Continuando o capítulo anterior...
Diego vai até a sala e liga a televisão, ele vê o repórter falando da tragédia que aconteceu com Leandro.
- Nossa cara! O Ernesto é louco mesmo. - ele solta uma risada irônica. - Tanto que é louco que me ligou pedindo pra voltar só pra ajudar ele a acabar com o próprio filho. Esse cara é louco. - ele continua rindo. O celular de Diego toca e ele atende.
- Alô, quem é que tá falando?
- Diego, sou eu Ernesto. Tô falando daqui da cadeia, cara fui em cana. Vou precisar de uma ajuda sua. Os cara querem fugir daqui e eu vou com eles, preciso que no dia da fuga você me espera na parte de trás da cadeia, vem de moto porque assim a fuga é mais rápida. - disse Ernesto.
- Mano, eu não tenho moto, mais vou falar para os meus parças te ajudar nessa, pode crê? - disse Diego.
- Pode sim, tamo junto nessa em Diego, foi pra isso que te pedi pra voltar pra São Paulo. Se é meu parça. Quando for o dia da fuga, te ligo pra te passar a visão. - Ernesto desliga.
- É, sobrou até pra mim. - disse Diego sentado no sofá. Sua mãe chega na sala e questiona.
- Com quem você estava falando filho? Com a Juliana?
- É sim mãe, ela tá bem. Bom, vou trocar de roupa porque eu preciso dar uma saída. Beijos dona Cleide.
- Beijo filho. - Dona Cleide beija o rosto de Diego. - Meu filho tá mudado mesmo, obrigada meu Deus!
Juliana chega na casa do seu pai, ela fica algum tempo parada no portão, pois ela estava sem coragem. Ela respira fundo e finalmente toca a campainha. Ela entra na casa e vê seu pai e sua madrasta tomando café.
- Juliana! - disse Paola, sua madrasta, espantada.
- Oi Paola. - Juliana acena com a mão.
- Como você está, menina por onde você andou por todo esse tempo sem dar notícias? - Paola se levanta da cadeira e abraça Juliana, em seguida ela convida Juliana para sentar - se a mesa. - Vem, senta aqui com a gente. - Juliana senta a mesa e fica cabisbaixa, com vergonha de encarar o pai.
- Oi pai, como vai o senhor? - disse Juliana em tom baixo.
- Você some, fica se aventurando durante quase 5 meses sem dar notícias, e ainda tem coragem de me perguntar como eu estou. - disse Sr. Eduardo.
- Pai me desculpa, eu vim aqui pra te pedir perdão. Eu sei que eu errei e errei feio, mais eu quero o seu perdão. - disse Juliana.
- Pelo menos você sabe que errou, isso já é um bom começo. - disse Sr. Eduardo.
- Eduardo por favor, ela tá sendo sincera. - disse Paola.
- Sincera? Você acha mesmo Paola? - disse Sr. Eduardo com uma voz alterada. - Quer dizer então que eu cato minha filha escondendo drogas dentro da mochila, vejo ela se engraçando com um marginal e derrepente ela some e fica meses sem dar notícias e agora tenho que escutar que ela está sendo sincera? Você errou sim Juliana, você sabe a angústia que sua mãe ia ter se ela estivesse aqui presenciando essa situação?
- Eu sei pai, mais...
- Mais o que? O que, em? - gritou Sr. Eduardo. Ele começa a chorar. - Você é minha filha, e só por isso eu te perdôo.
- Eu ainda não terminei pai. - O silêncio paira por alguns segundos. - Eu estou estou grávida do Diego. - disse Juliana cabisbaixa.
- O quê? Grávida? - disse Paola espantada.
- Me conta essa história direito Juliana. - disse Sr. Eduardo.
- Quando eu saí daqui, eu fui embora com o Diego pro Rio de Janeiro. A gente morou na favela da Rocinha na casa de uma tia dele. Quando eu fiz o exame lá eu estava com 3 meses. Agora eu estou com 4 meses. A gente já está em Julho, e semana que vem completo 5 meses de gestação. Foi tudo muito rápido, e aconteceu. - disse Juliana cabisbaixa. Sr. Eduardo se levanta da cadeira e joga o copo de suco na parede.
- Calma Eduardo! - gritou Paola.
- Você é uma irresponsável Juliana, irresponsavel! - gritou Eduardo. - Olha o que você fez com a sua vida menina. Eu tinha tantos planos pra você filha. Você sempre teve tudo o que você quiz. Me diz uma coisa. - Eduardo se abaixa até Juliana que estava sentada. - Porquê você escolheu essa vida pra você? Porquê?
- Me desculpa Pai, eu sei que eu fiz tudo errado, mais agora não dá pra concertar. - disse Juliana aos prantos.
