Boas vindas ao último capítulo. Meu medidor para saber se todos leram para postar o epílogo são favoritos e comentários devido ao bug, então, me deixem saber.
*AVISO: Cenas sensíveis envolvendo sangue e assassinato.
-
Ascensão
as-cen-são
s.f. (substantivo feminino)
1. Ação ou efeito de ascender, de se mover de baixo para cima; elevação.
2. [Figurado] Alteração de uma condição inferior para outra superior: a herança possibilitou sua ascensão social.
3. [Figurado] Ato de subir de cargo; promoção.
4. Característica ou condição daquilo que está em ascendência; que se movimenta para um local mais alto, elevando-se: foguete em ascensão.
Eu tenho traumas. Eu sei, o mundo é tão vasto, e posso viver tantas coisas boas, então porque se prender ao que de ruim possa acontecer? Aquela voz sussurrando na minha cabeça que eu não sou digna, a falta de fé em mim mesma... Toda a raiva que carrego de situações passadas tão bem se conecta à maneira que eu amo sem restrições. É clichê pensar que só o amor não é capaz de sustentar um relacionamento, vontade, desejo... Eu passei por tantas coisas e então cheguei até aqui; não intacta, mas estou aqui.
Em todas as vezes que eu me lembro de abrir meus pensamentos, meu coração e a minha vida para alguém, eu fiquei severamente ferida. Decidi, em algum momento, que não tinha mais espaço para errar na próxima pessoa, então... Se eu amava, eu preferia o sentimento platônico. Não me importava com a reciprocidade, a pessoa poderia me dar o que ela quisesse porque eu nunca estaria pronta dar o que ela necessitava. Se você me ama, eu prefiro que não diga. Meus pensamentos são para a segurança e conforto. Amar não me traz conforto. E mesmo quando me envolvia com alguém, não havia entrega total.
Então, aqui estou... Não muito perto do que eu era há um ano, mas muito distante do que eu era capaz de desejar. Ainda consigo lidar melhor com sentimentos platônicos, e se você tiver a oportunidade, não me diga como se sente.
Minha respiração é rarefeita. Os picos de estresse altíssimo que atinjo, é diferente de tudo o que já senti antes. O nó no meu estômago mostra a ansiedade subindo para o meu peito, e arde. Meus pulsos batem na pia cara do banheiro, contando até dez e tentando me acalmar.
Eu não posso recuar agora.
— Karla? – A batida na porta do banheiro, veio seguida da voz suave e rouca da minha esposa. — Karla, você está bem? Tem alguns minutos muito longos aí dentro, quase meia hora.
Isso me desperta o suficiente para lavar o rosto e tentar recompor a minha expressão. É difícil, não consigo esconder que estava tendo uma crise de ansiedade no banheiro, meus olhos estão avermelhados e inchados. Eu jogo mais água no rosto, tentando arrancar os sinais de que algo estava errado comigo. Nos últimos dias, não posso sonhar em vacilar na frente de Lauren. O motivo seria óbvio, e ela tentaria me dissuadir da ideia porque me machuca.
Particularmente, não me importo se eu me machuco. Eu me importo com três filhas tendo que usar seguranças na escola, eu me importo com a minha esposa indo ao médico no dia de hoje porque precisa de exames neurológicos depois de uma nova crise de dor de cabeça, temendo que os tempos de epilepsia voltassem. Muitas pessoas não merecem a sujeira que o mundo se torna enquanto Carlos Rivera anda na terra. Não há nada a ser dito que possa me fazer voltar atrás.
Meus pesadelos se tornaram meus melhores amigos. Assombrando-me e zombando do que eu estava prestes a me tornar sem o menor pudor.
Eu lido comigo mesma agora, mas mais para frente, eu tenho total certeza de que serei firme como uma rocha porque necessitavam que eu fosse assim. Sempre fui o tipo de pessoa que demonstrava uma normalidade que não me pertence, mesmo nos meus piores momentos. É bom ser alguém tão má interpretada algumas vezes porque esconde como me sinto de verdade. É o que preciso, na maior parte das vezes. Outras, ser tão ilegível, é cansativo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Diabo veste Prada
FanfictionMãe solteira e jornalista recém-formada, Lauren Jauregui vê seu mundo, até então com pouquíssimo senso de estilo, virado de cabeça para baixo ao ser contratada como assistente pessoal para a diabólica editora-chefe de uma das mais renomadas revistas...