Continuando...Chegando no apartamento, minha mãe carrega Mário praticamente mas costas de tão bêbado que ele estava. Minha mãe coloca ele no sofá e pega um remédio para dar a ele. Eu fico vendo a situação do meu irmão, fico encarando ele e pensando se eu devo perdoar por tudo que ele me fez. Mesmo Mário estando bêbado, acho que ele estava falando a verdade. Depois que ele perdeu a namorada, o amor do meu pai, a mim ele ficou balançado. O que fez que Mário ficou assim, foi minha mãe. Ele nunca discutiu com ela desta maneira. Ele tinha um respeito pelo meu pai por medo, mais ele ama mais do que tudo a mamãe. No fundo, eu sei que Mário não é homofóbico, só agiu de tal maneira por medo do Ernesto.
- Irmão, me perdoa por tudo. - disse Mário de cabeça baixa. - Eu nunca quiz te machucar mano, eu te amo. - ele começa a chorar. - Foi ele Leandro, foi ele, o papai. Eu sempre tive medo dele, você sabe disso. Nunca tive coragem de enfrenta - lo e resultou nisso. Mano, eu gosto de você do jeito que você é, não me importa! Só me perdoa por favor, por favor. - Fico encantando ele com os olhos cheios de lágrimas.
- Mário, Mário! Olha pra mim. - Mário olha para mamãe. - Agora não é hora, você está acabado, amanhã a gente conversa. - disse Dona Rose.
- Mas o Lê tem que me perdoar. - Mário levanta, anda em minha direção e eu vou correndo para o quarto. - Lê, volta aqui mano. - disse Mário.
- Amanhã vocês conversam melhor, agora você vai tomar um banho, tomar esse remédio e relaxar. Amanhã é outro dia. - disse minha mãe. Entro no quarto, abraço meu travesseiro e começo a chorar.
O dia amanhece, é domingo. Nawyter me liga às 08h da manhã e me convida para passear.
- Você aceita dar um passeio comigo meu amor? - disse Nawyter bem alegre.
- Poxa! Tinha que ser às oito da manhã de domingo? - digo todo preguiçoso.
- Ah vamos amor, vai ser bom.
- Tá bom, daqui 20 minutos estou pronto.
- Então tá meu lindo, te espero. Beijão!
- Beijão! - Me levanto, escovo dentes, me arrumo e mando uma mensagem para minha mãe, para quando ela acordar não ficar preocupada comigo.
Espero Nawyter me buscar na porta do meu edifício. Ele chega e pede para que eu entre no carro. No carro ele percebe minha expressão de tristeza e me pergunta o que aconteceu.
- Aconteceu alguma coisa? Já sei, não deveria ter te acordado, me perdoa!
- Não é isso Nawyter. Você é o único que eu deixo me acordar a qualquer hora do dia. - digo e olho para a janela.
- Então o que aconteceu meu amor?
- Mário veio me pedir desculpas ontem. Ele encheu a cara porque estava triste e decepcionado com toda a situação. - digo.
- Não acredito que seu irmão é ruim igual seu pai. O Mário sempre teve medo do seu pai e ele fazia e falava certas coisas por medo dele.
- É, eu também penso assim.
- E você, vai perdoar ele? Perdoa ele amor, vocês são irmãos e ele te ama. - disse Nawyter.
- Vou pensar. Quando eu voltar pra casa eu falo com ele.
Chegando no Ibirapuera, Nawyter pede para que eu o espere sentado e encostado no mesmo lugar quando ele me convidou para um piquenique aqui. Eu lembro do lugar, é debaixo de uma árvore enorme e linda. Fico esperando e ele chega com uma cesta de piquenique.
- Tcharam! Piquenique de novo. Achei que depois de ontem que tivemos um jantar em família para oficializar o nosso namoro, seria legal fazer uma coisa... digamos que romântica. - disse ele todo feliz.
- Aaaaaaaah! Amor você não existe. Eu amei, amei muito essa idéia. - digo dando um sorriso.
- Gostou mesmo? - Nawyter assenta no chão.
- Adorei, amei mesmo. Obrigado! - digo.
- Agora a gente é namorado. Não precisamos namorar escondido, ou ficar de olho tiver se tem algum conhecido nosso. Agora a gente tá livre pra viver o nosso amor, livres para viver a nossa vida, um do lado do outro. - disse Nawyter. - Ele acaricia meu rosto.
- É, é verdade. É um alívio isso. Eu te amo muito, saiba sempre disse e tenha certeza. Te amo! - digo. - A gente se beija por uns segundos e começamos a preparar o piquenique.