- Levante dessa cadeira Juliana, levanta agora! - gritou Eduardo.
- Eduardo calma. Olha lá o que você vai fazer. - disse Paola. Juliana se levanta.
- Olha pra mim. - a menina olha com um olhar de assustada. - Eu te amo filha, eu vou te ajudar nessa, porquê eu não quero te perder, só por isso. Eu te amo! Agora me abraça. - eles se abraçam.
- Desculpa, desculpa. - disse Juliana chorando.
- Eu te amo filha! - disse Sr. Eduardo. Paola abraça os dois.
Na sala de espera do hospital, Rose avisa para Nawyter que ela precisa ir embora para resolver as coisas da mudança.
- Nawyter, vou precisar ir embora, vou ir lá em casa arrumar as minhas malas e as do Leandro, eu não quero ficar nem mais um dia naquela casa. Por favor se não for te incomodar, você pode ficar com Leandro aqui pra mim? É rápido, prometo.
- Fico sim, pode ir tranquila. - disse Nawyter.
- Tá bom. Beijos Lê, obrigada Nawyter. - disse Dona Rose e ela vai embora.
- Nawyter, será que eu posso ir agora visitar o Leandro? - perguntou Letícia.
- Tem que esperar o doutor chamar.
- Próximo a visitar Leandro Valim. - disse o Doutor.
- Sou eu, vou lá. - disse Letícia. Ela entra no quarto e corre em direção a Leandro.
- Amigo seu louco! - disse Letícia me abraçando
- Oi minha best friend. Que saudade que eu estava de você.
- Ai amigo, que sufoco em. Como que eu não percebi que o seu pai estava fazendo tudo isso com você. Bem que eu estranhei quando ele deu aquela desculpa de que você foi pra Osasco, aquilo não colou. Mais o importante é que você está aqui são e salvo.
- Estou aqui também graças a sua esperteza e a sua coragem. Você é um anjo sabia? Eu te amo muito sua louca. - começo a rir.
- Você mesmo aí numa situação difícil, você consegue dar umas risadas né. Eu não tô muito boa não.
- Eu vi você chorando quando eu estava te observando do meu quarto. O que aconteceu com você?
- Ai Leandro, você não vai acreditar. Sabe o NCA? Lembra dele? Então, eu descobri quem ele é.
- E quem é ele Letícia? Quem? Me conta esse babado.
- É o nerd Caio Augusto. N de nerd, C de Caio e A de Augusto, NCA.
- Se tá brincando com a minha cara? Não creio! Tô chocado.
- É porque você não vou a cara que eu fiz quando eu vi que era ele.
- Ele sempre me perguntava de você, porém eu nunca imaginava que o Caio fosse capaz de fazer isso. Ele é tão na dele e tão comportado. Mais é aí vocês ficaram? - perguntei.
- Claro que não né. Ele é feio Leandro. Ele não faz meu tipo. - disse Letícia cabisbaixa.
- Letícia minha amiga. - Seguro as mãos de dela. - Da uma chance pra ele. Olha só, ele te enviou cartinhas te encorajando a seguir em frente, te fez sorrir no seu pior momento e te mandou flores e doces. Você fica aí falando que ele não faz o seu tipo, mais ele é o seu tipo. Letícia, o "tipo" da gente é a pessoa que nos ama de verdade. Ele gosta de você. Ele não é feio, ele gosta de ser daquele jeito ué. Com os cabelos lambidos, sempre de calça e com blusas maiores do que ele. Da uma chance pra ele amiga, para de ver o que tem por fora e vê realmente o que tem por dentro.
- Pensando bem né. Vou pensar no que você me disse, ai que saudade estava dos seus conselhos. Te amo miguxo! - disse Letícia nos abraçamos.
Minha mãe chega em casa. Quando ela sai do carro, ela vê vários repórteres na porta de sua casa e eles correm em direção dela para fazer várias perguntas.
- Olá, você é a mãe de Leandro Valim? O que foi que realmente aconteceu? - perguntou um repórter.
- Você pode nos dar uma entrevista explicando o que aconteceu? - questionou outro.
Dona Dalva corre até Rose para tentar ajudar ela a se livrar dos jornalistas.
- Vamos Rose, te ajudo a sair daqui. - disse Dalva.
- Tudo bem Dalva, eu vou falar com eles. Acho que as pessoas precisam saber o que realmente aconteceu aqui.
- Vamos entrar ao vivo para todo o Brasil, pode ser Dona Rose? - perguntou o repórter.
- Ótimo, me diz quando eu começo a falar.
- Agora dona Rose. Segura o microfone, depois é só falar.
