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Claudia Sulewski x

— Você não está fugindo de mim, não é? — Dina pergunta me dando um susto imenso e me fazendo colocar a mão no peito.

Eu tinha acordado um pouco mais cedo do que as outras pessoas e ido até a cozinha por conta da fome enorme que eu estava.

Estava morando com os Guerilla's, é certo que eu não queria mais envolvimento com gangues mas, precisava de um lugar para ficar, então Dina conseguiu convencer a tia e atual líder a me deixar trabalhar com os computadores junto com ela.

— Não, não, claro que não — falo meio embolado por conta do meu nervosismo.

— Por que toda vez que a gente transa você me evita depois? Não está gostando do que estamos fazendo? Porque se for isso a gente pode parar, eu não vou ficar chateada, nem nada — Dina diz tudo rápido.

Eu a olho, pensando comigo mesma em que eu tinha me metido.

Eu gostava de Dina, ela era uma pessoa incrível, quando estou com ela não me lembro do Finneas, não me lembro das coisas que ele me fez e de toda a dor que Kiana me causou por conta dele.

Infelizmente, algo me fazia lembrar dele quando não estávamos juntas. Do seu jeito educado, da maneira que ele me beijou e acreditou em mim de primeira quando eu o contei sobre a namorada dele, mas em meio a esses sentimentos bons, eu também lembrava dos ruins, me lembrava de toda a dor física e emocional causada por Kiana por culpa dele.

Eu não podia evitar pensar nisso. Era culpa dele, era tudo culpa dele.

Me sento na bancada da cozinha, soltando um longo suspiro e encarando Dina.

— Eu posso ser sincera com você? —

— Deve — Di me responde prontamente, interrompendo minha linha de pensamento.

— Eu gosto de você. Muito. E também gosto das coisas que a gente faz, gosto do jeito que me toca, do jeito que me beija e que você me faz sentir amada e desejada — fico em silêncio, esperando que Dina processe o que eu falei.

— Mas... — ela me incentiva a continuar.

— Mas, quando não estou com você, Finneas está em todo o meu pensamento, desde os pequenos detalhes dele. Até o nosso único beijo dado. Eu sinto muito, Di. Só sinto como se eu estivesse traindo você ao pensar tanto nele, me entende? E não é isso que eu quero para você e nem para mim —

— Eu entendo, Clauds — sorrio com o apelido que ela tinha me dado — Quer dizer que seremos só amigas a partir de agora? —

— Quer dizer que eu preciso de um tempo. Sua irmã um dia conversou comigo e ela está completamente certa, não posso usar você para tapar as feridas causadas por Finneas e Kiana. Eu preciso de um tempo para mim e para a minha mente, e eu juro que depois desse tempo, eu te procuro —

— Eu vou te dar esse tempo, Claudia. Você passou por muita coisa e a última coisa que eu quero é que fique ainda pior porque eu não consigo me segurar ao seu lado —

Sorrio com seu gesto e me aproximo, lhe dando um último beijo, pelo menos por enquanto.

As mãos de Dina logo chegam ao meu quadril e ela faz questão de as apertar, em um aviso silencioso para que eu me afastasse.

— Vou deixar você arrumar seu café sozinha. Tchau, Clauds —

E com isso ela sai, me deixando sozinha na cozinha, com meus pensamentos e com a minha comida.

Não muitos momentos depois, vejo Erinn passar pela porta, enquanto ria alto com Finneas.

Eu havia me aproximado muito da Guerilla nos dias em que passamos no porão de Kiana, infelizmente essa proximidade acabou quando Erinn de repente virou melhor amiga do Finneas.

Holding the gun •Billie Eilish• |✅Onde histórias criam vida. Descubra agora