Capítulo 24

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JOALIN

Depois que saímos de Santa Teresa, fomos para o Arpoador. Passeamos na praia, conversamos coisas sem importância e rimos muito. Trocamos olhares de felicidade, de desejo e… Sim, de paixão também! Como qualquer outro casal que está se conhecendo, que faz juras de amor e planeja o futuro, tá certo que quem fez juras de amor e planejou o futuro fui eu, mas… Ah! Quando a gente conhece alguém e se apaixona, é assim, né?

Nada dessa história de “que seja eterno enquanto dure”, na verdade, a gente quer que dure pra sempre. Não dá pra amar alguém e achar que tudo acabará em algum momento, se é amor de verdade, dentro de nós fica sempre a esperança de que jamais terminará. Mesmo que tudo acabe em umas horas…

Bom… Tomamos água de coco, molhamos os pés no mar do posto 9 em Ipanema. Roubei um beijo dela lá e tive que correr por quase dez minutos porque Sabina queria me matar. Também olhei feio pros carinhas que a paqueravam na areia, quase dei um murro em um que a chamou de gostosa quando passamos perto do mar. Ai como eu sofro ao lado dessa mulher! Não riam! Eu estou falando sério!

Andamos mais um pouco e paramos para ver o pôr do sol sentadas na areia. Exatamente no lugar em que caí de joelhos para me apaixonar por ela, pertinho do mar.

Sabina ficou olhando-me por longos minutos.

— O que foi? – Perguntei curiosa, virando-me de frente para ela.

— Seus olhos estão lindos, Jo!

— É porque eu tô olhando pra você – Disse enquanto tirava alguns fios do seu cabelo que o vento fazia bater no rosto.

— Me dá a sua mão! – Estendeu as dela, eu segurei. Sabina levantou-se de sobressalto e puxou-me para que eu me levantasse também – O sol foi embora, é a minha vez de te mostrar meu lugar preferido, lembra? – Falou animada, sorrindo como uma criança.

— Claro que lembro! Mas dá uma dica de onde é? – Aproveitei que ela ainda segurava as minhas mãos e a puxei, aproximando nossos corpos. Senti suas coxas tocarem as minhas – Só uma dica, por favor! – Segurei seu queixo, beijando-a no rosto, bem pertinho dos lábios. Sabina se esquivou, por isso o beijo foi na trave.

— Pro carro agora, mocinha! – Puxou-me pelas mãos novamente enquanto caminhava pela areia. Continuamos de mãos dadas.

— Essa é a dica? O que tá ligado a carro, hein? – Fingi que estava pensando – Kart? Seu lugar preferido é o kart? Autódromo de Jacarepaguá? – Eu falava enquanto saíamos da areia – Seria… Carrinho bate-bate de parque de diversões? Você está bem grandinha pra isso, moça! – Continuei caminhando ao lado dela. Vocês acham que eu iria soltar as suas mãos? Claro que não! Nunca!

— Vai tentando… – Riu irônica – O que mais? Vamos! Chuta, sem imaginação!

— Sem imaginação? Tá me gastando, é? – Olhei pro céu agradecendo a Deus por ela estar ao meu lado, voltei a olhá-la – Eu tô me esforçando, sabia?

— E eu não estou te sacaneando. Você é quem se precipita… Você é muito ansiosa, Joalin! Não pode esperar? – Falou fingindo estar zangada comigo.

— Dá uma dica real, vai? – Parei e encostei-me na porta do carro dela – Não vai me dar uma dica, né? Irá me deixar morrer de gastrite? Isso dói, sabia?

— Deixa de ser dramática, menina! Meu lugar preferido é onde ninguém nunca entrou. Pronto, minha dica! – Fez um gesto para que eu me afastasse do veículo e abriu a porta – Satisfeita?

— Não ajudou muito. Mas se ninguém entrou nesse lugar, por que tá me levando lá?

— Porque eu… Eu… Confio em você – Sussurrou encarando os meus olhos. Senti meu corpo inteiro arrepiado com o olhar que ela deu ao dizer aquelas palavras. Bom, resolvi parar de tentar persuadi-la. Não disse mais nada, apenas entrei no carro e esperei ansiosa para saber que lugar tão especial seria esse.

𝑃𝑟𝑜𝑖𝑏𝑖𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑎 𝑀𝑖𝑚 - JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora