SUE TANNER
Adentrei meu pequeno quarto com uma câmera na mão. Eu mesma a achei, jogada em meio à um dos aposentos dos fundos da casa.
Ainda é estranho dormir na mesma cama que Moormeier, já que eu não tenho paz. Pela madrugada, ele fica mexendo-se a todo tempo, às vezes até me chuta, sem querer. Eu preciso me controlar para não jogar seu corpo brutalmente no chão frio e duro do quarto.
— Olhe o que eu achei. — balancei a mão, mostrando para o garoto a câmera.
— O que é isso? — Payton sentou-se na cama de pernas cruzadas, então eu fiz o mesmo ao seu lado.
— Um morcego morto que encontrei na rua, não está vendo?
— Calma, pirralha. Esse troço funciona? — ele perguntou, analisando o objeto. Assenti. — Então deixe-me testar. — Payton puxou a câmera de minha mão, colocando-o na frente de seu rosto. — Sorria.
— Nem fodendo. Você não vai tirar foto minha.
— Por que não? — questionou Moormeier, e antes mesmo que eu pudesse respondê-lo, seu dedo ágil já encontrava-se apertando o botão da antiga máquina fotográfica.
— Payton! Eu disse nada de fotos. Estou desarrumada.
— Você está linda.
O encarei desacreditada.
— O que você disse?— D-disse que você está bem desarrumada, mesmo. Você não sabe se vestir. — ele tentou corrigir-se, coçando a nuca. — Ficou surda?
— Não. — eu sorri divertida. — Você disse que eu estou linda.
— Quê? Eu nunca falaria isso, pirralha. Você está delirando. — insistiu ele, embaralhando as próprias palavras.
— Só admite logo, eu não vou te zoar.
— Admitir ter dito algo que de fato nunca foi dito seria uma mentira. — retrucou Moormeier, tirando mais uma foto minha.
Automaticamente, os meus olhos piscaram com rapidez, por conta do forte flash que acabara de sair da máquina fotográfica.
— Porra. Pare com isso, Payton. — cobri meu rosto com as mãos. — Eu já estou me arrependendo amargamente de ter te dado essa câmera.
— Onde você achou isso, pirralha? — ele jogou-se na cama, esperando as fotos da máquina revelarem.
— Em um armário nos fundos da casa.
Payton não falou nada por alguns minutos.
— Tanner? — ele chamou-me, então eu me virei para olhá-lo. — Nós já estamos nos fundos da casa.
— Não estamos, não. Tem uma salinha lá atrás, e...
— Tanner, porra! Não existe nenhuma salinha além dessa bolha de quarto. — Payton me interrompeu. — Onde você arranjou a câmera?
— Já que não está acreditando, então deixe que eu mesma te mostre. — disse por fim, levantando-me da cama. Ele fez o mesmo.
— Espera. — Payton segurou meu pulso com força. — A Dina está em casa?
— Acho que não. — comprimi os lábios. — Eu a vi saindo com o James.
— Estranho.
— Certamente; muito perspicaz, Moormeier. Agora anda, eu vou te mostrar que não estou ficando maluca. — o empurrei para fora do nosso quarto. — E não pense nem por um segundo que eu vou tirar os olhos de você.
— Eu entraria em desespero se você tirasse os olhos de mim. — Payton sorriu, levando suas mãos até a minha cintura.
Qualquer um pode facilmente reparar que a bipolaridade de Moormeier é extremamente fora do normal. Era notório e sórdido o jeito como ele lidava com as situações.
Senti sua respiração pesada em meu pescoço. E estranhamente, aquilo fez com que meu corpo se arrepiasse por inteiro. Eu estava imóvel, e o meu cérebro não havia mais capacidade alguma para processar quaisquer coisa.
A probabilidade de Payton ter notado isso era gigantesca, afinal, não tardou até que eu pudesse ver um maldito sorriso presunçoso
em seu rosto. Porra.— Eu te odeio.
— Tanner... — ele riu, sem afastar nossos corpos. — Você vai mesmo continuar mentindo para si mesma desse jeito? — Moormeier ergueu meu rosto com as pontas de seus dedos.
— Apesar de qualquer vestígio de atração que meu corpo possa sentir por você, o meu cérebro funciona melhor. — disse, seca.
— Olha só. Então finalmente está admitindo que sente o mínimo de atração por mim? — sussurrou contra minha pele, rindo fraco. — Já é um bom começo, Tanner.
Me separei de Payton, o olhando de canto.
— Entenda como quiser.Foi em questão de segundos até que ele me puxasse de volta, empurrando-me contra a porta do quarto.
[...]
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GOLD RUSH - Payton Moormeier
Fanfiction⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Sue Tanner e Payton Moormeier se conhecem desde crianças, e se há algo que eles sabem muito bem sobre um ao outro, é que eles se odeiam. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Mas, após um infeliz acidente, eles se encontram juntos... Nos anos 60! Agora o casal terá que...