Capítulo 12

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NOTAS INICIAIS:

Olha, agradeçam à Fabs por esse último capítulo de 2020!
Desde que eu comecei a ler as au's/fanfics dela, ela foi super receptiva, gentil e inspiradora; além de um exemplo por escrever tão bem!!!
Fabs, esse capítulo é pra você meu anjo escritor!
Feliz Ano Novo e nos vemos lá embaixo ;)

***

SABINA

Depois que Joalin conseguiu o que queria de mim, ela simplesmente desapareceu e, por mais que eu tentasse, não conseguia parar de pensar nela. Hoje era quarta-feira, dia de ensaio na boate. Krys passou por mim, puxei seu braço e olhei-o.

— Não, Sabi – Disse um pouco impaciente, antes que eu fizesse qualquer pergunta.

Certo... Toda vez que eu via Krystian era algo mais forte que eu, uma coisa incontrolável mesmo e acabava perguntando a ele se tinha alguma notícia de Joalin, mas a sua resposta era sempre a mesma.

— Não sei dela, Sabi. Mas... – Sacudiu meu ombro – Levanta essa bola, menina! Vai trocar de roupa rápido que hoje temos muito o que ensaiar, desamarra essa carinha triste e vem brilhar no palco! – Disse tentando animar-me.

— Tudo bem. Não vou atrapalhar o seu trabalho – Puxei o ar e soltei-o devagar como se estivesse sufocada.

Caminhei em passos desanimados até o camarim para trocar-me. Cruzei com uma das meninas no corredor, mal nos falávamos, havia uma competiçãozinha boba ali dentro, nem todas conseguiam bons clientes e sempre reclamavam que Simon me privilegiava, embora isso não fosse mentira, eu sempre me impus e nunca aceitei programas baratos, sempre escolhi o nível dos meus clientes, também, sempre deixei claro ao Simon que se não fosse desse jeito, eu não trabalharia pra ele. Sabe o que ele me disse? "Para de trabalhar comigo e eu te mato".

Se fiquei com medo? Não. A minha vida não vale muita coisa mesmo, a morte não me assusta, mas clientes mal encarados, fedorentos e pobres sim! Elas passaram por mim e sequer me cumprimentaram, estavam animadas falando sobre clientes, sobre a night e sobre dinheiro. Tudo ali dentro girava em torno do dinheiro. Simon nesses últimos anos conseguiu se tornar não apenas o maior e mais bem pago cafetão de Copacabana, mas também o distribuidor de drogas mais respeitado da região. Não tinha problema com policiais, pois ele os pagava. Não tinha problema com traficantes que forneciam drogas, pois ele os pagava também e muito bem. As meninas morriam de medo do Simon, mas nenhuma queria deixar de trabalhar para ele, pois ele as pagava acima do "preço do mercado" e nos dias certos.

A boate era dele também, era a "menina dos seus olhos" como costuma dizer. É onde ele agencia as meninas, promove grandes festas e eventos que são considerados os melhores da cidade do Rio de Janeiro. É onde ele vende droga, entrar aqui durante o dia é fácil, basta saber a senha. Que senha?

Os usuários de drogas já sabem como entrar aqui pra comprar, basta responder ao segurança da porta que sempre pergunta:

"Tá à procura?" Se o cliente hesitar ao responder ou demonstrar qualquer sinal de que não sabe do que se trata, não consegue entrar. É simples, quase como tirar doce de criancinha.

Parei de frente a porta, respirei fundo novamente, abri-a e acendi a luz. Estava tudo tão quiete, o silêncio não me assusta, mas, nesse instante, senti como se ele pudesse me tragar.

Liguei o som, estava tocando um clássico da Pussycat Dolls, "Stickwitu". Fechei os olhos, já estava no refrão da música, concentrei-me na letra. Ela dizia:

"Ninguém vai me amar melhor

Eu devo ficar com você, para sempre

Ninguém vai me levar as alturas

𝑃𝑟𝑜𝑖𝑏𝑖𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑎 𝑀𝑖𝑚 - JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora