Holding the gun •Billie Eilish• |✅

4.3

Claudia Sulewski x

— Você veio por mim — Finneas diz assim que entra no carro.

De longe pude ver Dahra e Billie se abraçarem. Deixo que um sorriso escape ao vê-las assim. Meu sorriso logo se desfaz, quando eu lembro do motivo que me fez vir até Finneas.

— Precisamos conversar, me cansei de enrolar e... Eu não sei, parece que temos muito a conversar, mas ao mesmo tempo eu não sei o que dizer — suspiro, olhando para frente da delegacia.

Era um local que me causava uma sensação ruim. Então, decidi ligar o carro, indo até um lugar mais calmo.

Percebo na hora que Finneas vê que não estávamos indo para a casa dos Guerilla's e nem para a sua casa, ele sorri fraco e aperta o cinto de segurança.

— Aonde vamos? — Queria poder responder a sua pergunta, mas nem eu sei.

Eu só dirijo totalmente sem rumo por alguns minutos, totalmente em silêncio e quando eu vejo que estamos em um lugar calma, eu paro no meio da estrada deserta.

O silêncio que se instala no carro agora é totalmente constrangedor.

Não sabia o que dizer para explicar a Finneas para que ele pare de tentar me reconquistar.

Eu o amei por tanto tempo em segredo, fiz de tudo para lhe mostrar o quão ruim a Kiana era, mas ele nunca me deu ouvidos, ou melhor, nunca percebeu minhas dicas implícitas.

Kiana também não deixava que eu fosse mais direta.

A qualquer conversa em que tínhamos, ela me ameaçava, com tapas, chutes. Até que um dia tudo piorou e ela me colocou naquela sala estranha e me torturou por estar próxima de seu namorado, dizendo que eu estava dando em cima de seu namorado como uma "Vadia oferecida".

Depois disso eu me afastei de Finneas, bem, até eu ganhar minha confiança mais uma vez e falar com ele.

Eu pensei que Finneas finalmente tinha me ouvido e entendido que Kiana não era uma flor sem espinhos igual ele pensava. Pensei que iríamos ser felizes e que ele largaria a psicopata pra ficar comigo, ele contou tudo a ela, e mais uma vez a tortura veio, de maneira mais demorada, mais dolorosa. A ponto de eu querer morrer todos os dias e odiar Finneas com toda a minha força.

É claro, eu não odiava mais ele. Eu entendia que ele tinha sido manipulado pela namorada, ele entendia que ele tinha se arrependido de tudo. Mas eu sei que não teria futuro em nós dois, não depois de tudo o que houve.

— Você não veio para dizer que me perdoa, e que vamos viver felizes para sempre, não é mesmo? — ele é o primeiro a quebrar o silêncio, rindo forçado logo depois.

Fico em silêncio, sem saber se concordava ou não, se deveria ser mais sensata e calma, ou se deveria ir direto ao ponto.

— Finn... — começo, com um suspiro — Eu te perdoei por tudo o que fez, mas tem que entender como meus sentimentos por você mudaram com o decorrer dos meses. Eu te amava, faria tudo para te ajudar, para te ajudar a ver quem Kiana era, depois você cometeu aquele erro, e eu te odiei, por semanas com todas as minhas forças, enquanto desejava que você estivesse no meu lugar —

Finneas engole seco, tão alto que eu sou capaz de ouvir.

— Eu sinto muito... —

— Eu já disse que te perdôo — o interrompi — Mas eu não consigo esquecer. E não vejo um futuro onde toda vez que eu te olho, me lembro da tortura em que vivi. Não é saudável pra mim e para você —

Mais uma vez ficamos em silêncio, ambos selecionando as melhores palavras a serem ditas.

— É só por isso? — ele pergunta baixo.

Fico confusa com sua pergunta, o olhando com a sobrancelha arqueada.

— É por isso que não quer nada, ou é porque está com a prima da Dahra? — me espanto com sua pergunta, não sabendo o que responder.

Sim, a resposta era sim.

Eu me sentia bem com Dina. E queria ter algo com ela, mas não conseguiria se Finneas ainda vivesse comigo, a todo momento tentando me reconquistar.

— Eu gosto dela e quero ter algo com ela, e sim, Finn. É um dos motivos de eu querer me acertar com você. De eu querer dizer definitivamente que nunca teremos um futuro saudável e que eu nunca vou voltar para você, de um jeito romântico —

Percebo que escolhi as palavras erradas ao ver Finneas levar as mãos para o rosto, respirando fundo.

Ele estava chorando?

— Finneas... —

— Me leve pra casa — ele me interrompeu — Não para os Guerilla's, eu quero ir para casa —

Coloco as mãos no volante, preparada para sair, mas desisto. Eu vim para me resolver com ele, e não sairia daqui enquanto não estivéssemos bem.

— O que está esperando? — ele seca uma das lágrimas que caem provavelmente de maneira involuntária.

— Eu posso até não ser sua alma gêmea, mas nossas almas estavam destinadas a se encontrarem para que nós pudéssemos finalmente encontrar nossos verdadeiros amores. Sei que é difícil para você, Finneas. É pra mim também, mas eu espero que nossa jornada não acabe aqui, quero ser sua amiga, quero te conhecer melhor. Não o Finneas, namorado de Kiana, e sim o Finneas O'Connell, nerd e lerdo que eu não tive a chance de conhecer por completo —

Finneas me olhou por um tempo e depois sorriu, sim ele sorriu.

Eu amava seu sorriso. Como seus olhos fechavam e as pequenas rugas que se formavam no canto de seus olhos.

— Eu te amo, Claudia — ele deitou a cabeça no banco do carro — Sei que já me perdoou, mas eu nunca vou parar de dizer o quanto eu sinto muito por tudo. Espero mesmo que você e Dina fiquem bem e que... Você seja feliz — me inclino, o abraçando.

O abraço durou alguns segundos, era uma despedida.

Uma despedida das nossas desavenças e das nossas brigas, e aqui mesmo nesse carro começaria uma nova jornada de nossas vidas, onde seríamos colegas, conhecendo um ao outro e se tornando amigos com o decorrer do tempo em que passamos juntos.

— Vamos, garotão. Preciso te levar pra casa e falar com a minha garota — coloco de volta o cinto de segurança, finalmente ligando o carro.

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Hey, só queria dizer que a frase das almas gêmeas eu tirei de uma fanfic que eu acabei de ler esses dias e que eu fiquei PUTA com o final.

Odeio quando o casal não terminam juntou.

Eu leio fanfic pra me iludir, esquecer dos problemas e da minha realidade, eu quero finais felizes, casamento, 10 filhos.

Anyways.

Tenham uma boa noite, amo vocês