... amigos apenas dormem em outra cama

890 123 28
                                    


Se o evento ficasse mais chato, iria para a definição de insuportável. Me acomodo em uma mesa, agradecendo aos céus que estava vazia. Resolvi pegar parte das atividades de Lis, mesmo que ela insistisse que poderia viajar, eu não queria arriscar. Agora eu entendia o porque dela viver a reclamar de investidores enfadonhos. Grande parte deles eram. 

Evitei beber, então tornava tudo pior. Deixo minha mente voltar para domingo, meu último dia com Gulf. Nosso final de semana foi bem mais revelador do que eu esperava. E eu amei cada minuto. A imagem de Gulf no dia seguinte da noite de nossa transa foi preciosa. Houve satisfação por vê-lo acordar com a boca inchada, e saber que fui o único a lhe causar tal afeição. Gulf me xingou o máximo que pode assim que se olhou no espelho, infelizmente sua pele marca muito rápido, então, ficou as marcas de meus toques em seu quadril e coxas. Sem contar os chupões, que para mim seriam leves, mas fincou em sua garganta a vermelhidão arroxeada.

Eu tentei ser o mais delicado possível em nossa primeira vez, tanto que não sei o exato momento em que perdi o rumo de mim mesmo. Mas tenho minhas implicações que foi entre os gemidos dele, poder vislumbrar e apreciar seu corpo nu implorando por meus toques. Gulf não tinha noção do quão sexy ele era. Controlei cada fibra em meu corpo para não me deixar levar e machuca-lo sem querer. Tê-lo em meus braços foi a melhor sensação que tive em longo tempo. 

Após as palavras de Lis, eu tentei trabalhar com os meus próprios sentimentos. A viagem foi por pura vontade minha, de poder tê-lo comigo, sem indagações de terceiros, sem rostos que reconheceriam qualquer um de nós. E, queria ter essa experiência de poder sair com ele, e poder presenteá-lo de alguma forma. 

Não era minha intenção transar com ele, de forma alguma. Porque até então, parte da minha cabeça já estava analisando como eu iria contá-lo sobre o motivo qual era melhor apenas sermos amigos. Mas eu mesmo ia em contradição aos meus pensamentos pois bastou Gulf me tocar que eu cedi completamente para ele. E agora, havíamos transpassado mais uma vez, e pelas palavras dele, não acho que há como eu ignorar isso agora. 

Me sentia preso nele. Desde ontem meu corpo pedia desesperadamente por Gulf. Todos os meus sentidos ampliados para qualquer lembrança do toque de seus dedos, seus gemidos, a forma como seu corpo impulsionava de encontro ao meu. Não tinha o suficiente dele. 

Eu prometi que iria ser só nos dois, enquanto eu me sentisse confortável. O problema era que eu me sentia confortável demais. Tenho a consciência de estar lutando comigo mesmo, e nesse meio tempo, Gulf estava ali para me perturbar mais ainda. Qual era o meu problema? Lis tem razão e eu sou incompatível a ele? Era tão egoísta assim ? 

Eu devia apenas curtir estar com ele, mas há essa parte em mim que não consegue se doar completamente. Eu o disse que estava com medo. Eu confessei. Gulf me fez perceber que sou um grande idiota. Não sei lidar com suas emoções com medo de machucá-lo, mas também não aceito as minhas, o que me leva a ainda assim poder machuca-lo. 

O que Lis não sabia, era que eu não queria tê-lo de forma alguma em primeiro momento. Eu estava satisfeito com nossa amizade. Ele estava ali e tudo se encontrava nos conformes. No entanto, a gente mudou e eu mesmo não consegui negar o que estava acontecendo. Era uma sensação de que a cada dia eu tinha de fazer uma escolha, uma validação. O único jeito de Gulf se manter na minha vida agora era assim, enquanto estamos físico e sentimentalmente entrelaçados. 

Resolvo ir embora após devagar sozinho, em meu caminho socializo o melhor que posso. Eu queria ligar para Gulf, falar com ele, mesmo que fosse sobre a droga do tempo. Sorrio gentilmente para todos que falavam comigo, meu objetivo estava quase se concretizando, mas através de minha visão periférica vejo Parm. Nem ao menos sabia que ela estava aqui. 

FriendsOnde histórias criam vida. Descubra agora