31 - Susto.

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Continuando...

  Depois de dormir na casa do Nawyter, o dia amanhece e vou para escola. Na escola faço as últimas provas que estava faltando, tive que fazer as provas do segundo bimestre porque não fiz, lembram da facada que levei do meu pai e o tempo que tive que ficar no hospital para me recuperar? Então.
  As horas passam e por fim chegou o intervalo. Sentado no refeitório somente com a minha melhor amiga, converso com ela sobre o que aconteceu ontem a noite quando fui dormir com o Nawyter.
  - Ele tentou dá um passo a mais na nossa relação, fiquei nervoso.
  - Mais e aí Leandro, rolou? Aconteceu? E aí? Me conta amigo. - falou Letícia na maior curiosidade.
  - Não aconteceu nada amiga.
  - E porquê?
  - Eu não... Eu não... Ah eu não me sinto preparado para esse acontecimento. Poxa, é a minha primeira vez eu ainda me sinto inseguro pra isso. Preciso me sentir calmo e relaxado no local, entende.
  - Te entendo sim. Eu também nunca fiz ou melhor, nunca "avancei o sinal", acho que a minha primeira vez vai ser com o Caio. Estamos juntos e ele é muito fofo.
  - Você nunca "avançou o sinal" mais já mandou nudes pra um estranho na internet. - digo. - Quem te entende. - começo a rir.
  - Poxa Leandro! Isso faz tanto tempo. E ainda não descobri quem estava por trás daquele fake, mais eu vou descobrir.
  - Complicado né amiga?
  - Muito. - Letícia me abraça.
Graças a Deus o sinal da liberdade toca e acabou o horário escolar. Me despeço dos meus amigos e então, Letícia e eu vamos direto para a papelaria trabalhar.      Chegando lá, estranho a ausência do meu namorado. Nawyter estuda em escola particular e por ele estar de carro, ele chega sempre primeiro na papelaria.
  - Dona Ângela onde está seu neto? - questiono.
  - Bom meu filho, ele disse que ia conversar com uns amigos do colégio, parece que eles vão discutir sobre um trabalho escolar.
  - Ah sim, entendi. Obrigado! - fico meio intrigado.
  Em um restaurante no bairro, porém um pouco distante da papelaria, Nawyter marcou um encontro com Caio, Pablo e Harison. Estranho isso, não é?
  - E então cara, estamos todos aqui. Porque que você nos chamou? - perguntou Harison.
  - É mesmo porquê? Estou bastante curioso. - disse Caio.
  - Fala aí. - disse Pablo.
  - Então pessoal, é... eu nem sei como falar isso com vocês, estou com um pouco de vergonha. - disse Nawyter cabisbaixo.
  - Ah mano, vai amarelar agora? Fala aí ué. - disse Harison.
  - Tá bem, tá bem, vou falar. - Nawyter suspira. - Vocês são as pessoas mais próximas do Leandro e também são os únicos meninos que eu converso desde quando eu comecei a me relacionar com o Leandro e conhecer vocês. Eu sei que eu deveria chamar somente o Harison aqui por ele também ser gay, porém se o Pablo e o Caio quiserem ir embora eu vou entender. - ele suspira de novo. - Ontem depois da noite maravilhosa que todos nós tivemos na pizzaria para comemorar o namoro da Letícia com o Caio, eu convidei o Leandro pra dormir na minha casa. Eu tentei avançar no nosso relacionamento, já é a segunda vez que tento, mais o Leandro se sente inseguro pra esse acontecimento. Sei que estou com ele já faz mais de 5 meses, porém acho que vocês conhecem ele muito melhor do que eu, inclusive vocês todos estudaram e cresceram todos juntos.
  - Você quer pedir um conselho pra tentar ter uma relação sexual com o Leandro? - disse o nerd Caio.
  - É gente, me desculpa. Eu tô nervoso.
  - Pra começar. Você já namorou outro garoto e já teve relação? - questionou Pablo.
- Sim, antes do Leandro namorei só um cara por uns 4 meses. Aconteceu umas 3 vezes. - disse Nawyter.
  - Então cara, não vai ser difícil assim. - disse Pablo.
  - É que a diferença é que o Leandro é virgem. Não quero estragar uma primeira vez, entende. - disse Nawyter.
  - Complicado. - disse Caio.

💭 Pensamento de Harison: Engraçado, estou sentado numa mesa com um cara que me roubou o Leandro. Não lutei por ele porque eu gosto muito dele e quero que Lê seja feliz. Tivemos um momento bom lá no começo, porém não era eu a pessoa certa com ele tinha que experimentar esse tipo de experiência. Qualquer pessoa na minha situação talvez não ia ajudar e nem dar conselhos para o atual namorado, porém vou tentar ajudar porque quero muito ver o Lê sendo amado e amando alguém. Quando a gente ficou e tivemos aquele momento no cinema ali mesmo concretizei que o Leandro é um cara muito romântico. Então...
  - Olha cara vou te dizer. Você deve ter sacado que o Leandro é um menino muito sonhador e romântico. Então, tenta ser também. - disse Harison.
  - Mais eu até que fui romântico com ele, não muito.
  - Escolhe um bom ambiente, sei lá. Enfeita faz uma coisa diferente, ele vai gostar. - disse Harison.
  - Boa Harison, mandou bem. Se um dia eu e a Letícia acontecer, já tenho a idéia.
  - Que isso em Doutor Harison. - disse Pablo e ele bate palmas.
  - Boa ideia cara, até parece que você e o Leandro já teve alguma coisa. - disse Nawyter com um sorriso no rosto.
  - Somos só bons amigos. - disse Harison.
  - Vou aproveitar o feriado de Setembro, pode ser que aconteça. - disse Nawyter.
  - Vai da tudo certo. - disse Harison.
  - Peço a vocês, por favor vamos deixar essa conversa só entre a gente. - disse Nawyter.
  - Sim mano. - disse Pablo.
Depois dessa conversa meio que esquisita, Nawyter chega na papelaria e eu claro, faço mil perguntas pra saber onde ele estava.
  - Olá pessoal, bom dia! - disse Nawyter.
  - Oi amor. Quanta alegria! Onde você estava? - questiono.
  - Com alguns amigos do colégio, estávamos resolvendo um trabalho de Biologia.
  - Que trabalho é esse?
  - Amor, é um trabalho. Só isso.
  - Eu sei, mais que trabalho é esse, quero saber qual é o assunto.
  - Leandro, parou.
  - Tá. É que você sempre chega primeiro, só estranhei.
  - Tá bom. - Nawyter me dá um selinho. - Vou pra minha sala, beijos. - Nawyter volta e sussura no meu ouvido. - Quer dormir na minha casa de novo?
  - Ah não, hoje você dorme na minha. - digo.
  - Tá bom. - ele diz, me dá um selinho e vai para sua sala.
  No esconderijo de Ernesto, ele e Diego planejam dá um susto na minha mãe.
  - Então é isso. Vou vestir sua roupa preta com esse casaco, óculos e boné. Vou entrar pelo estacionamento do prédio enquanto você entra pela porta da frente. Certeza que a Rose vai deixar você entrar. Você se esconde e espera o Leandro chegar lá porque o Mário vai está na faculdade.    Quando o Leandro chegar eu aperto a campainha entro no AP e vamos ter um lavação de roupa suja. Depois que eu entrar você fica por perto escutando. Quando eu ameaçar em bater na Rose você entra, vou estar com uma faca na mão pra aterrorizar um pouco, depois tu vira o salvado do dia. Concerteza aquele manteiga derretida do Leandro vai começar a confiar em você. - disse Ernesto.
  - Você nem chama mais o Leandro de filho. - disse Diego.
  - Porque ele deixou de ser. - disse Ernesto furioso.
  A noite chega. Ajudo Nawyter fechar a papelaria e em seguida vamos para a minha casa. Chegando no apartamento, cumprimento o porteiro e em seguida chego em casa. Minha mãe está na sala vendo tv.
  - Oi mãe. - beijo ela no rosto. - Tudo bem, como foi o dia?
  - Oi dona Rose. - disse Nawyter.
  - Olá meninos. Bom filho, meu dia foi normal.
  - Nawyter vai dormir comigo hoje, pode? - pergunto.
  - Claro que sim. Ah, não vai ter janta hoje. Vou pedir uma pizza.
  - Aí sim em dona Rose. - disse Nawyter e começamos a rir. - O interfone toca e minha mãe atende.
  - Quem é mãe? - digo.
  - É o Diego, e ele quer falar com você. Pode mandar subir?
  - O que será que ele quer dessa vez, aff. - fico emburrado. - Tá no inferno abraça o capeta né, deixa ele subir, vai.
  - Então tá bom. - disse minha mãe. - Pode deixar subir. - ela fala para o porteiro. Enquanto isso Diego manda mensagem para Ernesto e ele entra na parte interna do prédio. Ernesto bate na porta da minha casa e minha mãe vai até lá abrir.
  - Oi Die... Você? Não! - minha mãe grita e tenta fechar a porta, porém Ernesto consegue entrar, minha mãe se afasta, fica do meu lado. Fico sem reação e em seguida ele bate a porta.
  - Que gracinha! A família reunida. - Ernesto solta uma gargalhada diabólica. - Pensaram que eu não ia vim não é. E nem pensem em chamar os homi. - Ernesto tira um faca que estava escondida na sintura e aponta pra gente. - Chama pra ver o que acontece. - disse Ernesto com um olhar que misturava todos os sentimentos negativos. Sinto minhas pernas bambas, começo a suar frio, seguro nas mãos da minha mãe e Nawyter me abraça.


Em Busca da Felicidade (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora