3.5

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Dahra Guerilla x

Eu vaguei a noite toda, literalmente por horas.

O relógio no rádio do carro marcava oito da manhã e eu continuei meu caminho pela cidade de Los Angeles, agora voltando para casa.

Andava pelas ruas de volta para a mansão e observava todos os caminhos tentando tirar tudo da minha mente.

Eu não pude acreditar que durante semanas, todas as alucinações, eram realmente alucinações e não avisos de que Kiana estava viva e me perseguindo.

Ainda não posso acreditar que Kiana estava morta, depois de tantos anos, depois de tudo o que ela fez.

A frase que Kiana disse durante o nosso jogo mortal ficava martelando sem parar na minha mente.

"Se eu morrer aqui, eu vou te assombrar pelo resto da sua vida. Eu vou estar em seus sonhos, em suas alucinações. Vou fazer da sua vida um inferno. Você não vai conseguir viver depois de tudo o que aconteceu aqui"

Infelizmente ela estava certa.

Era tão difícil viver depois de tudo o que tinha acontecido, eu simplesmente não conseguia tirar tudo aquilo da minha mente.

Às vezes eu sentia como se eu ainda estivesse lá. Como se minha fuga fosse mentira e por isso, eu sei que agora é a hora de procurar por ajuda psicológica.

Eu precisava ficar bem.

Não só por mim, mas por todas as pessoas que convivem comigo, por minha mãe, por meus primos, pela mulher que eu amo.

Fui acordada de meus pensamentos com um barulho alto de buzina.

Olhei para o sinal e ele estava aberto mais uma vez. Antes que eu pudesse andar, ouvi um grito atrás de mim e uma voz masculina gritando comigo.

— 'Tá dormindo, porra! Eu tenho hora — ele gritou mais uma vez.

— Estou nem aí para sua hora, não sabe esperar não? —

O cara saiu do carro, gritando algo que eu não pude ouvir.

Olhei para fora da janela, olhando para o homem que estava me xingando de todos os nomes que passavam em sua mente.

— Só podia ser mulher, mesmo. Parece uma tartaruga, por que fez carteira se não sabe dirigir? —

— Meu senhor, me desculpe, o sinal já abriu, porque não entra no seu carro vou sair do seu caminho já já —

— Agora eu provavelmente já perdi a porra do meu compromisso por que uma mulher lerda estava no meu caminho —

— Pelo menos eu não sou um machista de merda que xinga mulheres por causa de um problema de trânsito. Você não está atrasado? Por que não entra nessa porra de carro e some da minha frente? —

— Repete o que disse, filha da puta —

Saí do carro de Billie também, me segurando para não sacar meu revólver.

Meu sangue ferveu no momento em que eu ouvi o mesmo falar da minha mãe.

— Do que você me chamou, seu merda? —

— Isso mesmo que você ouviu, puta —

Coloquei a mão no quadril, pronta para sacar minha arma, mas antes que eu faça, uma mão me impede.

Era a mulher que tinha me ajudado a ir para casa no dia em que eu finalmente consegui me livrar de Kiana. Não consigo me lembrar do seu nome.

— Dahra, não é? Se acalma —

Holding the gun •Billie Eilish• |✅Onde histórias criam vida. Descubra agora