 29: Ondas de Calor

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Fronteira da Áustria com a Alemanha

Terra, 2011

Amarwen viu a estação que dividia a estrada entre os dois países – algo comum que tinha visto nas memórias de Luke, mas um conceito que não existia no Paraíso, onde eles existiam, mas qualquer um podia ir livremente de um lugar para o outro. Nepherety o tinha transportado para um lugar perto o bastante para observar e aprender sobre as armas e os padrões humanos, principalmente daquele posto em específico.

Notou que eles iam de um lado para o outro atrás de um muro de concreto. Três bases paravam carros que cruzavam da Áustria para Alemanha, apesar de que apenas uma delas tinha um veículo; as outras tinham passado seus últimos carros e não havia nenhum visível no horizonte. Quando o último deles saiu e se perdeu de vista, Amarwen caminhou até a fronteira.

Aqueles que estavam sobre os muros gritaram palavras em sua língua natal, as quais ele nem chegava perto de compreender – mesmo com as memórias de Luke, que soube apenas identificar se tratar de alemão. Imaginou serem avisos, pedindo para se identificar, parar ou disparariam suas armas. Amarwen não fez nenhuma das duas.

Os projéteis de chumbo vieram rápidos, mais do que ele esperava; contudo, sua velocidade de Filho do Abismo era ainda maior. Desviou de um lado para o outro, criando propulsões com o calor que suas habilidades naturais lhe proporcionavam – algo que ele nunca tinha visto os próprios Filhos fazerem, principalmente porque a teoria dessa habilidade ocorreu apenas durante sua conversa com Nepherety.

Ainda desviando, ele deixou que a lava do Abismo se acumulasse em suas mãos, lançando-as contra os muros. Um buraco enorme se abriu, logo abaixo dos guardas – destruindo o suporte onde eles estavam; os dois mergulharam para a morte, batendo as cabeças nos destroços e quebrando seus pescoços.

Amarwen viu alguns homens juntarem-se atrás das cabines, com seus rifles apontados. Assim que ele estava na distância correta, eles dispararam. Apesar de tentar desviar, ele sentiu a dor dos projeteis entrando em sua pele e o calor de seu sangue escorrendo. Invocou lava do Abismo e a deixou no formato de um escudo redondo, colocando-o a frente do corpo; as balas que batiam nele era absorvidas e derretidas pelo calor do Abismo.

Com um urro de guerra, Amarwen avançou contra os inimigos, que pareceram desesperar-se, aumentando a frequência de seus disparos. Ele sentiu um impacto forte, que facilmente quebrariam os ossos de um humano; a cabine pela qual passou destruindo caiu atrás de si, quando ele emergiu do outro lado. Ele sorriu ao ver o rosto de surpresa e medo dos homens.

De baixo para cima, acertou um dos homens, lançando-o a dois metros do chão. Girou para esquerda, de modo a certar um chute no peito de outro. Com o escudo formado pelo no braço esquerdo, ele transformou o direito em uma lâmina cumprida e pontiaguda, não muito mais larga que dois dedos. Os soldados se revezaram entre disparar suas armas e atacar Amarwen a curta distância; estes que resolviam partir para o mano-a-mano não tinham a vida muito longa.

Um deles, que parecia ser mais corajoso que os outros, atacou Amarwen com duas pistolas, uma em cada. Seus socos eram fortes por causa das armas – mas o Filho podia ver que também havia um custo para suas mãos – e cada vez que ele tinha uma chance, ele disparava, conseguindo acertar alguns tiros no peito, braços e uma vez na perna. O Filho do Abismo não queria admitir, mas os ferimentos estavam começando a desacelerá-lo; e seu atual adversário percebeu após o projetil em sua coxa.

Amarwen acertou um soco com o escudo no rosto do soldado, atingindo na diagonal em cima do olho direito, cegando-o instantaneamente. O dor o jogou para trás, permitindo que o Filho cravasse sua lâmina no peito, no centro exato do coração. Logo em seguida, virou-se a tempo de cravar a mesma lâmina no olho esquerdo de outro. Girando e abaixando ao mesmo tempo, cravou a fina lâmina na mandíbula de outro, de baixo para cima, saindo no topo da cabeça.

Afterlife: AscensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora