O Diabo veste Prada

Impenitência

LEIAM ESSA NOTA INICIAL, A LUMENA PERMITIU!!!

Olá!

Sejam bem vindos ao fantástico mundo particular e fechado de Karla Camila. Seus pensamentos são confusos, ela é uma incógnita e se move como se fosse dona do mundo. Prontos para desmistificar conceitos criados sobre a figura? Espero que sim. Uma nova capa marca o início da vida e pensamentos de Karla Camila também.

Eu tenho o capítulo 18 já pronto. É uma atualização dupla, mas no mesmo esquema de quando postei dois capítulos seguidos um do outro: como o wattpad dá bug demais, vou esperar uma boa parcela dos leitores lerem para postar o próximo. Eu me baseio se a maioria já leu por favoritos e comentários, então já sabem...

P.S. Um pedido carinhoso da autora: julgamentos são severos demais, tenham gentileza com o que está sendo abordado e também com a Camila.

*AVISO: gatilhos de pensamentos de suicídio, depressão, crises de ansiedade, agressão física, psicológica e outras coisas mais.

(Uma dedicatória para Mariana que fez aniversário esses dias. Feliz aniversário novamente e capítulo para você com um atraso imenso!)

Impenitência

Im-pe-ni-tên-ci-a

s.f (substantivo feminino)

1. Característica ou estado de impenitente; qualidade de quem não demonstra arrependimento; sem arrependimento.

2. [Por Extensão] Ação de persistir no pecado; insistir no erro.

CAMILA

Nove meses atrás

Meus passos delgados colocam medo.

Se me perguntassem, eu diria que não precisavam de tanto. Eles precisavam respeitar, mas não temer minha compostura, meu falar, minha rigidez, meu trabalho. Não precisam do medo, mas fantasiaram na cabeça deles que a falta de abertura me tornava alguém temerária. Na pior das hipóteses, grandes chances de uma resposta curta e grossa se passarem dos limites ou fizerem algo prejudicial ao trabalho.

É claro que, acima de priorizar a saúde mental alheia (que não necessariamente é a minha obrigação manter), eu amo a sensação. Me diverte que corram ao me ver chegar, que valorizem tanto a minha opinião a ponto de me amarem ou me odiarem. Sem meios termos. Eu não dou sorrisos, não aliso ninguém quando tenho algo a dizer. O quão chato alguém poderia ser por achar alguém objetivo e claro, grosseiro? Eu digo que não sou obrigada a colocar um adulto responsável no meu colo e fazer carinho para que não fiquem ressentidos comigo, ainda mais sendo a chefe deles.

No dia que perceberem o essencial sobre meu comportamento na Vogue Magazine, provavelmente vai ser um dia hilário. Eu sou direta, mas o medo é necessário? Não! A não ser que me tirem do sério.

Foi o caso da minha assistência anterior. Ela era extremamente lenta a ponto de me fazer perder a paciência e eu mesma fazer o serviço dela. Um mês, e a criatura esgotou toda a paciência que restava no meu corpo. Por isso, eu procuro ao menos uma assistente esforçada para essa função, que tente aprender, não só escorar.

Jamie Rivera é minha principal assistente há três anos. Seu sobrenome embrulha meu estômago, eu odeio a família dela e escondo uma pequena antipatia pela figura ruiva e de olhos claros. Ela é bonita e me lembra o abominável que tem como irmão. Uma recomendação, uma troca de favores por Dominic. Eu poderia ter demitido ela, mas a verdade é que, ignorando os problemas pessoais, Jamie sabe fazer bem o seu trabalho, mesmo sendo uma puxa-saco irritante de primeira. A única coisa que ela é uma total incompetente para fazer dentro da Vogue, é justamente achar alguém que seja tão bom quanto ela (se possível, talvez menos dissimulado) para ser segunda assistente. É por isso que eu mesma comecei a entrevistar as moças há uma semana.