Holding the gun •Billie Eilish• |✅

0.1

Billie x

O relógio marcava uma da manhã.

Eu passei a mão de leve nas prateleiras da pequena loja do posto de gasolina e peguei mais um pacote de batatas, o colocando no bolso interno do meu casaco, como eu tinha feito com o pacote de takis a alguns segundos atrás.

Dei uma olhada no caixa mais uma vez, vendo o menino mexendo no celular com os fones de ouvido alto. A música estava tão alta que eu podia ouvir as batidas do rap que ele escutava daqui.

Fui até o freezer que tinha ali, pegando uma lata de refrigerante.

Quando ia fazer todo meu esquema de pegar uma coisa mais barata e aleatória e ir ao caixa pagar só para poder disfarçar, sinto uma mão no meu ombro. Tremi um pouco prendendo minha respiração e me virei preparada pra correr.

Para a minha surpresa, não era o menino do caixa e muito menos a polícia.

Era um homem que eu nunca tinha visto na minha vida, mas eu reconheceria a tatuagem de seu pescoço em qualquer lugar.

Eu estava fodida.

Joguei as coisas que eu ia roubar no chão e saí correndo para fora da loja, onde um outro cara me segurou forte, me levantando do chão e me arrastando para um carro preto.

— Vocês pegaram a pessoa errada! Me solta! — gritei tentando me soltar de seus braços.

Logo o homem que estava na loja veio, andando calmamente em minha direção.

— Eu não sei quem são vocês, vou chamar a polícia! — tentei me soltar de seus braços.

Senti algo no meu pescoço e me xinguei mentalmente de ter dado tanto mole e saído sem segurança.

Depois de alguns segundos gritando e me debatendo, senti eles tapando meus olhos e meu corpo fraco ser jogado no carro.

Eu não sabia para onde estavam me levando e quanto tempo daria, mas eu sabia o que eu senti contra o meu pescoço e aos poucos eu fui perdendo a consciência.

•••

Fui acordada com o cara do posto de gasolina tirando o pano da minha cabeça. Demorei um pouco para me acostumar com a luz forte que estava apenas no meu rosto.

Eu estava em um tipo de cômodo estranho, só havia a minha cadeira, uma cadeira perto da porta e a iluminação era horrível, tirando a luz da lanterna que o cara estava colocando no meu rosto.

Ele tirou a lanterna, pedindo para o outro cara ligar a luz e eu pude ver seus olhos me analisando de cima a baixo.

Ele sorrindo.

— Vamos chamar a Dahra agora — o cara da porta disse.

— Não precisamos dela. Eu resolvo isso. Você já sabe o porquê de estar aqui, não é, Billie? —

— Eu não conheço nenhuma Billie. Pegaram a pessoa errada — eu respondi tentando me soltar.

A corda estava presa tão forte que eu sentia arranhar meu pulso.

— Me tirem daqui, eu juro que não vou denunciar vocês. Eu entendo que pegaram a pessoa errada, só me deixem sair — eu disse, tentando convencer de outra forma.

— Vamos deixar você sair, quando nos disser onde o seu irmão e a namorada dele estão —

— Eu não tenho irmão, sou filha única — respondi.