Insana

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Insana

In-sa-na

adj. (Adjetivo)

1. Sem domínio de suas capacidades mentais; louco.

2. Que age imprudente e insensatamente; insensatez.

3. [Figurado] Que é exagerado e árduo.

Você coloca em minhas mãos uma boa proposta para ser totalmente insana, e provavelmente, está tudo bem, vou aceitar de bom grado porque sou exatamente o tipo de mulher que não rejeita tal oportunidade. Quando digo insanidades, não falo cometer atos em momentos de pura loucura impensada... A maior insanidade que pode me abater, é na mente. E hoje, eu tive bastante de pensamentos insanos para tornar tudo tão mais caótico do que já o era. Imagine... Apenas imagine que eu tenha tendências a gostar dos meus pensamentos insanos e tenha que me repreender por ser... Bem... Eu.

Eu sou tão eu que não consigo me conter na minha mais pura essência. E então entra uma questão estúpida e complexa. Ninguém consegue realmente entender a minha essência, talvez isso esteja longe até mesmo do meu alcance. Os motivos de minhas ações, nem sempre são por altruísmo... Altruísmo é muito raro para alguém como eu, mas sou altruísta nos momentos certos a qual tenho de me sacrificar, sacrificar minha vontade – em perfeita boa vontade, devo dizer – para criar minha filha. Mas hoje... Eu senti meu altruísmo existente apenas por Heaven, escapar dos meus dedos.

Nessa manhã, tão cedo, recebo a mensagem diretamente de Camila. Clara e controladora, ela me manda passar em um oftalmologista e enviou um endereço específico. Uma clínica particular e caríssima que também faz óculos. E meu dia começa com esse amargor, com a sensação de que a chefe começaria a controlar pequenos aspectos da minha vida, como os óculos que eu uso. Ao menos, tive a permissão para chegar mais tarde, desde que eu estivesse com os óculos corretos. Tudo bem, realmente não conseguiria trabalhar com meus antigos óculos quebrados de uma queda causa pela ex-esposa de Karla Camila Cabello. Tenho outra opção?

Deixo Heaven na porta do colégio sem o entusiasmo e promessas do meu primeiro dia de trabalho. Dessa vez, mais cansada e frustrada para ir no local indicado pela toda poderosa e soberana Camila. Quando chego lá, sou recebida pela recepcionista elegante e exibindo uma falsa simpatia, apenas por mencionar o nome-chave de toda a situação. Eu fiz um novo exame de vista para descobrir que meu grau havia aumentado por desleixo. Ótimo, perfeito! Tive que esperar cerca de uma hora e meia a mais para que as lentes estivessem prontas.

— Bem, agora eu tenho que escolher a armação? – Pergunto para a moça, esperando pela melhor oportunidade de escolher a armação mais barata (e talvez isso não fosse possível), mas ela sorri para mim como se eu tivesse contado alguma piada para ela e fosse bobinha demais para estar ali.

— Ah não, querida! A senhora Cabello já escolheu a armação que achou melhor para você. – Simples assim. Eu só consigo balançar a cabeça em compreensão.

Por algum motivo, esse é um dia pior do que o anterior. Talvez eu tenha acordado de mal-humor demais? Ou não esperava, de verdade, que a soberana fosse se dar o trabalho de interromper seus afazeres para fazer uma escolha que eu deveria fazer.

— Entendi... Vai demorar? – Pergunto, interessada em sair do local o quanto antes. A resposta vem a seguir quando uma adolescente aparece e deixa uma caixinha preta, cara e incômoda em cima do balcão. Provavelmente, mais cara do que o meu salário pode pagar, e eu recebo muito bem agora.

— Ah, bem na hora! Aqui está, experimente para ver se necessita de ajustes. – A moça oferece justo a caixa discretamente cara. Eu, como se aquilo fosse se transformar em uma bomba para explodir a qualquer momento, abro e vejo um óculos de armação bonita, preta, impressionantes detalhes prateados para enfeitar com um pequeno brilhante (que espero não ser um diamante de verdade, só uma réplica). Eu pego aquela coisa em mãos, olhando para a vitrine e notando ser, justamente, uma das armações mais caras e bem planejadas.

O Diabo veste PradaOnde histórias criam vida. Descubra agora