- Bom dia a todos que está assistindo o jornal. Meu nome é Rose dos Santos Valim, ex esposa de Ernesto Valim. Digo ex, porquê depois do que ele fez com o meu filho eu não volto pra esse lixo de homem. Vou ser breve. Ernesto esfaqueou o meu filho Leandro por ele ser gay. Ele nunca aceitou que o filho fosse um homossexual. Lá em casa eu era a única que sabia, porque eu sabia o que poderia acontecer caso Ernesto soubesse de toda a verdade. Ajudei o meu filho a esconder a verdade do pai, fui errada sim, mais eu pensava na proteção do meu filho. Meu filho tinha que fingir ser quem ele não era, pra que? Para que o pai não passasse vergonha com os amigos, para que ele não sofresse bullying na escola e para a sociedade não condenar ele. O mundo está muito mal. Ser mãe de um menino homossexual, é uma tarefa difícil. Eles também tem várias qualidades. Eles são bons, eles lutam pelo os seus objetivos, pensam sempre no próximo e também em um mundo melhor. Agora também tem a parte ruim, sabe qual é? É a dor que a gente sente no coração quando a gente deixa eles saírem de casa pra ir para escola, pra dar uma volta ou para sair com os amigos. Dói na gente, porque a gente não sabe se eles vão voltar para a casa. Digo a vocês brasileiros e brasileiras que estão me vendo agora. Amen seus filhos, suas filhas. Amen eles do jeitinho que eles são. Vamos construir uma comunidade de paz, vamos saber respeitar uns aos outros e saber praticar a irmandade. - Neste momento a vizinhança toda está na rua. - Vamos saber cuidar uns dos outros sem olhar o que é ou deixa de ser. Todos querem a paz? Então porque ninguém faz algo para merece - lá? Sem preconceito, esse é o mundo que eu quero. Vamos nos unir, vamos sim. Eu quero ter um milhão de pessoas, de amigos, para bem mais forte poder cantar. QUE SEJA LIVRE TODA A FORMA DE AMAR! - gritou Dona Rose e todos começam a aplaudir e a gritar a frase: QUE SEJA LIVRE TODA FORMA DE AMAR!
Pouco tempo depois, Vinícius e Harison chegam ao hospital para vistar Leandro depois de ver dona Rose ao vivo na tv.
- Oi Nawyter, oi Letícia,tudo bem com vocês? Como está o Leandro. - perguntou Vinícius.
- Ele está bem, graças a Deus. - respondeu Nawyter.
- A gente veio o mais rápido que a gente pode. A dona Rose deu uma entrevista para tv agora a pouco. - disse Harison.
- Eu e Letícia assistimos ela. - disse Nawyter.
- Queremos visitar o Leandro. - disse Vinícius.
- O Doutor vem chamar vocês daqui a pouco. Eu estava lá a pouco tempo atrás. - disse Letícia. - Bom eu vou embora, mais se precisar de mim me liga viu, Nawyter. Beijos.
- Alguém mais irá visitar Leandro Valim? - perguntou o Doutor.
- Doutor, tem mais dois amigos aqui. Será que você deixa os dois entrarem juntos? - perguntou Nawyter.
- Tá bem, só dessa vez que deixo dois entrar. - disse o Doutor. Chegando no quarto, o Doutor abre a porta e anuncia a visita. - Leandro, seus amigos Harison e Vinícius.
- Oi amigo, meu Deus que situação. - disse Vinícius abraçando Leandro.
- Oi Leandro, tudo bem? - perguntou Harison.
- Olá casal bonito. - eles dão risadas. - Eu estou bem sim pessoal. Que felicidade em ver vocês dois juntos. Que casal, meu Deus!
- Ah, para Leandro. Assim você tá me deixando envergonhado, poxa! - disse Harison.
- Tá bom Harison, eu paro. - digo.
- Amigo, eu já estava morrendo de saudades de você na escola. A semana de provas foi difícil sem você lá para nós ajudar. - disse Vinícius.
- Imagino pessoal. Falando em provas eu vou ter que estudar dobrado. Vou ter que passar as férias de Julho estudando pra quando a gente voltar, eu vou ter que fazer essas provas todas. - digo.
- Mais relaxa, você vai arrasar amigo. - disse Vinícius. - Que bom que você está bem.
- É, vou indo né gente, cada dia melhor. - digo.
- Você viu sua mãe na tv? - perguntou Harison.
- Sim, eu vi agora a pouco. Minha mãe é uma máximo, não sei o que seria de mim sem a dona Rose. - digo.
- Meu pai também viu e foi correndo até a sua casa para falar com a sua mãe. - disse Harison.
- Que bom, o Sr. Harison é um bom patrão pra minha mãe. - digo.
Na hora do almoço, Nawyter entra no quarto de Leandro segurando uma bandeja com um prato de comida e um copo de suco.
- Olá amor, vim trazer o seu almoço. Vou ficar com você o domingo inteiro.
