Capítulo 30

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SUE TANNER

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SUE TANNER

Com cuidado, abri a porta do escritório do pai de Dina pela primeira vez. Eu já estava confusa e fodida o bastante, então acho que nada mudará caso ela descubra que eu entrei aqui, afinal.

Payton já dorme há horas em nosso quarto, nos fundos da casa. Sorte a dele. Eu não consigo dormir ou sequer descansar a mente direito desde o maldito dia em que cheguei aqui.

Meus olhos rodeiam toda a sala e minhas mãos tremem. O escritório é escuro, quase tão escuro quanto os meus aposentos. A poltrona e as cortinas estão desgastadas, bem velhas. Suponho que o pai de Dina não entre aqui há um bom tempo, já que tudo aparenta estar estragado.

Penso no principal motivo pela qual estou aqui. Eu costumava fazer terapia no século atual. Também penso no meu terapeuta pela primeira vez em meses. Ele é um homem de meia-idade, os cabelos bem esbranquiçados e as costas curvadas por conta de sua constante má postura.

Sinto falta até dele. Sinto falta de sentar em seu sofá e contar sobre a minha vida entediante. Ele me dizia que, quando eu sentisse uma emoção tão forte, eu deveria descrevê-la com palavras, em forma de carta. Uma carta que nunca será enviada.

Eu nunca tentei, de fato, fazer isto. Não faço ideia se funciona. Talvez, agora, finalmente seja a hora de pôr em prática.

Mesmo com uma angústia no peito, acomodei-me na maior poltrona da sala, em frente a escrivaninha, e apanhei uma caneta de tinteiro jogada no canto da mesa. A ponta é de bronze e seu corpo é preto. Aproveitei para também pegar um papel, colocando-o em cima da bancada.

Após alguns minutos pensando no que e sobre quem escrever, finalmente deslizei a caneta de tinteiro sobre a folha de papel lisa.

"Payton Moormeier,

Eu quero continuar te odiando. Quero continuar fingindo que não te desejo mais do que tudo. Quero continuar passando as minhas noites discutindo com você por motivo algum.

Você está sendo agradável demais comigo, e não eu tenho certeza se gosto disso ou não. A única certeza que tenho é o medo. Medo do que você é capaz. Talvez você goste mesmo de mim, ou talvez apenas goste de mim por que não há outra garota legal o suficiente por aqui.

Eu odeio ter que gostar de você. Odeio como você sempre me protege. Odeio o jeito como você se preocupa comigo. Odeio estar presa na década de 60 com você. Odeio não ter nem ideia do que fazer. Odeio sentir-me insegura e paranóica desta forma. Odeio não odiar mais você e odeio como você não se importa com nada isso.

Por isso eu lhe peço; volte a me odiar. Volte a me xingar. Volte a falar mal de mim para todos os seus amigos e inimigos. Volte a não se importar comigo ou meus sentimentos. Volte a arranjar uma briga duradoura comigo, por mais estúpida que seja.

O seu sentimento de ódio precisa superar o meu de tristeza. Tristeza por não aguentar mais um minuto sequer presa neste inferno ao seu lado."

E então o espaço na folha acabou. Agora, mais do que nunca, eu preciso chorar, mas, por algum motivo, não consigo tirar nada de meus olhos.

Joguei a caneta de tinteiro em algum canto na mesa, minhas mãos ainda trêmulas. Minha caligrafia é feia, mas entendível. Algumas letras borraram umas nas outras.

Todas as palavras escritas nesta carta são mais verdadeiras do que a minha própria existência na Terra. Não sei se consigo distinguir se isto é bom ou ruim.

Ao mesmo tempo que quero que Payton leia cada letra borrada desta carta, também não quero que ele saiba como me sinto. Não por enquanto.

De qualquer forma, levantei-me da poltrona, passei as mãos pela minha roupa, na tentativa de afastar quaisquer sujeira em que eu tenha sentado. Coloquei a caneta em seu devido lugar e guardei a folha de papel em meu bolso.

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GOLD RUSH - Payton MoormeierOnde histórias criam vida. Descubra agora