GOLD RUSH - Payton Moormeier

Capítulo 17

SUE TANNER

— Puta... merda. — eu murmurei ao ver um rapaz caído sobre o quartinho dos fundos.

Ele aparentava ter a minha idade, talvez apenas um pouco mais velho. Seu cabelo era cacheado e cheio, enquanto sua pele e olhos eram escuros. O moreno era relativamente alto e havia um físico um tanto quanto magro, todavia seu corpo era definido e visivelmente desenvolvido.

— O que é isso? — Payton adentrou o cômodo, aproximando-se do rapaz.

— O que você acha? — o encarei séria. Ele me ignorou.

— Ele caiu do telhado? Como é que este cara ainda está vivo?

— Ele não é um cara. Você é um cara. Isto aqui é um homem. Um homem musculoso e bonito.

— Eu sou musculoso e bonito!

— Musculoso? 'Tá mais 'pra um boneco de palito. — Payton me olhou inconformado.

O rapaz levantou-se do chão com dificuldade. Não sei ao certo se ele estava desmaiado ou apenas corroendo-se de dor.

Ele arregalou os olhos ao nos ver.
— Quem são vocês?

— Shawn Mendes e Camila Cabello! — Payton sorriu irônico. — Você acabou de chegar na área VIP do nosso show, meus parabéns!

— Meu nome é Sue Tanner, prazer. E esse aqui é um mendigo que eu achei no meio da rua, não o conheço. Apenas o ignore. — apontei para Payton com uma mão, enquanto a outra cumprimentava o tal garoto.

— Pirralha, fique quieta. — ele puxou meu corpo até o outro lado do pequeno quarto. — Quem é você? E por que interrompeu a minha foda? — Payton questionou severo, forçando uma voz grossa.

Não me aguentei, e então comecei a rir.
— Payton, por que você está engrossando a voz?

— Quê? — Moormeier virou-se para mim. — Eu não estou.

— Está, sim. Você está imitando o bonitão, ali. É esquisito.

Ele ajeitou a postura e pigarreou.
— Não, não estou.

— Ei, você fez de novo! — eu ri mais ainda. Ele me encarava sério.

— Esta é a minha voz natural!

— Está caçoando de mim? — o mais alto aproximou-se de Payton, que deu três passos para trás sem ao menos perceber.

— Está caçoando de mim? — ele repetiu, sorrindo. Era um completo idiota, mesmo.

— Quero que você pare com isso.

— Chega, porra! — os interrompi com um grito. Ambos viraram-se em minha direção.

— Ele que começou. — Moormeier apontou para o garoto, que até então, não havia sequer se apresentado para nós.

— Qual é o seu nome? E como você veio... parar aqui?

— Meu nome é Eric. Eric Harper. E... cara, eu só queria ir para a casa dos meus avós. Não sei como cheguei aqui.

E então eu lembrei-me do dia em que eu e Payton chegamos em Texas, 1963. Nós estávamos de carro, indo até o colégio. Ambos sem celular ou qualquer outro tipo de rede para contato. Tudo aquilo parecia... perfeitamente planejado.

— Você estava indo para a casa dos seus avós sozinho, certo? — perguntei, em meio aos meus raciocínios. Eric balançou a cabeça em afirmação. — De carro?

— Sim. Na verdade, apenas desci do carro para pagar a gasolina em um posto, e quando voltei, ele não estava mais lá. Não lembro-me do que aconteceu depois disso, e então, apenas... caí aqui. — eu e Moormeier nos entreolhamos, confusos e desacreditados. — Onde nós estamos? Que lugar é esse?

— Texas, USA. — respondi, sentando-me no chão frio do quarto escuro. — 1963.

— 1963? Pare de brincar. — Eric bateu simpático em meus ombros, como se eu acabara de contá-lo uma boa piada. Eu não estava brincando. — Nós estamos em 1991.

Porra. Quê?

— Espera. Você é de... 1991? — perguntou Payton, com uma expressão indescritível.

— Sim. Vocês não?

Mas que confusão. À tal ponto, eu não estava mais entendendo nada.

— Tanner... — Payton segurou o meu braço, sentando-se ao meu lado no chão. Pude ver o medo em seu olhar. — Nós estamos fodidos.

[...]

• eu ia postar este capítulo na sexta, mas descobri que quinta é feriado, então resolvi postar hoje, mesmo. o próximo saíra na quarta-feira. <3

• referências a guerra infinita & afins.
• votem e comentem!! <33