Em casa minha mãe acorda, vê a minha mensagem e vai até a sala ver Mário. Ela acaricia ele por uns segundos e depois liga a tv.
- Acordei atrasada para ir a missa. Vou ver se ainda está passando na tv. - Quando ela liga a tv, se assunta com o plantão.
" INTERROMPEMOS A PROGRAMAÇÃO PARA AVISAR QUE UM DETENTO FUGIU DA CADEIA. ERNESTO VALIM, PRESO POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO CONTRA O PRÓPRIO FILHO, LEANDRO VALIM, ESTÁ FORAGIDO. VOLTAMOS A QUALQUER MOMENTO COM NOVAS INFORMAÇÕES."
Minha mãe começa a sentir um mal estar encosta no sofá.
- Meu Deus, e agora? O Ernesto fugiu. Será pra que meu Deus, será pra quê? - disse minha mãe.
Horas depois, Nawyter e eu encerramos o nosso piquenique. Começamos a juntar as coisas e entramos no carro.
- Obrigado pelo maravilhoso café da manhã. - digo olhando para ele sorrindente.
- De nada. Vai ter muitos cafés das manhã ali. Eu gosto muito daqui e principalmente daquela árvore. Eu ficava ali para pensar na vida, e sempre que ficava triste vinha para cá pra refletir.
- Que bonito isso amor. - digo. - Nos beijamos e fomos embora.
Chegando em casa, me deparo com a minha mãe na sala aflita com as mãos no peito.
- Tá tudo bem Dona Rose? - perguntou Nawyter.
- Não filho, não está nada bem!
- Mãe o que foi, o que aconteceu? - pergunto desesperado.
- Seu pai fugiu da cadeia, passou agora a pouco a notícia na televisão. - disse minha mãe aflita.
- O quê? - digo em um tom de voz elevada. Mário acorda.
- O que é, o que houve? - disse Mário sonolento.
- Seu pai fugiu da cadeia. - disse mamãe.
- Não pode ser. É agora que ele bem atrás de mim e de vocês também. - Mário levanta desesperado.
- Calma pessoas, vamos manter a calma. A polícia vai achar ele. Se ele vier atrás de vocês ele vai se lascar. - disse Nawyter.
- Eu nem sei o que dizer. - digo e fico paralisado.
- Calma meu filho, vai dar tudo certo. - Minha mãe me abraça.
Sentando no sofá de sua casa, Diego fica aflito com a notícia do plantão.
- Mano do céu, vai dá merda! A polícia vai começar a procurar pelo Ernesto. Tô ajudando ele mais ainda preciso fingir o bom moço que acredita em Deus e que é todo correto, pra ninguém desconfiar de mim.
- Filho! - chamou dona Cleide.
- Oi mãe. - Diego responde e desliga a tv.
- Tava pensando aqui. Já que você é esse novo homem, que se arrependeu do que fez, porque você não vai até a casa do seu pai para conversar. Vai também na casa dos seus amigos e resolve essa situação.
- Vou fazer isso mãe. Quero me resolver com todos eles e ficar em paz. Quero começar de novo. - disse Diego dando um sorriso falso.
Em casa, entro no meu quarto e me assento na cama. Nawyter segura em minhas mãos.
- Ei, vai ficar tudo bem, eu estou aqui junto com você.
- Obrigado, obrigado. - falo bem triste e aguniado. Mário entra no quarto.
- Sei que não é o melhor momento, mas posso falar com você?
- Vou deixar vocês a sós. - disse Nawyter, e sai do quarto. Mário senta na cama e um silêncio de 20 segundo paira no ambiente.
- Olha irmão, eu sei que eu não fui uma boa pessoa. Fui covarde, fraco e tudo de ruim que existe. Estou aqui de coração te implorando. Me perdoa, eu nunca quis te ferir. Eu deixei o papai me controlar, fui medroso de mais. Se você não quiser me perdoar eu vou entender. - Olho nos olhos dele, pego em suas mãos.
- Eu pensei muito, Mário. Eu te perdôo. Eu sei que você deixou o seu medo falar mais alto, não acho certo, mais seique no fundo você não é homofóbico e nem um ser humano horrível. Eu também te amo! - A gente se abraça e Mário começa a chorar.
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Em Busca da Felicidade (Finalizada)
Novela JuvenilO amor e o romance é para todos. A vida surpreende e mostra para você adjetivos que você jamais imaginava ter. Nesta primeira parte, irei contar a história de Leandro, um jovem de 18 anos que mora na cidade de São Paulo com seus pais e seu irmão mai...