Continuando o capítulo anterior...
- E então Sr. Júlio e Sr. Jonas, vocês aceitam ir hoje até a casa do Diego? - pergunto.
- Aceitamos sim Leandro. Nos encontramos lá às 20h, pode ser? - disse Sr. Júlio.
- Então está bem, espero que não desistam de ir. - digo.
- Não vamos desisti, pode ter certeza que estaremos lá. - disse Sr. Júlio.
A tarde no parque do Ibirapuera, Pablo estava tendo um encontro com Marcela. Eles estavam caminhando, conversando e tomando sorvete.
- Então Marcela, você não conversa mais com a Juliana mesmo em! Vocês eram tão amigas. Você parou de falar com ela, depois que ela começou a andar com o Diegão, num é? - perguntou Pablo.
- Na verdade, eu nunca gostei da amizade da Juliana. Ela era muito mandona, preconceituosa e às vezes me dava nos nervos vendo ela fazendo coisas ruins com as pessoas. Eu sei que você me viu fazer coisas ruins, mas eu fazia porque a Juliana era a minha única amiga na escola, se eu não fizesse o que ela queria, eu ia ficar sozinha, igual como fiquei essa semana na escola.
- Saiba que você não está sozinha. - disse Pablo e eles param de caminhar e encaram um ao outro. - Eu agora estou aqui e vou ser seu amigo. Pode contar comigo agora.
- Eu te agradeço muito por me fazer companhia essa semana na escola. Você me chamou para sentar com você no refeitório, e vi que você está me ajudando a se enturmar com os seus amigos, que por sinal não gostam muito de mim e com razão. - disse Marcela cabisbaixa.
- Quero que você ande com a gente agora. Também quero ficar perto de você, porque eu não quero te ver sozinha. Sei que você é uma pessoa do bem e acredito muito nisso. Você é linda Marcela, por fora e por dentro. - disse Pablo olhando nos olhos verdes de Marcela.
- Obrigada Pablo. Eu gosto muito de você. Você agora é o meu melhor amigo. - disse Marcela sorridente.
- Eu não quero ser só seu amigo. - disse Pablo aproximando sua boca nos lábios de Marcela.
- Quer ser o que mais? - Sussurra Marcela toda ofegante.
- Seu namorado. - disse Pablo e em seguida beija Marcela. O beijo é interrompido por uma mensagem no celular de Pablo. Ele pega o celular e lê a mensagem.
- O que é Pablo? - pergunta Marcela.
- É o Leandro me mandando mensagem me falando para encontrar ele na casa do Nawyter às 20h.
- Porquê?
- É porque vamos até a casa do Diego hoje. O pai do Diego vai estar lá. - disse Pablo.
- Toma cuidado! Não quero ver meu namorado se metendo em confusão. - disse Marcela.
- Ah sim, pode dei... Pera aí, você disse namorado? - Perguntou Pablo todo sorridente.
- Sim, a partir de hoje você é o meu namorado. - disse Marcela e eles se beijam novamente e deixam os sorvetes caírem no chão.
A noite chega e já são 20h. Pego meu casaco e vou para a casa do Nawyter se encontrar com ele e com Pablo. No caminho até a casa do Nawyter, vejo o carro da minha mãe vindo na minha direção. Ela para o carro e me pergunta para onde estou indo.
- Leandro, onde você está indo?
- Vou sair com o Nawyter e com o Pablo, mas depois te explico tudo. E onde você estava até agora mãe? - pergunto.
- Na casa do Dr. Harison. Cheguei tarde porque a gente conversou bastante e nos divertimos tomando cerveja e até dançamos. Fui lá para animar ele e pedir para ele voltar para advocacia.
- Olha lá em Dona Rose. Tô estranhando essa aproximação. - falo apontando o dedo para ela.
- Ele é meu patrão Leandro. E você esqueceu que sou casada? Por mais que o meu casamento está uma merda, porém, nunca vou trair o seu pai, porque eu tenho caráter e dignidade. Beijos filho, agora vou indo, vou chegar em casa e tomar um banho.
- Beijos mãe!
- Vê se não demora, não chega tarde em casa porque não sei mais o que inventar para o seu pai. - disse minha mãe sorrindo.
- Tá, pode deixar. - digo e vou andando até a casa do Nawyter.
