Não, nós não somos amigos

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A nossa conversa nunca aconteceu. Quase duas semana depois e Mew desapareceu por meio de seus afazeres. Estou dividido entre a necessidade de esclarecer tudo e deixar as coisas como estão. Mas não podia ser egoísta, ele estava atarefado com as últimas semanas antes do desfile de sua coleção, qualquer outra coisa podia ficar para depois. O que não significa que aquele momento não ficou rebobinando em minha mente todas as noites. E ao passo em que me sentia incrivelmente envergonhado, faria tudo de novo. 

- Se ele me repetir eu juro que me humilho. Foda-se, quatro anos de faculdade só me ensinou que se humilhar nunca é o suficiente. - Sorrio, meio que concordando com Yuna. A garota estava desesperada com as notas finais de nossa última matéria obrigatória. Se reprovarmos, teríamos que passar mais um semestre regular e ninguém queria isso. 

- O que a faculdade ensina também é nunca achar que as coisas não podem piorar, porque sempre vão. - Tin ergue seu copo em saudação. 

- Isso não é a lei de murphy ? - Pergunta Kaio, recebendo um olhar incrédulo de Tin. 

- O que importa? Eu tenho que citar a referencia? Isso é um trabalho de conclusão? Bebe cara. -  Aceno diante do desespero dos meus amigos. Sim, estávamos todos arrasados e destruídos depois de uma semana cheia de provas e mais trabalhos, a noite de sexta ficou reservada para beber e fingir que não temos outras preocupações. 

- Que cara é essa? Está tudo bem? - Yuna se serve dos biscoitos salgados que Tin começou a sujar tudo jogando propositalmente em Kaio, que se manteve inabalável já acostumado com as brincadeiras do outro. 

- Sim. Cansado... - Antes que eu pudesse continuar a falar Tin bate na mesa repetidas vezes, seus olhos arregalados para algo atrás de mim e Yuna. 

- Aquela ali não é a sua ex cara? - Todos nos viramos para encontrar a figura que Tin apontava. Após passar meu olhar por várias cabeças, achei um rosto que não vi durante muito tempo. Juni. - Incrível que ela continua magricela né? 

- Ei, para com isso! - Ouço o que seria uma tentativa de Yuna para repreender Tin, mas sua voz saiu alterada devido os risos. 

- Tadinha, muito magrinha. - Tin continua e Yuna solta uma gargalhada. - Ei, Gulf, vai lá falar com ela? 

A observo caminhar em direção ao bar, andando calmamente entre o emaranhado de corpos em seu caminho. 

- Não sei. - Murmuro, me posicionando direito na mesa. Kaio já estava com uma garota aleatória  a seu lado, ignorando-nos completamente agora. 

- Chama ela, parece estar sozinha. - Yuna diz sem se preocupar em olhar para o bar e sim focada em terminar os biscoitos e sua cerveja. 

- Chamar ex para conversar, bebendo álcool. Acha ser uma boa ideia? - Yuna da um tapa na testa de Tin. 

- O que tem haver? Você conhece Juni, não finja que ela nunca fez parte desse grupinho. - Tin revira os olhos para a fala de Yuna. 

- E dai? Ela era namorada do Gulf, não minha! Eu estou dizendo o óbvio, ex namorados juntos em um bar termina em sexo e muita merda. Acredite, somos jovens e burros. - Tin me lança o seu olhar "você sabe do que estou falando" e sorri sarcástico para Yuna. 

- Gulf é mais sensato que você. - Sorrio porque nessa nem eu acreditava, apesar de Tin ser levemente aleatório, eu não estava muito melhor. 

- Ata, vai nessa. - Tin murmura soltando um sorriso debochado. 

- Gulf, vai lá no bar e pede mais desses biscoitos para cá, eu juro que já tentei chamar essa garçonete dos infernos. - Yuna grita mais uma vez, no entanto, continua sendo ignorada. - Por que esses universitários enchem esse lugar, não posso pedir uma porção de salgados, que ódio! 

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