- Nawyter vai pra casa descansar. - digo.
- Não, vou ficar aqui para sua mãe resolver algumas coisas e também já liguei para dona Ângela pra avisar, inclusive, ela te mandou um beijo enorme. - disse Nawyter arrumando a bandeja na minha cama.
- Sua vó é um máximo. - digo.
- Sim ela é mesmo. Mais agora sem conversa, vamos, abri o bocão porque eu vou te dar comida na boca.
- O quê? Naaaaaoooo. - começo a rir.
- Simmmmm, agora abre a boca. - Nawyter passa a tarde toda no hospital me ajudando com tudo o que eu precisasse.
No fim da tarde, Doutor Harison chega na minha casa e vê minha mãe empacotando algumas roupas.
- Olá Rose, tudo bem. Olha, a porta tava aberta e eu fui entrando.
- Oi Dr. Harison. Tem problema não, acontece que eu estou tão avoada que deixei o portão aberto. - disse dona Rose.
- Eu vi você hoje na Tv e resolvi te visitar. Algum problema?
- Imagina Doutor, problema nenhum. Só não repara a bagunça porque eu estou de mudança.
- Pra onde você vai?
- Eu queria ir embora pra Osasco. Assim eu ficava mais perto da minha mãe e poderia ajudar a cuidar dela.
- Não por favor não vai embora. - disse Dr. Harison se aproximando da minha mãe.
- Porque você não quer que eu vá embora? - perguntou Rose.
- Eu não ia saber viver sem você. A advocacia ia ficar sem graça sem ter você lá.
- Mais você pode achar outra secretária.
- Não posso Rose. Não dá. - Sr. Harison se aproxima mais ainda.
- E porquê não?
- Porque eu te amo. - Sr. Harison beija minha mãe.
- Não para! A gente não pode fazer isso. Por mais que eu não tenho mais nada com o Ernesto, mais eu preciso me divorciar primeiro. Eu também estou gostando de você Doutor, mais acho que não é o momento pra gente se beijar. - disse Rose.
- Você tem razão, você está com problemas e eu te beijei. Me desculpa, mais não vai embora por favor. Eu não ia suportar te perder, Rose. Fica aqui e fica comigo. - disse Dr. Harison. - Olha só, tem um apartamento aqui mesmo na Lapa, logo ali perto da papelaria, você ir morar lá. Enquanto a papelada não fica pronta, se você quiser se hospedar lá em casa fique a vontade.
- Tá bom, hoje eu fico na sua casa, mais amanhã que quero que você me ajude com a papelada do apartamento. O Leandro vai ficar mais alguns dias no hospital, e enquanto isso dá pra ir arrumando até ele chegar. - disse Rose.
- Tá bom então. - Sr. Harison sorri. - Eu posso te ajudar a empacotar as coisas?
- Claro que sim, Doutor. - dona Rose sorri.
Juliana chega na casa de Diego e dona Cleide pergunta como foi a situação dela com o pai.
- Juliana, me conta como foi lá? Deu certo?
- Sim dona Cleide, foi melhor do que eu pensava.
- Que bom filha, que bom.
- O Diego está em casa?
- Saiu, e disse que foi encontrar alguns amigos, disse também que volta um pouco tarde. - disse dona Cleide.
- Tá bem, vou tomar um banho e dormir, a gravidez está me deixando cansada.
- Tá bom filha , vai lá. - disse Dona Cleide.
A noite chega, são 19h e Mário chega em casa junto com Paloma. Mário entra em casa e vê Dr. Harison ajudando a minha mãe a levar as caixas com as roupas empacotadas até o carro dela.
- Oi mãe, o que a senhora está fazendo segurando essas caixas? - perguntou Mário.
- Oi dona Rose, como vai? - cumprimentou Paloma.
- Doutor Harison, pode colocar essa caixa que você está segurando no meu carro e me espera lá fora por favor. - disse Dona Rose.
- Como quiser, com licença. - disse Dr. Harison.
- Vai ficar aí na porta, ou vai entrar? Você não acha que a gente tem que ter uma conversa? - disse minha mãe brava.
- Mãe eu não tive... - disse Mário sendo interrompido por um tapa na cara que minha mãe deu.
- Eu disse pra você entrar, não disse pra você me dirigir a palavra. Agora senta neste sofá e me escuta. - disse minha mãe brava. Agora! - gritou. Mário senta no sofá junto com Paloma e fica de cabeça baixa.
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Em Busca da Felicidade (Finalizada)
Teen FictionO amor e o romance é para todos. A vida surpreende e mostra para você adjetivos que você jamais imaginava ter. Nesta primeira parte, irei contar a história de Leandro, um jovem de 18 anos que mora na cidade de São Paulo com seus pais e seu irmão mai...