Chegando na casa do Nawyter, Dona Ângela me questiona quando vamos marcar um jantar com a minha mãe. Ela me fez o convite de ir até a fazenda conhecer os pais do Nawyter e eu aceito. Depois da conversa, Pablo chega e vamos todos para a casa do Diegão no carro da avó de Nawyter.
No carro, Pablo conta que está namorando Marcela. Nawyter questiona se essa idéia de fazer um encontro entre Diego e seu Pai vai dar certo e Pablo disse que está confiante. Digo a eles que é melhor não ser esperançoso e esperar talvez pelo pior.
Júlio e Jonas chegaram na casa do Diego às 20h em ponto. Dona Cleide os recebe, convida para sentar no sofá e serve um café para os dois.
- É engraçado essa situação. Anos atrás você era meu marido e hoje você está com o meu irmão. É uma traição vamos dizer que diferente. Como eu ia imaginar que ia ser trocada por um outro homem. E que este homem é o meu irmão. - disse Dona Cleide.
- Cleide por favor, não vamos brigar. Vamos focar no objetivo de hoje. E essa história faz tantos anos, a gente já conversou e você já nos perdoou, então vamos manter a maturidade. - disse Jonas.
- Sim, você está certo. Já perdoei vocês, mas a dor jamais vai sair de mim. Vamos ser adultos hoje e vamos resolver essa história de uma vez por todas. - disse Dona Cleide séria olhando para o irmão.
- Cadê o Diego? Onde meu filho está? - perguntou Júlio.
- Ele está na rua andando com essa tal de Juliana que ele enfiou aqui dentro de casa, e está com outros dois amigos que ele sempre anda. Só não chama ele de filho, porque isso soa irônico Júlio. - disse Dona Cleide. Chegamos na casa de Dona Cleide e ela nos recebe.
- Olá a todos, cadê o Diego? - pergunto.
- Ele está na rua andando com a namorada e com os amigos. Vou ligar para ele e pedi pra vim embora. Vou inventar algo. - disse Dona Cleide. Ela liga para Diego e inventa uma desculpa. Pouco tempo depois, a campainha toca e Dona Cleide atende a porta e pede para Júlio e Jonas ficarem na cozinha.
- Oi filho, que bom que você chegou.
- Não tô acreditando nisso. O que esse povo tá fazendo aqui. Você de novo Leonardo, cara, você não cansa de acabar com a minha vida seu desgraçado. - disser Diegão exaltado.
- Calma Diego! - disse Dona Cleide.
- Calma nada. Você me chamou aqui pra quê? - Disse Diegão.
- Júlio e Jonas, podem sair da cozinha. - disse Dona Cleide e em seguida ela fecha a porta.
- Não tô acreditando no que tô vendo. Não pode ser. - disse Diego espantado. - Quem deixou esses dois babacas entrarem aqui em casa? - gritou Diegão.
- A gente só veio conversar filho. - disse Júlio.
- Não me chama de filho. Você nunca foi e nunca vai ser o meu pai. Prefiro me matar do que te chamar te pai. - gritou Diegão.
- Ele é seu pai Diego, não fala assim cara. - disse Juliana.
- Cala a boca Juliana. Meu Deus isso não está acontecendo comigo! - disse Diegão com as mãos na cabeça.
- Calma filho, escuta o que ele tem a dizer. - disse Dona Cleide.
- Escuta seu Pai Diego. - disse Nawyter.
- Cala a boca cara, eu não sei o que você, o Leandro e o Pablo estão fazendo aqui. Meu Deus, as pessoas que me derrubaram estão dentro da minha casa, mais juro vingança a cada um de vocês. Principalmente a você Leandro, que tirou os meus amigos de mim. A você eu juro que vou te matar. - disse Diego, quando me levanto para responder.
- Eu não sou seu inimigo e nem quero te derrubar Diego. Estamos aqui, marcamos esse encontro para tentar te mostrar, que você não precisa ser assim. Você não precisar andar com pessoas ruins para se sentir amado. Você não precisa carregar esse ódio. Viemos aqui para que você resolva coisas que ficaram pendentes no passado com o seu pai e com o seu tio. - digo e Diego me dá um tapa na cara.
- Você ficou maluco cara? - disse Pablo que empurra Diego e ele cai no chão. - Você não bate no Leandro, tá me entendendo? - Pablo me abraça.
- Eu vou te matar cara. - disse Diego que vem em minha direção, porém Dona Cleide entra na frente.
