5 - À flor da Pele

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Continuando o capítulo anterior...

   Depois de ficar horas sentando na cama lendo as cartinhas que escrevi para o Nawyter, resolvo ir logo na papelaria entregar meu currículo e dar uma de curioso com a nova dona. Escuto meu irmão chegando para almoçar, então guardo as cartas correndo na caixa e saio do quarto rápido.
   - Onde está indo com tanta pressa Leandro? - perguntou Mário.
   - Vou na papelaria entregar o meu currículo, mas antes vou passar na Lan House pra fazer.
   - Tá bom. - disse Mário.
  Depois de passar na Lan House, vou direto para a papelaria da praça e paro na porta. Olho pra cima e vejo o nome do lugar.
   - Papelaria Ferreira? Se isso não é coincidência então não sei o que é. - digo surpreso. - Mais o nome era Papelaria Ana e Paulo. Então porque mudou o nome? Claro porque é outra dona. Tenho que perguntar. - digo e entro na papelaria.
   - Olá boa tarde. Você é a nova dona da papelaria? - pergunto.
   - Boa Tarde. Sou eu mesma, posso ajuda - lo?
   - É que meu pai me disse que já tinha conversado com a senhora para deixar um currículo aqui. - falo com muita educação.
   - Ah sim! Então você é filho do Sr. Ernesto? - ela pergunta sorridente.
   - Sou eu mesmo. - digo e dou um sorriso.
   - Conheço seu pai a bastante tempo. - ela diz dando novamente um sorriso. - Bom irei ser direta com você. Você já está contratado, conheço sua família a muito anos e sei que você é um menino muito educado, porém te peço para começar depois do carnaval, pode ser? Por mais que estou precisando de funcionários com urgência, prefiro que começe depois dessa festa.
   - Sério? Muito obrigado senhora. Te agradeço muito. - digo sorridente. - E trouxe aqui também outro currículo. É da minha amiga Letícia. Ela também é uma ótima pessoa e super tranquila, então peço que se puder contrate ela também. Estamos precisando trabalhar o mais rápido possível. - digo.
   - Tá bom. Conheço a família dela também. É filha de Seu Zé marceneiro e da Dona Dalva. Pede pra ela vim depois do carnaval junto com você. - ela diz bem sorridente.
   - Muito obrigado senhora! - digo todo sorridente e dou lhe um abraço e em seguida vou embora, porém sem fazer as perguntas. Fiquei sem jeito de questionar minha patroa e causa um péssima impressão.
    Andando de volta pra casa combino no grupo do wats dos amigos, de irmos visitar o Pablo para levar a matéria pra ele e de fazer uma sessão pipoca, e todos concordam. Chegamos na casa do Pablo por volta das 14hrs.
   - O Pablo, Pablo! - grita Letícia batendo na porta.
   - Para de esmurrar a porta Letícia. Tá me fazendo passar vergonha. - digo irritado.
   - Mais ninguém vem atender ué.
   - Mais não precisa acabar com a porta dos outros. Não sabe bater com educação? - disse Vinícius.
   - Ah gente para. A gente veio a pé e eu tô com dores nas costas de carregar essa mochila, porque vocês me fizeram trazer os meus cadernos pro Pablo. - diz Letícia brava.
   - Letícia cala a boca e para de reclamar. Isso porque eu disse pra moça da papelaria da praça que você é educada e tranquila. Agora quero só ver como vai ser trabalhar com você. - digo irritado.
   - Você arranjou emprego pra mim amigo? Ah sério por isso que eu te amo! - disse ela sorrindo e me dando um abraço.
   - Sim. Peguei seu currículo na Lan House. Ela pediu pra gente ir trabalhar depois do carnaval. - digo.
   - Tá bom amigo!
   - Que bom gente que vocês conseguir emprego. Agora só falta o Pablo e eu para conseguir. - disse Vinícius.
   - Vocês vão conseguir amigo. Paciência! - digo dando uns tapinhas nas costas do Vinícius, quando dona Heloísa abre a porta.
   - Olá, tudo bem com você? Desculpa a Demora.
   - Aí até que enfim. - disse Letícia.
   - Cala a boca! Não liga pra ela não dona Helô. É discilmulada, sem miolos na cabeça. - digo.
   - Podem entrar. O Pablo está lá em cima no quarto. - disse Dona Helô dando um sorriso.
   Chegamos no quarto do Pablo e Dona Helô foi para a cozinha fritar pipoca para gente.
   - Olá amigo! Como você está? - grita Letícia que foi entrando sem bater na porta.
   - Que susto Letícia! Não sabe bater na porta não? - disse todo nervoso Pablo.
   - Ah isso é o que ela faz de melhor viu, pode acreditar. Tivemos agora a pouco uma prova disso. - disse Vinícius que começa a rir.
   - E aí como você está? - pergunto.
   - Bem. Melhorando rápido. - responde Pablo. - E aí como foi o final de semana de vocês?
   - O meu como sempre foi uma merda, só o Leandro que tem coisas para contar. - disse Letícia.
   - Conta o babado pra gente Lê. - disse Vinícius.
   - Vou contar gente, mas vamo sentar né porque é muito que temos que conversar. - digo e sento na cama do Pablo. Falo do que aconteceu no Shopping.
   - Meu Deus Lê! Não sou gay mais tenho que falar isso. Tô chocado véi. - disse Pablo.
   - Pra quem não queria nada com o galinha do Harison né? - disse Vinícius com sarcasmo e rindo.
    - Mais e aí? Você tá gostando dele de verdade? - pergunta Pablo.
   - Eu não sei gente! Tá tudo tão confuso aqui dentro de mim. Acho que é só uma atração. - digo.
   - Se for atração te entendo, porque o Harison é muito, muito bonito, sério! - disse Vinícius. - E vocês formam um casal café com leite.
   - Quê? - pergunto e faço uma cara de desentendido.
   - Você é negro e ele é branco. Café com Leite, entendeu? - disse Vinícius.
   - Nada a vê Vinícius, que bosta mano. - disse Pablo e todos nós caímos na risada, quando que então, a Dona Helô chega com a Pipoca e com os refrigerantes.
   - Obrigado mãe! - disse Pablo.
   - Divirtam-se. - disse Dona Helô e ela sai do quarto.
   - Gente outra coisa que queria dizer. Eu enfrentei o Diegão lá no shopping. - digo.
   - Não quero nem saber desse babaca, covarde e bundão. Eu ainda vou dar o troco, ele que me espere! - disse Pablo sério.
   - Esquece isso Pablo. - disse Letícia.
   - Não! Não esqueço e agora vamos ver o filme ou não?
   - É gente vamos ver o filme. - digo e meu celular começa a tocar e atendo.

Em Busca da Felicidade (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora