SUE TANNER
Parecia que a minha cabeça iria explodir a qualquer momento. Mil vezes quis chorar, mas me segurei. Eu não aguentava mais ficar aprisionada nesse lugar. As pessoas são gentis demais, as ruas são viventes demais. Tudo aqui parece perfeito ao extremo.
Compreensível é, sem sobra de dúvidas, a última palavra que eu poderia usar para descrever tudo que está ocorrendo.
Adentrei o pequeno quarto em que eu e Payton estamos sendo praticamente obrigados a ficar. Ele encontrava-se deitado em sua cama, fumando aquela droga de cigarro eletrônico. Nada fora do costume.
— Pirralha, aonde você estava? — questionou Moormeier, deixando seu cigarro de lado. — O James ligou para cá, ele disse que quer sair com você amanhã. Eu não sei nem porque estou te contando isso, até porque odeio dele, mas ach...
— Ligue-o de volta e diga eu não vou sair com ele. Pelo menos não amanhã.
— Puts, é realmente uma pena. — ele abriu um sorriso de canto, que não pude evitar passar despercebido.
— Você é desprezível. — balancei a cabeça.
Deitei-me na minha cama com dificuldade. Eu já estava começando a me sentir tonta. Maldita enxaqueca.
Payton levantou-se em um movimento rápido para buscar o telefone fixo. Logo, se acomodou novamente na cama, cruzando as pernas. Discou metade do número de McCartney no desgastado aparelho, até que algo o fez parar.
— Ei, por que você mesma não liga para o J? Eu não sou o seu mensageiro particular, ou coisa do tipo.
— Você continuará mesmo o chamando de J? — comprimi os lábios, desacreditada.
— Sim. E você ainda não respondeu a minha pergunta.
— Payton... é só que eu estou morrendo de dor de cabeça.
— Você não faz nada de interessante o dia inteiro! Como pode sentir dor de cabeça?
— Já faz semanas que nós viemos parar em uma dimensão alternativa por puro acidente. Isso não é motivo suficiente para você?
— Sim mas...
— Payton, eu só queria ir para o meu primeiro dia de aula em paz. Suponho que você também. Como nós viemos parar aqui? Não tem mais como sair. Estamos presos nos anos 60 para sempre. Você entende o quão bizarro isso é? A Dina tem a mentalidade de uma criança, e por algum motivo, eu estou começando a ter medo do James. Eu sinto falto dos meus amigos, Payton. Da minha casa. Das minhas coisas. Talvez até um pouco da minha mãe. Eu não quero mais ficar aqui, Moormeier. E... eu não sei se vou conseguir aguentar isso por muito tempo.
Era assustador me expor daquele jeito, mesmo sabendo que Moormeier me conhece desde sempre. Ele sabe o peso das minhas palavras.
Entretanto, ele não ainda pareceu saber o que fazer ao certo, então apenas deitou-se ao meu lado na cama e me abraçou forte.
De fato, esse foi o nosso primeiro abraço verdadeiro em anos. E eu realmente não dava a mínima. Eu precisava daquilo.
— Calma. — ele me apertou contra seu peito e agarrou minha mão o mais forte que pôde. — Vai dar tudo certo.
— Você não pode ter certeza disso, Payton. Esse é o problema. — ergui a cabeça para conseguir olhá-lo. Ele tinha uma expressão indecifrável em seu rosto.
— Não seja tão negativa.
— Eu tenho medo de perder tudo.
— Você não vai.
— E se eu perder?
— Ainda terá a mim.
Eu o olhei novamente.
— Isso foi estranho.— Sim, foi.
— Tudo bem. Agora já pode parar de me agarrar. — me desencostei de Moormeier o mais rápido possível, arrumando meus cabelos.
— Só para constar, eu só estava tentando ser um pouco gentil. E-eu ainda te odeio. — gaguejou ele, gesticulando com as mãos.
— Obrigada. E eu também ainda te odeio.
Moormeier levantou-se de minha cama, logo se acomodando na própria. Ele estava visivelmente desconfortável com todo o silêncio estabelecido entre nós, então soltou:
— Sobre o que acabou de acontecer... finja que não aconteceu.
— O que aconteceu, mesmo? Eu não consigo me lembrar de mais nada. — fiz-me de desentendida. Payton me olhou.
— Muito menos eu.
— Ok.
— Ok.
• ainda vai acontecer tanta coisa aqui que vocês nem imaginam KKKKK
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GOLD RUSH - Payton Moormeier
Fanfiction⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Sue Tanner e Payton Moormeier se conhecem desde crianças, e se há algo que eles sabem muito bem sobre um ao outro, é que eles se odeiam. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Mas, após um infeliz acidente, eles se encontram juntos... Nos anos 60! Agora o casal terá que...