- Chega! Para com isso Diego. - gritou Dona Cleide. - Senta aí agora, porque o seu pai quer falar com você.
- Não vou me sentar. Tudo bem, o que você quer comigo Júlio? - disse Diego.
- Olha Diego, eu tenho muita coisa pra te dizer filho. Eu sei que você não vai com a minha cara. Eu sei que você sofreu na minha ausência e sei também que te machuquei quando você viu eu e seu tio na cama. Eu tenho vergonha dessa cena e jamais vou me perdoar por isso. Realmente eu me arrependo deste ato de traição e fico triste quando volto a lembrar desse dia. Sou gay sim, e não me envergonho por isso. Vim aqui hoje filho, te pedir desculpas, te pedir perdão, te pedir uma chance de começar de novo. Eu sou o seu pai e sempre vou ser, você querendo ou não, é uma realidade que não tem jeito de ser mudada. Eu sofri quando tive que ir embora para Salvador. Fui não porque tive vergonha, mas sim, porque não queria que ninguém soubesse que seu pai é gay, para que você não sofresse as consequências. Até hoje, ninguém soube, mas se ficarem sabendo de toda essa história, eu não me importo. Eu só queria que você filho, me desse a chance de recomeçar. Eu te amo muito, e eu sei que você não acredita nisso. Mas eu te amo, e quero que você me perdoe por tudo que um dia te fiz passar. - disse Sr. Júlio que começou a chorar. - Me perdoa Diego, por favor!
- Eu também te peço perdão Diego. Sou o irmão da sua mãe e seu tio, somos da mesma família. Hoje você cresceu, e eu sei que você é capaz de nos perdoar. - disse Jonas.
Depois disso, olho para Dona Cleide e a vejo chorar. Vejo Diego chorando e paralisado encostado na parede. Pablo e Nawyter ficaram cabisbaixo e Sr. Júlio não conseguia mais falar de tanto que chorava.
- Tá vendo meu filho? Somente o amor e o perdão é que vai te libertar de tudo isso. - disse Dona Cleide. Diegão desincosta da parede.
- Chega, Chega! - gritou Diegão que chega perto de seu pai e o encara. - Eu nunca vou te perdoar. Eu tenho nojo de você. Você é gay. Só de pensar que você deita com meu tio, chega me dar vontade de vomitar. Me faz um favor? Vê se morre. Vai ser menos um viado no mundo.
- Não fala assim Diego. - disse Dona Cleide.
- Falo do jeito que eu quiser. Agora eu vou pro meu quarto pegar as minhas coisas, porque eu não fico nessa casa mais nem um segundo. Vou morar num canto aí e espero que não me procurem, somente aguardem, porque a qualquer momento vou acabar com todos vocês que me fizeram sofrer. - disse Diego que vai para o quarto junto com Juliana.
- Tentamos. - digo suspirando.
- Agradeço a vocês. Obrigado Leandro, Nawyter e Pablo. Agradeço também por vocês terem vindo Júlio e Jonas. Agora acho melhor vocês irem embora, porque pelo visto, meu filho não vai voltar a ser aquele Diego do bem outra vez. - disse Dona Cleide.
Depois disso, Júlio e Jonas foram embora e Nawyter, Pablo e eu também. Nawyter deixa Pablo em sua casa e em seguida vamos para a casa de Nawyter. Quando chegamos, Nawyter pede uma pizza e um refri e ficamos na laje comendo e conversando.
- Lê, pra onde você acha que o Diego foi?
- Acho que foi para a casa dos amigos dele. Estou com medo Nawyter. Não sei o que ele é capaz de fazer. - digo e Nawyter me abraça.
- Fica tranquilo. - Nawyter beija minha cabeça. - Eu estou aqui e vou te proteger sempre, meu amor.
- Obrigado por tudo! Eu te amo demais. Você é a minha felicidade em meio ao caos. Eu te amo. - digo isso sendo abraçado por Nawyter.
- Eu te amo muito, muito mais! - Disse Nawyter.
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Em Busca da Felicidade (Finalizada)
Roman pour AdolescentsO amor e o romance é para todos. A vida surpreende e mostra para você adjetivos que você jamais imaginava ter. Nesta primeira parte, irei contar a história de Leandro, um jovem de 18 anos que mora na cidade de São Paulo com seus pais e seu irmão mai...