SUE TANNER
[...]Vesti meu pijama e corri os dedos pelo meu cabelo molhado, penteando-o. Só de lembrar-me do que aconteceu mais cedo nesta mesma noite, minhas mãos tremem e meu coração dispara.
A incerteza do que o número gravado em meu pulso significa é como uma maldição. Payton parecia relativamente despreocupado, embora, ao estar perto de mim, demonstrasse o mínimo de suplício e angústia.
Mal posso esperar para saber o que acontecerá. Eu estou amedrontada com tudo isto: é inegável.
Sentei-me ao lado de Payton na cama, mantendo uma distância razoável.
— O que esse número significa? Significa que nós vamos ficar aqui por mais 130 anos? 130 meses? 130 dias? — perguntei à ele, ainda que soubesse que não haveria um retorno. — Significa que eu vou morrer daqui à 130 dias? Ou talvez que eu consiga sair daqui em 130 dias?
— Tanner, respire fundo. — ele segurou meu braço, olhando-me agitado. — Eu também não sei o que significa. Isso pode dizer tudo ou nada. Não se precipite.
— Como uma pequena chama de fogo conseguiu escrever um número em minha mão? Como, Payton?
— Não me faça mais essas perguntas. Você sabe que eu não tenho resposta para absolutamente nenhuma delas.
Passei as mãos pelo rosto, frustrada.
— Você é um inútil.
— Você também é uma.
— Sou? Bem, você me dá um pingo de esperanças quando diz: "Vou te tirar daqui, amor", Tudo vai se ajeitar, tudo vai ficar bem", e sabe da maior? Nada nunca se ajeita ou muito menos fica bem, Payton. Nós vamos ficar presos aqui para sempre! — acrescentei, exasperada.
Payton fechou os olhos, ponderando todas as verdades que eu acabara de exprimir.
— Por que está reclamando? — começou ele. — Eu não tenho a obrigação de saber o que fazer quando alguém surta ou chora na minha frente, Tanner. Em situações como esta, eu fico tão nervoso quanto você e não sei se devo te abraçar ou simplesmente mentir para tentar melhorar as coisas.
Após concluir sua fala apática, eu tive a absoluta certeza de que estava fodida. Minhas pernas começam a tremer ainda mais.
— Prefiro que fique quieto. — disse.
Payton olhou-me boquiaberto. Em seguida, voltou ao seu semblante enigmático e não murmurou uma sequer palavra por longos minutos.
— Eu sempre disse que você é uma ingrata do caralho. — afirmou ele, de repente. — Pensei que estivesse enganado, mas você é, de fato, igual à qualquer outra adolescente ignorante do colegial.
Endireitei as costas. Moormeier acabara mesmo de comparar-me, assim?
— E eu não sabia que você sabia mentir tão bem assim. Pensei que estivesse enganada quando disse que te odiava, mas você sempre consegue ultrapassar as minhas expectativas.
Ele levantou-se e chegou mais perto de mim.
— Está dizendo que me odeia?
Não. Sim. Mais ou menos. Ah... não soube o que responder ao certo, então, mantive-me estática.
Payton ajoelhou-se na minha frente, com aquela expressão ardilosa que só ele sabe fazer.
— Ah, Tanner... você não deveria ter dito isso. — ele riu fraco, fazendo-me sentir sua respiração próxima ao meu rosto.
— Posso repetir.
— Repita. — suplicou.
Mordi o lábio.
— Você é a pessoa mais hipócrita que já sequer tive a chance de conhecer. Não me surpreende que seja tão obcecado por tudo que não pode ter. — cravei meus olhos escuros nos seus. — E eu te odeio por isso.
Ele agarrou meus pulsos e os levantou.
— Não se mexa.
[...]
• eita bicho sexokkkkkkkkk 👻
• votem e comentem! <3
VOCÊ ESTÁ LENDO
GOLD RUSH - Payton Moormeier
Fanfiction⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Sue Tanner e Payton Moormeier se conhecem desde crianças, e se há algo que eles sabem muito bem sobre um ao outro, é que eles se odeiam. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Mas, após um infeliz acidente, eles se encontram juntos... Nos anos 60! Agora o casal terá que...