Um novo acordo de paz.

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Naquela noite eu não tive reação a não ser olhar para Sasuke em busca de respostas. Mas pareceu que nem ele tinha, já que ficou um bom tempo encarando o menino enquanto todos na mesa ficaram sem palavras.

De repente, naquele momento, eu senti meu estômago embrulhar e a fome já havia ido embora no segundo em que Mei surgiu por aquela porta, com um sorriso penoso nos lábios, possivelmente fingidos, e os olhos também fixos em Sasuke. O que me levou a pensar se aquele garoto era filho dele.

Mas e se fosse? Eu não teria o direito de achar ruim, eu sabia disso. Mas já havia presenciado cenas parecidas: a mãe do menino surge na vida do cara quando ele pensa em seguir em frente, simplesmente volta pra vida dele, e no início os dois decidem uma aproximação só por causa da criança, mas aí com o tempo as chamas antigas se acendem. Eu não queria ter pensado assim, mas pensei, enquanto Sasuke parecia não estar mais presente na sala, com a cabeça longe.

Dando fim ao silêncio gritante que tinha cercado todos nós, Mei riu discretamente, incentivando o menino a dar passinhos em nossa direção... não, na direção de Sasuke pra ser mais precisa.

— Não faça essa cara. Preciso conversar com você, por favor. — O tom de voz que ela mais usou naquela noite foi melodioso e quase sussurrava somente para ele. Não vou mentir, eu senti ciúmes e asco.

Me lembro de Sasuke se despertar ao ouvi-la, e se levantar sem olhar pra ninguém, apenas seguiu na frente, em direção a outro cômodo e ela foi atrás.

Pensar nos dois sozinhos em um quarto me fez perder a fome, dando lugar a um enjôo insistente. O que eu havia sentido era vontade de ir embora, como se não estivesse mais ali no minuto em que chegaram, como se agora eu fosse a intrusa e não sei bem porque pensei assim, mas eu senti que algo ia mudar..

— Sakura, querida? — Mikoto colocou a mão em meu ombro, como se estivesse me confortando por algo em que havia deixado claro na minha expressão... o desconforto. — Não irá comer?

Até hoje, me lembrar da comida no prato me dá um certo enjôo.

No dia o desconforto me invadiu e eu me remexi na cadeira, como se houvesse tido mil facas me espetando. Facas essas fabricadas por uma certa ruiva que não conhecia, mas já detestava.

— Eu... eu acho que perdi a fome. — Não queria ter sido mal educada e levantar. Mas o fiz. — Me desculpem, eu preciso de ar.

Eu fui em direção a varanda, única parte daquele jantar que não havia sido estragado. Eu queria mesmo era ter ido embora, sair dali e me trancar no meu apartamento. Mas eu sou uma mulher adulta que estava tentando salvar um futuro relacionamento com Sasuke, porque infelizmente eu tinha resolvido ouvir Uzumaki Karin. Foi naquele momento que eu queria ter batido na cara dela.

Mas o que eu mais fiz nos minutos sozinha daquele dia, foi pensar em Mei e Sasuke sozinhos em um quarto.

O que eu estava fazendo? Mais cedo eu escutei o que Mikoto disse sobre os Uchiha's, não era justo duvidar dele, eu sabia disso. Mas também sabia que ela provavelmente tinha um filho com ele.

— Não precisa ficar aí, se torturando. — Itachi foi um doce, mas naquele momento eu não queria ouvir a voz de ninguém. — Mikoto está preocupada, agora ela também não quer comer.

— Eu sinto muito Itachi. Mas perdi totalmente o apetite. — Ele ainda quis se aproximar mais, e ficou ao meu lado para olhar o nada, somente o breu. — Você acha que é dele?

Não tinha aguentado o silêncio, eu precisei tirar minhas dúvidas, ao menos assim a fome voltaria para não fazer desfeita. — Itachi havia me encarado por uns segundos, depois estufou o peito e deixou o ar sair devagar. Talvez as minhas antigas dúvidas também tenham sido as dele, mas como irmão de Sasuke, achei que ele soubesse melhor sobre essa possibilidade.

My supermodelOnde histórias criam vida. Descubra agora