Capítulo 41

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SABINA

Na manhã seguinte cheguei cedo na boate. Não preciso nem dizer que depois que Joalin foi embora eu não consegui pregar os olhos, né?

Logo que passei pela portaria, Bailey me informou que Simon estava me esperando no seu escritório. Respirei fundo e fui encontrá-lo. Bati na porta entrando logo em seguida, aquele homem repugnante estava sentado em sua cadeira confortável de costas para a porta. Ele segurava um copo de uísque, e assim que notou minha presença, girou a cadeira para encarar-me de frente.

Simon abriu um sorriso falso ao me ver, eu senti tanta vontade de xingá-lo ou simplesmente pular no seu pescoço e apertar até que ele perdesse o ar e morresse. Que Deus me perdoe, mas eu desejava muito a morte daquele crápula! Porém sabia que eu nunca teria coragem de matá-lo, porque assim eu seria igualzinha a ele.

— Queria falar comigo? – Perguntei fria, fitando-o com ódio.

— Tá abusada, hein, vadia? – Segurou meu braço – Você não tem medo?

— Vai me matar? – Desafiei.

— Deveria... Mas morta você não tem valia pra mim – Sorriu e soltou meu braço, pegando o copo de uísque que ele havia apoiado na mesa, tomando um gole – Tem programa pra você – Abriu a agenda que estava sobre a mesa folheando-a – São três pra hoje.

— Não vou fazer! – Disse segura.

— Você cheirou alguma coisa antes de vir pra cá? Tá doidona? – Exibiu um sorriso sarcástico – Não tem medo de que algo aconteça à sua ex-namoradinha?

Apoiei as duas mãos espalmadas na mesa dele inclinando meu corpo para frente. Simon sentou-se na cadeira. Olhei-o com firmeza, era minha última cartada para me livrar daquela vida. Já que eu não podia viver o meu amor com Joalin, tentaria ao menos me livrar da merda que é a prostituição.

— Escuta bem Simon, porque eu não vou falar duas vezes! – Respirei fundo enchendo meus pulmões de coragem – Não quero mais me prostituir, eu tô fora! Não tenho medo de você e muito menos do que você pode fazer comigo. Quer me matar? – Tirei as mãos da mesa e abri os braços desafiadoramente – Vai fundo mata! Porque eu já morri quando tive que me afastar da única pessoa que amei durante toda a minha vida. Se quer saber, não me importo nem um pouquinho de morrer.

— Você sabe que eu não farei nada contigo. Mas com a Joa-

— EI! – Alterei-me interrompendo-o de imediato – Se acontecer alguma coisa com ela, seu desgraçado, você me perde da mesma forma! Porque eu não terei mais motivos pra me submeter às suas chantagens! Se eu tô aqui agora, é por amor à ela! Do contrário... Eu estaria me lixando pra você, seus negócios e essa merda de boate!

Ele ficou quieto me escutando e nitidamente refletindo sobre as minhas palavras.

— Tá me dizendo que vai parar com os programas? Com os shows? Se você fizer isso eu mato aquela pirralha, Sabina! – Levantou-se novamente e bateu na mesa irritado. Senti meu coração pular dentro do meu peito com o barulho que as mãos dele fizeram na superfície de madeira.

— Não vou parar com os shows, vou continuar vindo a essa boate todos os dias. Só vou parar com os programas e você vai deixar Joalin viver a vida dela! O trato é esse, ou você aceita ou você se fode. E aí? – Decretei minhas vontades.

— Bom... – Pensou por alguns instantes enquanto enchia outro copo de uísque pra si – É justo... – Virou-se de frente para onde eu estava – Quero você perto de mim, só isso! Não preciso do dinheiro dos seus programas, preciso de você perto dos meus olhos – Aproximou-se e fechou os olhos enquanto tocava os meus cabelos – Sinto tanta falta do seu cheiro... – Sussurrou.

𝑃𝑟𝑜𝑖𝑏𝑖𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑎 𝑀𝑖𝑚 - JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora