SUE TANNER
Dina, Payton e eu já havíamos chegado em casa após aquela terrível noite. Moormeier não havia calado a boca durante o jantar inteiro. James e eu nos segurávamos para não batê-lo no meio de todos no bar. E Cooper, por sua vez, não sabia nem o que estava acontecendo naquela mesa.
— Eu espero que você morra engasgado com isso. — deitei-me ao lado de Payton, apontando para o cigarro que soltava fumaça entre seus lábios.
— Que gentil da sua parte, pirralha. — ele sorriu forçado.
— Tire isso da boca, Payton. Nós precisamos conversar. — pedi em suspiro. Moormeier cruzou os braços.
— Ué, pensei que nós nos odiássemos.
— Sim. Mas isso não nos impede de conversarmos.
— Fala logo o que você quer, pirralha.
— Não é estranha? — comecei. Ele virou o rosto para me encarar. — Toda essa situação, p...
— Sim. É realmente estranho você estar deitada na minha cama que nem uma prostituta e não parar de falar nunca.
— Payton, eu estou falando sério. — o empurrei. — Se nós estivéssemos em casa... digo, a nossa casa mesmo... o que supostamente estaríamos fazendo agora?
— Eu estaria dormindo. São quase duas da manhã.
— Eu também. — me mexi na cama. — Será se as nossas mães sentem a nossa falta?
— Talvez. — ele deu de ombros. Aquele assunto parecia ser a única coisa que nos unia, afinal. — Ou então... você já parou para pensar que, talvez, elas não estejam sentindo nada, porque também estão presas no tempo? Tipo... efeito borboleta?
— Quê? — comecei a rir. — Mas o que o efeito borboleta tem a ver com isso?
— Sei lá. Eu ouvi dizer em algum lugar que tem a ver com viagem no tempo.
— Bom, não exatamente. Há uma teoria que diz que qualquer coisa que fizermos, menor que ela seja, pode mudar tudo. — expliquei. — Essa teoria foi nomeada de efeito borboleta, já que o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas, e assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo.
— Não entendi nada, mas obrigada por explicar, Sra. Sabe Tudo.
— Isso está na Wikipédia. E se você fosse menos preguiçoso, provavelmente seria tão inteligente quanto eu.
— Já que você é tão inteligente quanto diz, então por que ainda não nos tirou desse inferno antigo?
— Eu disse que sou inteligente, e não uma fada madrinha.
— Tanto faz. — ele deu de ombros, voltando a fumar seu cigarro eletrônico. — Mesmo depois de semanas preso aqui, tudo ainda me parece muito bizarro.
— Payton? — o chamei. Ele me olhou novamente. — Por que ninguém aqui estuda? Por que todo mundo nessa cidade me soa tão familiar? Por que a Dina deixou nós ficarmos na casa dela sem nem nos conhecer? E por que nós nunca vimos o pai dela?
Após questionar isso, tudo ao meu redor parecia ainda mais estranho e apavorante do que há até poucos minutos atrás.
Payton desviou seu espantoso olhar para o teto.
— Tanner, cala a boca. Agora você está tentando me deixar com medo, não é? — Moormeier balançou a cabeça, nervoso com os minhas últimas perguntas. — Pois saiba que não vai funcionar, e...
— E se tudo isso for armado? E se algo ou alguém nos colocou aqui com algum propósito? Por que justo nos anos 60? — o interrompi. — E se nós nunca conseguirmos sair daqui?
— Tanner, agora eu acho que você está surtando de vez.
— Surtando? Payton, nada nesse lugar faz sentido! Como nós viemos parar aqui? Eu não consigo me lembrar de nada! — eu falava em sussurro, na esperança de que apenas Moormeier me escutasse. — Você não sente falta da sua família? Dos seus amigos?
— Se acalma, porra! — ele gritou, se sentando na cama. — Pirralha, eu vou dar um jeito de nos tirarmos daqui. Eu te prometo.
— Moormeier, se as coisas forem do seu jeito, nós vamos ficar presos aqui para sempre.
— Ah, sim, claro. — ele riu. — E qual é o seu jeito, gênio da lâmpada?
— Bom... eu ainda não sei. Mas não há dúvidas de que quando eu planejá-lo, ele será bem melhor que o seu.
Sorri por fim e levantei-me de sua cama.
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GOLD RUSH - Payton Moormeier
Fanfiction⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Sue Tanner e Payton Moormeier se conhecem desde crianças, e se há algo que eles sabem muito bem sobre um ao outro, é que eles se odeiam. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Mas, após um infeliz acidente, eles se encontram juntos... Nos anos 60! Agora o casal terá que...